Entrevista: Tristan Harders' Twilight Theatre

 

Após Age Of Steam, segundo álbum dos Terra Atlantica, o coletivo germânico começou a preparar o seu terceiro álbum. E, de repente, com uma pandemia a parar o mundo e sem espetáculos, Tristan Harders viu-se com imenso tempo livre. Como canalizar toda a sua energia? A solução foi aproveitar algumas das suas criações dos últimos sete anos que tinham ficado fora dos discos da sua banda principal por não se enquadrarem convenientemente. E o resultado foi a criação deste projeto individual (com a ajuda de um reduzido número de convidados), a que chamou Twilight Theatre. Drifting Into Insanity é o primeiro álbum, que poderá vir a ter continuidade, caso o tempo o permita, e foi sobre ele que voltamos a falar com Tristan Harders.

 

Olá, Tristan! Em primeiro lugar, obrigado, mais uma vez, pela disponibilidade. Depois do lançamento de Age Of Steam dos Terra Atlantica, o que tens feito?

Bem, na altura em que Age Of Steam foi lançado, eu já estava a trabalhar no terceiro álbum dos Terra Atlantica. Levei até o início de 2021 para terminar a composição, mas valeu muito a pena. Depois disso, passei muito tempo no meu novo projeto a solo.

 

E Twilight Theatre é esse teu novo projeto. Quando e por que decidiste avançar nesse sentido?

Quando a composição dos Terra Atlantica estava finalizada, tínhamos a grande dúvida de como financiar a produção e além disso não era possível fazer espetáculos. Portanto, fiquei com muito tempo livre e energia que precisava ser processada de alguma forma. Foi por isso que decidi começar este projeto.

 

A pandemia tem alguma coisa a ver com isso?

Com certeza. Se não fosse pela pandemia, eu não teria tido tempo para realizar este projeto. Além disso, muitas das músicas lidam com as minhas emoções durante os tempos de isolamento e os pensamentos que vêm com isso.

 

Como foi o processo de gravação em todas essas circunstâncias estranhas?

Este é um álbum caseiro. Não precisei de nenhum estúdio porque a bateria é toda programada, as guitarras podem ser gravadas com um plugin de amplificador VST e para os vocais tenho a minha própria cabine vocal em casa.

 

Neste álbum, assumes todos os instrumentos com uma ajuda de alguns convidados. Quem são eles e de que forma se processou esta cooperação?

Num primeiro momento temos Gabriel Tuxen, guitarrista da banda dinamarquesa de power metal Seven Thorns e também do projeto Magic Opera de Marco Garau. Fizemos alguns espetáculos juntos com os Terra Atlantica e Seven Thorns, é por isso que nos conhecemos. Gabriel já tocou um solo de guitarra em The Treachery Of Mortheon e eu gostei tanto que o convidei novamente para o meu projeto a solo. O segundo convidado é Tomi Fooler, o talentoso vocalista da banda italiana Skeletoon. Na verdade, ele perguntou-me se poderíamos fazer uma música juntos e eu deixei-o cantar a maioria dos vocais em Save Me From Insanity porque achei que era uma combinação perfeita.

 

Todas estas músicas foram compostas nos últimos anos ou foram sendo compostas ao longo da tua carreira?

As músicas do álbum foram todas escritas nos últimos 7 anos, quando comecei a tocar power metal. Tenho sempre muitas ideias, mas nem sempre podem ser utilizadas porque também têm que se adequar ao estilo dos Terra Atlantica. Estas não funcionaram, mas eram demasiadamente boas para serem deitadas fora, pelo que, agora, finalmente encontrei uma forma de as usar.

 

Por estas músicas serem, em alguns momentos, próximas do estilo dos Terra Atlantica por que não fazem parte da tua banda principal?

As músicas dos Terra Atlantica têm sempre muita orquestração. Isso é bom, mas às vezes fico entediado com isso e quero fazer algo mais básico, como fiz com estas músicas. Também existe o grande problema de um compositor que tem que fazer as músicas não muito complexas para que possam ser tocadas ao vivo. Já que Twilight Theatre é um projeto de estúdio, desta vez não tive esse problema.

 

Este é um projeto apenas de um álbum ou tens intenções de continuar a criar material para os Twilight Theatre?

Eu tenho planos de fazer outro álbum, mas apenas se conseguir outro período de tempo livre como o que tive no ano passado. Por enquanto, vou-me concentrar novamente nos Terra Atlantica e no terceiro álbum.

 

Muito obrigado, mais uma vez, Tristan. Projetos e ambições para o futuro? O que tens em mente?

Eu apenas disse que não estou a planear fazer um segundo álbum de Twilight Theatre ainda, mas já posso dizer que haverá mais dois singles este ano. Também estou agora a trabalhar noutro álbum para a minha banda de death/folk metal Forsaken Hill, que também sairá este ano. Mas o foco principal será nos Terra Atlantica. Temos uma tournée a chegar, o que é uma grande coisa para nós, já que será a nossa primeira tournée e já estamos animados.