Entrevista: The Neptune Power Federation

 


É de uma maneira sombria e distorcida, mas o novo álbum dos The Neptune Power Federation fala de amor. Como o rock dos anos 80. E até com frases em francês – a começar no sinistro título Le Demon De L’Amour – a linguagem mais romântica do mundo, afirmam os australianos que assim atingem a marca de cinco álbuns de originais. O guitarrista Inverted CruciFox (ou Mike) foi quem nos respondeu.

 

Olá, Mike, obrigado pela disponibilidade e parabéns pelo vosso novo álbum, Le Demon De L'Amour. Por que decidiram usar a língua francesa para intitular o vosso quinto álbum?

Obrigado! Quando decidimos escrever um álbum de canções de amor parecia apropriado ter um título na linguagem mais romântica do mundo. Mesmo que nenhum de nós a fale, encontrarás frases em francês a aparecer com bastante frequência nas nossas letras - a linguagem soa linda para nós. Claro que sim -  já ouviste como os australianos falam?!

 

Para este álbum tentaram reviver o espírito das canções de amor dos artistas rock dos anos 80. De onde surgiu essa ideia?

Eu acho que foi apenas uma observação de que nos nossos círculos a maioria das bandas segue a liderança lírica/temática de Sabbath, Zeppelin etc. (bandas que adoramos, já agora) mas queríamos tentar a rota de Queen, Meatloaf, Cheap Trick etc. Na verdade, misturar as coisas!

 

Tematicamente este álbum conta, como vimos, histórias de amor. São criações vossas?

Sim, são e acho que devo acrescentar, que, embora sejam histórias de amor, são bem sombrias e distorcidas. Muita loucura, viagens no tempo, assassinato e controle mental.

 

Nesse caso, de onde veio a inspiração?

Os filmes são uma grande influência. Eu adoro horror psicológico e cenários de época. Alguns que moldaram a direção dos álbuns na minha cabeça são The Wicker Man, A Field In England, Suspiria and the Witch.

 

The Neptune Power Federation é um nome bastante peculiar para uma banda. O que significa?

Nada em particular - pretendia apenas evocar algo em grande escala que sugerisse outros mundos inexplorados.

 

Como foi o processo de composição para este álbum? Mudaram alguma coisa desde o anterior?

Foi escrito e gravado em confinamento, portanto certamente foi diferente. Gravamos as demos remotamente com todos a gravar as suas partes nos seus sítios e combinando-as em pro tools. Na verdade, achei divertido - todas essas pequenas surpresas a chegar conforme cada membro gravava uma parte!

 

Na tua opinião, este álbum reflete a vossa evolução enquanto banda?

Eu sinto que agora temos um estilo bastante distinto e este álbum parece uma continuação natural disso. Há um pouco mais de alta energia no álbum, o que eu imagino ser o resultado de não tocarmos há muito tempo. Muita energia reprimida que não conseguimos queimar no palco.

 

Le Demon De L'Amour estava destinado a ver a luz do dia tão cedo ou a pandemia apressou-vos?

Não, na verdade a pandemia atrasou o lançamento. Estávamos prontos para lançar em outubro do ano passado, mas a maior parte da Austrália tinha restrições de viagem/limites de densidade em locais etc., por isso decidimos esperar até agora. Touch Wood, acho que tomamos a decisão certa, pois estamos prestes a começar a tournée novamente aqui em abril e os locais estão a voltar ao normal.

 

Todos vocês usam nomes artísticos. Porque?

Os nossos nomes reais são muito chatos!

 

Como é que eles surgiram?

Eu não acho que tenha havido muito pensamento para eles! Mas não precisas pensar muito. Stanley Eisen ou Paul Stanley? A resposta é óbvia.

 

A vossa figura teatral é muito viva, tanto liricamente quanto musicalmente. De que forma levam isso para palco?

Ela é uma figura mágica e opera sob o seu próprio conjunto único de regras. Demora segundos para que o público entenda tudo o que precisa saber. Eles estão numa casa de culto de alto volume e a sua sacerdotisa está diante de vocês, pronta para Mozart, o evangelho do rock and roll.

 

E está centrado no diferente nemesis da vossa cantora. Como é que isso é criado?

Eu já mencionei antes o meu interesse por filmes e acho que gosto da ideia de as nossas letras/ideias serem parte e são ligações a uma história maior. As personagens como a Wizard Princess fazem parte dessas ligações. Adoro a ideia dos fãs a refletir sobre como tudo se encaixa.

 

My Precious One e Emmaline foram os singles para este álbum. Achas que são representativos de todo o álbum?

Nós tendemos a tentar vários estilos/géneros diferentes em cada álbum e neste não é diferente. Acho que essas duas músicas dão uma boa indicação do terreno que cobrimos.

 

Além desses, têm planeado mais algum vídeo?

Temos um vídeo para We Beasts Of The Night que saiu com o lançamento do álbum.

 

Quais são os vossos planos ao vivo para este álbum? Estará Portugal incluído?

Tentaremos!! A Europa ainda é o nosso objetivo, mas tivemos que adiar algumas vezes.

 

Obrigado. Queres enviar alguma mensagem aos vossos fãs portugueses?

Obrigado por apoiarem a banda e esperamos ver-vos em breve!!


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