Marco Marouco tinha esta ideia de criar este projeto em
nome individual e que deveria ser instrumental. No fim, nada disto aconteceu e
On The Loose acabou por se transformar em algo muito mais sólido e com a ajuda
de outros músicos. Fomos perceber como tudo se passou com o mentor deste
projeto de doom épico nacional.
Olá, Marco! Obrigado pela disponibilidade! Os On The
Loose são uma entidade nova, por isso começo por perguntar quando e porquê decidiste
iniciar este projeto?
Boas Pedro, eu Marco, iniciei o projecto em fevereiro de 2021, estávamos
em plena pandemia e eu de férias, para sair de casa tinha que contar toda a
minha vida aos senhores agentes da polícia. Como tinha a máquina fotográfica
estragada, olhei para a guitarra pendurada na parede desde há dois anos e
decidi passar as duas semanas de férias a compor músicas.
A banda é formada com gente bastante experiente até
noutras áreas da música mais pesada. Desta forma, o que te motivou a começar
esta nova banda?
On
The Loose continua a ser um projeto meu, decidi rodear-me
de amigos, gente boa, para não ter problemas com coisas insignificantes dando
toda a liberdade para que compusessem as partes deles da forma mais natural e
livre possível.
E que aprendizagens trouxeram do vosso passado para On
The Loose?
As minhas influências estão todas no disco, desde a NWOBHM, ao Doom
escandinavo e inglês, a maior aprendizagem que tirei desta composição foi que
consigo fazer um disco do princípio ao fim, apliquei-me nas harmonias e na
visão geral do disco sem fazer a mínima ideia de como iriam soar as melodias
vocais.
Porque On The Loose? De que forma surgiu o nome?
On
The Loose porque andei durante meses a ouvir um disco dos
germânicos Victory que por acaso tem uma música com o mesmo nome e é a minha favorita.
A ideia inicial era um one-man-project com músicos
convidados. Mas, aparentemente, não foi isso que aconteceu, pois não?
É mais ou menos isso, o que eu queria era fazer tudo sozinho, programei
baterias, gravei todas as guitarras, o baixo, mas claro que queria um baterista
real a tocar as músicas porque o som é diferente
e o feeling também, isso eu não sei fazer por isso convidei o João Ventura para gravar
as partes de bateria.
E também não era para ter vocais, segundo percebi. O que te
fez mudar de ideias?
O disco era para ser todo instrumental com uma orquestra. Esperei durante
3 meses pelas orquestrações de dois maestros amigos espanhóis, mas, entretanto,
tinham que entrar em estúdio e não iam ter tempo. Pensei o que poderia fazer e
decidi falar com o Flávio Lino sobre vocalistas com influências de DIO, aqui em Portugal não havia ninguém, o Flávio perguntou se podia ajudar,
e eu enviei um tema com um texto para ele fazer o que bem entendesse, a música
ficou tão boa que decidimos que o Flávio gravaria todo o disco com a ajuda do Alex Vantrue nos coros.
Pode afirmar-se que este projeto é fruto da pandemia?
Não foi totalmente porque nunca parei de trabalhar durante a pandemia,
parei porque estava de férias e não podia sair de casa sem que os polícias me
chateassem a cabeça com perguntas de estado ditatorial.
De que forma correram os trabalhos de estúdio?
Gravei tudo em casa, falei com um amigo de Lisboa se queria produzir o
primeiro disco dele, ele disse que sim, tudo remotamente, arranjar bons sons de
guitarra e baixo, estruturar as músicas, isso foi tudo feito em casa, o disco
originalmente passava de uma hora, mas depois com as vozes tivemos que
reestruturar tudo para fazer canções. O Flávio gravou tudo no estúdio do
VanTrue, uma semana gravava uma demo e na seguinte finiquitava a música,
depois eu o João e o produtor, o Migas tínhamos que estruturar tudo, foi
complicado e demorado, mas lá conseguimos. A bateria foi gravada numa tarde,
numa sala emprestada com todo o equipamento necessário, mais uma vez tanto o
Flávio como o João fizeram aquilo que as entranhas lhes pediam, tudo muito
fluido, eu queria espontaneidade para que as músicas soassem a verdade, sem
muitas merdas de produtores xptos. Depois o Migas fez as misturas e a
masterização com eu lhe ia pedindo, nada de coisas modernas, bateria lá atrás
como antigamente, guitarras no meio e voz na frente.
As reviews
têm sido excelentes. De alguma forma estavam a contar com uma receção deste
tipo?
Não estava nada a contar com isto tudo, quando o Flávio gravou a primeira
música, a Midnight eu tinha que dar a conhecer ao mundo o projeto, nos
dias de hoje sem editora é complicado, com tanta oferta que há no mercado,
decidi lançar o single da Midnight e espalhar por onde podia,
basicamente facebook e Youtube. Os amigos do Epic Doom Metal
europeus gostaram bastante da música e ficaram à espera do disco. Eu pensei que
se gostaram da Midnight também vão gostar do resto do disco, Áustria,
Alemanha, Grécia, Itália, Espanha e Suécia são os maiores supporters do
disco a nível de rádios, blogs e webzines.
Muito obrigado, Marco! As maiores felicidades! Queres
acrescentar alguma coisa que não tenha sido abordada?
Muito obrigado pelo apoio o disco está á venda no bandcamp da
banda, se gostarem comprem, já não há muitos.
https://ontheloose2.bandcamp.com/
WE ARE ALL
DEVILS ON THE LOOSE
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