They Never Come Back (ALLISON)
(2022, Massacre Records)
Após um longo hiato de 25 anos, os Allison
regressaram em 2020 com uma nova formação e a gravação do terceiro álbum They
Never Come Back. Considerando que os lançamentos da banda nos anos 90
tendiam a seguir a tendência de curto prazo tentando servir o mainstream
com baladas de rock triviais, a composição do último álbum é bastante
direta sem fazer concessões. As músicas de They Never Come Back são
bastante mais fortes e pesadas, em comparação com os lançamentos anteriores,
mas ainda deixam espaço para influências de blues ou country
(como em Crank It Up, Edge Of Golden Days ou Blackbird).
Desta forma este disco traz de volta as suas raízes de rock 'n' roll
guiado por guitarras temperados com teclados raros/Hammond e focando em
melodias fortes e singularidade. Este They Never Come Back foi,
originalmente, lançado em 2020 via 6003 Records, surgindo agora a
reedição a cargo da Massacre Records. [81%]
The Complete Recordings 1981-1983 (BIBLE BLACK)
(2022, Louder Than Loud Records)
Bible Black foi uma banda americana formada pelos músicos dos Elf/Rainbow, Gary Driscoll e Craig Gruber, juntamente com Andrew “Duck” McDonald. O vocalista mais antigo da banda foi Jeff Fenholt, conhecido pela sua breve passagem por Tony Iommi/Black Sabbath e pelo seu trabalho com os Joshua. Outros dois vocalistas bem conhecidos (Lou Marullo, que mais tarde ficou conhecido como Eric Adams e Joey Belladonna) também por lá passaram. A banda esteve ativa entre 1980 e 1985, período no qual gravaram três álbuns: Bible Black (1981), Ground Zero (1983) e Burning At The Speed Of Light (1985, este com a participação de outra banda, os Thrasher). Em 85, McDonald juntou-se aos Savoy Brown e a banda encerraria funções. Com os restantes membros, Gary Driscoll, Craig Gruber e Jeff Fenholt, já falecidos, este trabalho lançado pela Louder Than Loud Records torna-se o epitáfio adequado. São 12 temas, mais dois repetidos, mas com Jeff Fenholt nos vocais, que apresentam o que melhor foi produzido por este coletivo que, altura, nem granjeou grande sucesso. Entre esses temas estão Back To Back com um espetacular honky tonky, Fighting The Wind com a sua vertente psicadélica, Back Door numa clara aproximação aos Deep Purple e uma versão de Paint It Black dos Rolling Stones. Tudo como forma de se poder ouvir mais uma das muitas bandas perdidas e que contribuíram para a história do heavy metal. [83%]
Year Of The Demon (NIGHT DEMON)
(2022, Century
Media Records)
Foi na primavera de 2020,
em pleno lockdown, que os Night Demon lançaram uma série de cinco
singles, exclusivamente limitados a uma edição em vinil. Estas edições
rapidamente esgotaram, sendo que estes fortíssimos temas estiveram fora de
circulação até 25 de março, dia em que a Century Media Records os
reeditou. Year Of The Demon coleta todos os raros singles de
2020, incluindo os seus Lados B e ainda adiciona a versão de The Sun Goes Down,
original dos Thin Lizzy. Tudo isto num compendio unificado e obrigatório para
todos os fans da banda. [85%]
The Sick Die By Sunrise (ATHANASY)
(2022, La Casinha Records)
The Sick Die By Sunrise é o disco de estreia dos nacionais Athanasy.
Um disco composto por apenas 4 temas longos de um death/doom metal
sofrido e doloroso. Tematicamente, aborda a questão da eutanásia, um tema
profundo que arranja o adequado acompanhamento na dor, sentimento e
profundidade que os riffs lentos e compassados e os vocais transportam.
O projeto é composto por apenas dois membros, S. P. e E. R., e
segue muitas das regras que os mestres nacionais deste género, os Desire,
ou os My Dying Bride estabeleceram há uns anos. The Sick Die By
Sunrise é um trabalho de grande intensidade emocional, onde a componente de
spoken word, sussurros e vocais angustiantes ajudam a criar um cenário
de sofrimento e doentio, que nem algumas passagens mais introspetivas aliviam. [81%]
Beyond Sanctorum (THERION)
(2022,
Hammerheart Records)
Depois da curta experiência em registo de um thrash
metal barulhento que foram os Blitzkrieg, Christofer Johnsson
regressou com um novo projeto inspirado nos Celtic Frost. De tal forma
que se chamavam Megatherion, que, pouco tempo depois, seria reduzido para
Therion. Depois de três demos e um EP, a banda sueca estreava-se
com Of Darkness... onde era visível a influência das bandas mais
extremas da altura em geral e do death metal em particular. Beyond
Sanctorum, originalmente lançado em 1992 pela Active Records
mostrava as mesmas caraterísticas, mas punha já o nome dos Therion nas
bocas do mundo pela forma diversificada e criativa como abordava o estilo. Temas
como Future Consciousness, Pandemonic Outbreak, Symphony Of
Dead (onde surgem experimentações de teclado, vocais limpos e femininos –
cortesia de Fredrik Lundqvist e Anna Granqvist - e onde já se
notam arranjos sinfónicos, como os que viríamos a ouvir mais tarde), Enter
The Depths Of Eternal Darkness (onde se podem ouvir o que, provavelmente,
seriam os primórdios do sludge) e o experimentalismo de Paths, são
do melhor que os Therion já produziram. Mas é The Way, uma
incrível faixa de prog death metal arrojado, onde mais desenvolvidas são
aquelas caraterísticas sinfónicas e orientais que mais tarde viriam a ser fonte
de inspiração da música dos suecos. Apesar de vulgarmente apontado como um
disco de death metal, Beyond Sanctorum é, claramente, muito mais
que isso. É um disco onde a composição clássica está presente e que a nova
geração deve conhecer OBRIGATORIAMENTE! E esta reedição a cargo da Hammerheart
Records, na sua forma original, pode ajudar a isso. [93%]
Comentários
Enviar um comentário