Entrevista: Savage Grace

 


Lançados, respetivamente em 1985 e 1986, Master Of Disguise e After The Fall From Grace são dois álbuns fundamentais na discografia de qualquer metalhead. As reedições têm sido algumas ao longo dos anos, mas a que nos interessa agora, e pela qual chegámos à fala com o líder Chris Logue, é a levada a cabo pela Hammerheart Records. Duas reedições que, no fundo, trazem tanto material adicionado que quem as adquirir fica praticamente com a discografia completa da banda americana. De facto, além desses dois álbuns estão incluídas as demos de 1982 e 1984 e os EPs The Dominatress e Ride Into The Night. Isto numa altura em que um novo álbum de originais já está quase pronto, com mistura de Roland Grapow.

 

 

Olá, Chris! Como estás? Obrigado por esta oportunidade! Deixa-me dizer que é uma verdadeira honra poder fazer esta entrevista! O motivo da nossa conversa é a reedição dos vossos lendários álbuns Master Of Disguise e After The Fall From Grace. Quando e por que surgiu essa ideia de uma reedição?

Desde que lançamos o site www.savagegracemetal.com em 2020, muitas editoras nos contactaram sobre o licenciamento dos nossos álbuns. Parece que ainda há muita procura pelos nossos álbuns clássicos. A nossa música resistiu ao teste do tempo e é reconhecida por fãs antigos e novos como alguns das melhores já gravadas.

 

Master Of Disguise e After The Fall From Grace foram bem recebidos na altura e agora são considerados álbuns essenciais. Como olhas para as tuas criações quase 40 anos depois?

Bem, eu sabia que na altura eramos ótimos. Acho que levou algum tempo para o mundo alcançar o meu nível de apreciação. Eu ainda os ouço e sei que estávamos na verdade a fazer algo muito poderoso. Embora os dois álbuns sejam muito diferentes, ambos são inovadores, únicos, poderosos e cativantes.

 

Estes novos produtos são muito mais do que apenas reedições, pois muito material é adicionado. Efetivamente, que extras foram incluídos?

Adicionamos algumas notas, fotos exclusivas e elementos de embalagem. Cada editora quer a sua própria embalagem exclusiva, é claro.

 

Mas mantiveram o artwork original da capa original, certo? Porquê?

Bem, as capas originais são facilmente identificáveis ​​como Savage Grace, portanto são um elemento crítico de marketing. Ninguém quer mudar as capas.

 

E quanto ao restante artwork? Fizeram algumas melhorias?

Na verdade, não. Tentamos ficar o mais próximo possível da qualidade original do artwork.

 

Quem foi o responsável pelo trabalho de remasterização? Qual foi a sua principal prioridade?

Cada editora teve o seu próprio trabalho de remasterização com os seus próprios parâmetros de qualidade sonora. A masterização é muito subjetiva e ao gosto de cada um.

 

O facto é que, apesar de serem considerados uma banda de culto, mesmo considerando a vossa continua situação de stop & start, os Savage Grace não lançaram mais álbuns. Porquê? O que aconteceu?

Ofereceram-nos um contrato com a MCA Records em 1990, que eu recusei. O início dos anos 90 foi muito mau para o metal. Não conseguimos sobreviver. Envolvi-me noutros empreendimentos. Em 2010 quis gravar um novo álbum, mas envolvi-me com gente muito má a fingir ser uma editora. Gente que se mostrou ser criminosa a tentar roubar a minha música. Por isso, novamente, deixei a música de lado até 2020 quando decidi reativar a banda e gravar um novo álbum.

 

Ora, de volta ao ativo desde 2020, já estás a preparar um novo álbum de estúdio? Para quando podem os vossos fãs esperar esse lançamento?

O nosso novo álbum está quase completo e agora estamos à procurada melhor editora para o lançar. O álbum foi misturado por Roland Grapow dos Helloween e soa incrível. Gravamos na ilha de Cabo Verde num antigo estúdio com uma Neve Console com automação GML, máquina Studer de duas polegadas, cabines Marshall carregados com colunas Mackenzie, headphones Marshall vintage de 1977 de 50 watts e muitos equipamentos externos analógicos vintage. Viajar para a ilha foi muito difícil devido à operação mundial em vigor. Dois de nós tiveram que ir de navio e os outros dois tiveram que voar a bordo de um avião militar de carga brasileiro C-130. Foi uma aventura incrível.

 

Quem está na formação atualmente?

Devido a obrigações contratuais ainda não posso revelar quem está na banda, mas são estrelas internacionais com grandes créditos. O nosso novo cantor é fantástico. Ele é um cruzamento entre o jovem Rob Halford e o jovem Ian Gillian. Esta é a formação dos Savage Grace mais poderosa de todos os tempos. Mal podemos esperar para regressar às tournées.

 

Obrigado, mais uma vez, Chris. Queres acrescentar mais alguma coisa ou enviar uma mensagem para os vossos fãs?

Para todos os nossos fãs em todo o mundo, por favor, entrem em contacto com a vossa editora favorita e digam para eles assinarem com os Savage Grace. Obrigado pelo vosso apoio inabalável. Resistência é Dignidade.



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