Entrevista: Last Piss Before Death

 


Last Piss Before Death é o resultado da união de quatro amigos nascidos e criados em Portugal que partilham a mesma paixão pelo Caos e Metal. Com sede de mosh, agitação corporal e explosões sonoras de adrenalina pura, a criação dos Last Piss Before Death surge de ideias diluvianas da voz de Edgar Alves (Lbh, X Alternative, Vulkanik) e da guitarra de Pedro Lourenço (Fallen Seasons, YSGA, Woman in Panic, Dollar Llama), de formar uma banda de Old School, Groove e Thrash Metal. O primeiro álbum já circula por aí e foi o duo criador (que neste trabalho surge acompanhado por Eduardo Caturra e João Gama) quem nos respondeu.

 

Viva pessoal, obrigado por despenderem algum tempo com Via Nocturna. Os Last Piss Before Death são um jovem projeto, mas, neste curto espaço de tempo, como tem sido a vossa existência?

PEDRO LOURENÇO (PL): Não tem sido tão intenso como gostaríamos, porque a pandemia não permitiu. Mas tem sido extremamente prazerosa. Tentamos aproveitar todas as oportunidades para andar com o projeto para a frente e finalmente, o primeiro disco, com um ano de atraso.

EDGAR ALVES (EA): Começámos há 2 anos por necessidade de divertimento e necessidade de tocar música pesada, que ouvimos e gostamos. Queremos muito por os palcos a “arder”.

 

Pelo que percebi, juntaram-se e pouco depois surgiu a pandemia. De que forma isso vos afetou?

PL: Estávamos numa fase de composição de novos temas. Tivemos de esperar, acreditar que não ia ser o fim do mundo e sempre que possível, estávamos juntos a trabalhar.

EA: Afetou-nos ver as casas de espetáculos, colegas de profissão e empresas da área da cultura a fechar e sem trabalho. Uma situação muito difícil de sustentar e quando estamos a fazer o que mais amamos é terrível ver a dificuldade que o meio cultural está. Por outro lado, deu-nos tempo para terminar de escrever o primeiro álbum e apurar ideias e linhas musicais, para dar ao ouvinte um produto coeso.

 

Como e onde nasceu esta ideia de se juntarem neste projeto?

PL: Uma ideia antiga... sempre gostei de tocar metal na guitarra. Sabia que o Edgar tinha interesse em fazer algo dentro da música mais pesada. Em 2015, um pouco por acaso, fiz uma demo de um tema, que acabou por ser o War Ahead e enviei para o Edgar. Ele gostou, mas só em 2019 tivemos oportunidade de andar com o projeto para a frente.

 

Como é que surgiu este estranho nome? Tem algum significado especial?

PL: Surgiu antes de entrar para um palco e pensei: “ir para o palco é como ir para a Guerra, ou saímos vencedores ou derrotados”. Como andamos neste meio há muito tempo, identificamo-nos com o facto de termos uma última oportunidade para mostrar e fazer aquilo que gostamos, sem pensar muito no resultado.

 

Para este projeto que nomes ou movimentos mais vos influenciam?

EA: Somos pessoas com gostos variados e ecléticos, mas sem dúvida Type O Negative, Death, Carcass, Pantera, Ozzy Osbourne ou Strapping Young LAD são nomes que estão nas nossas Playlists.

PL: Só posso falar por mim. Gosto de muitas bandas variadas, mas tento inspirar-me em bandas mais clássicas, onde a música mais “simples” se tornou mais icónica; Slayer, Sepultura, etc...

 

Sendo que já tinham algumas experiências anteriores, que know how trouxeram para esta nova entidade?

PL: Know how... Provavelmente o fator mais importante no desenvolvimento deste projeto. Para além das questões técnicas em que o know how ajudou, foi muito importante termos noção que não poderíamos dar um passo maior que a perna. Estabelecemos objetivos que fomos cumprindo gradualmente. Foram 3 anos de muita paciência, para que nada corresse mal.

EA: Isto é sempre uma aventura, começar algo de raiz. Dá muito trabalho e é preciso muita amizade e cooperação entre os vários atores para que a máquina esteja oleada e pronta para se tornar realidade. Mas acabou por ser simples o processo criativo e de gravação. Depois, mostrarmos o trabalho ao Daniel Makosch da Raging Planet que desde o início se mostrou disponível para editar o álbum. Juntou-se a Eliana Berto da Ride The Snake (Promotora) e a Kaisen_v (artista /pintora) que adicionou o toque artístico que faltava.

 

Mas, suponho que acabem por se afastar do vosso passado criativo…

PL: Sim, de forma natural. Nunca impusemos ideias predefinidas, trazidas de casa ou dentro de determinado estilo. Deixámos que as ideias fluíssem no momento do ensaio/composição e seguimos o caminho natural que essas ideias espontâneas nos indicaram.

EA: Não (risos), somos fruto do que vivemos, do que passámos e estamos sempre a tentar evoluir, como músicos e como artistas.

 

E este álbum já estava pronto há muito tempo ou não?

PL: Foi gravado em 3 tempos. Primeiro o single Devil's Road, cartão de apresentação dos LPBD e depois o Tear Down The Walls. Finalmente as restantes músicas. A parte musical ficou pronta no final do Verão de 2021, mas a situação incerta da pandemia fez-nos adiar o lançamento.

 

E como se deu essa ligação à Raging Planet?

EA: Foi um namoro, já com alguns anos. Sempre disse que quando tivesse um álbum de Metal, seria pela Raging Planet que seria editado. A Raging Planet é uma das melhores editoras de Portugal, tem um cardápio de artistas de altíssima craveira e uma continuidade nos lançamentos. Muito me honra que o Daniel Makosch tenha apostado em nós, estamos no caminho certo e espero que seja por muitos anos.

 

Como referiste, Devil´s Road foi o primeiro single e já data de 2020. Porque o escolheram? Sentem que, de alguma forma, na altura representava o que estavam a criar?

PL: Para mim é um dos melhores temas do disco. Agressivo e melódico, um apanhado das várias facetas da banda.

EA: O Devils Road é como um cartão de visita para o mundo infernal de Last Piss Before Death. Com um mundo completamente fechado, em que a cultura foi cancelada e tantas pessoas a passar mal, o caminho do Diabo estava na ordem do dia e foi-nos natural lançar este tema como primeiro single!

 

Entretanto, depois de Devil’s Road, já foram lançando outros, não foi?

PL: Lançamos o tema Tear Down The Walls, um hino à união e ao fim das barreiras que separam os seres humanos.

 

Este será um projeto de um disco apenas ou têm ideias de continuar a criar?

EA: Last Piss Before Death é uma banda para continuar... O nosso trabalho é fazer música pesada, bruta e pretendemos chegar ao maior número de ouvintes possível.  Já estamos a trabalhar em material novo!

PL: Se Satan Nosso Senhor o permitir, faremos muitos mais discos!

 

Obrigado. Querem acrescentar mais alguma coisa que não tenha sido abordado?

EA: Queremos aproveitar para agradecer o carinho e apoio de todos que têm estado ao nosso lado! São muitos e juntos vamos continuar caminhando. Vemo-nos no Palco e Hell Yeah forte abraço. Obrigado! 

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