Second Nature (LIONHEART)
(2022, Metalville Records)
Não passou assim
tanto desde a primeira edição de Second Nature, o espetacular álbum dos Lionheart.
Foi em 2017, mas, a verdade é que por motivos relacionados com a parte
comercial, este álbum deixou de estar disponível no mercado. E lembremos que
estamos a falar daquele que foi considerado pela insuspeita Classic Rock
Magazine, como o melhor álbum desse ano na categoria AOR! E bem
se percebe o porquê da atribuição deste prémio – Second Nature tem tudo
o que o melhor AOR tem e... muito mais. Aliás uma caraterística dos Lionheart
que misturam como ninguém esse sub-estilo com algo mais pesado e rápido, muito
próximo do NWOBHM. Ora, tudo junto – um álbum de referência e a sua
falta no mercado – levou a que a Metalville Records, a sua editora
atual, promovesse a sua reedição, embora a banda ache que se trata apenas de
uma reposição de stock. O que é certo é que esta nova versão vem
remasterizada, traz dois temas bónus e uma atualização (fantástica!) do Circle
Of Bands, cortesia de Tristan Greatrex. E tudo isso era muito
necessário ser feito. [94%]
Dynamite (BULLETPROÖF)
(2021,
Ossuary Records)
Na América do
Sul, o heavy metal é vivido com uma enorme intensidade. Todos o sabemos,
como também sabemos da excelência das bandas oriundas dessa parte do globo,
muitas vezes, sem grandes apoios nem condições. Os Bulletproöf são
argentinos e a sua estreia aconteceu com o EP Dynamite, primeiramente
lançado pela Cuervo Records e mais tarde disponibilizado na Europa pela Ossuary
Records. São 5 temas inspirados no metal clássico e na sonoridade
germânica dos anos 80/90. E são 5 temas com atitude, com sentido de missão metaleira
e a mostrar um quarteto já bem oleado e com boas ideias, apesar de ser ainda um
coletivo jovem. São apenas 20 minutos, mas são intensos e capazes de nos fazer
saltar, pular e vibrar! Algures por ali entre os Accept e os Running
Wild, com um pouco de Manowar à mistura Dynamite promete
dinamitar a cena underground argentina. Ficamos, no entanto, à espera de
algo mais substancial. [90%]
Too Old To Die Young (LOU SIFFER AND THE HOWLING DEMONS)
(2021, Pure
Steel Records)
Too Old To
Die Young é a terceira proposta (deveríamos
dizer descarga?) dos hard rock ‘n’ rollers suecos The Howling Demons
liderados pelo imbatível Lou Siffer. Um quarteto de rockers que
apostam no aumento dos decibéis em malhas curtas e intensas, aditivadas
e explosivas. E com uma sonoridade muito suja. Se instrumentalmente há momentos
em que algumas estruturas até se aproximam da matriz composicional dos Iron
Maiden, a vontade de tornar cada momento como se fosse o último, origina
uma entrega ao nível dos que faziam os Motörhead. A sua mistura de metal,
hard rock e punk acaba por colocar este coletivo no restrito lote
de bandas capazes de agradar a todas as fações. Mas a repetição de sucessivos
ritmos endiabrados e tanta barulheira também acaba por saturar. [75%]
A Thousand Years (HELL AND BACK)
(2021, Pure
Steel Records)
A atender por
esta estreia dos Hell And Back, a banda de Cleveland foi ao inferno... e
ficou por lá. A Thousand Years é o seu trabalho de apresentação e que
não deixa grandes saudades. Mesmo considerando que tem um excelente trabalho de
baixo e um guitarrista que saca uns solos muito interessantes, falta o que mais
interessa: canções que consigam ser arrebatadoras. Ainda por cima, o vocalista
tem um desempenho muito fraco, de tal forma que quando se cala, parece que
surge outra banda. Os Hell And Back praticam um US metal assente
(e não inspirado, porque inspiração é coisa que falta bastante a este disco!)
nos Iced Earth e Nevermore. E tecnica e instrumental, como já
referimos, até se safa bem, o problema está no resto. [68%]
Het Zwarte Dictaat (KAECK)
(2021,
Folter Records)
Os Kaeck
são neerlandeses, nasceram em 2014 e resultam da união de diversos membros do
cenário black metal do seu país. Stormkult foi o primeiro álbum,
que foi recebido, e seis anos depois, Het Zwarte Dictaat é o seu novo
registo. São sete temas em pouco mais de quarenta minutos de um black metal
obscuro, com riffs ameaçadores, teclados assustadores e vocais
ritualísticos. A base é o black metal clássico, frio e devastador, mas
que consegue incutir alguns elementos atmosféricos, com passagens lentas, mais
próximas do doom. E também há registos de alguma teatralidade na forma
como o vocalista interpreta o seu demoníaco papel. Het Zwarte Dictaat
revela-nos uma experiência musical cortante, ameaçadora, avassaladora e
opressiva. Que as letras na sua língua nativa enfatizam. [70%]
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