Seis anos separam Horizon
Of Hope de Lights Of Night. Um período de crescimento e amadurecimento que traz os
Ancara até um novo nível dentro do doom/gothic com alguns vocais death metal. O
violoncelo é uma das mais valias, mas as atmosferas criadas pelo coletivo suíço
também são de encantar. Longe de clichés, longe de momentos
pré-fabricados, real e com uma positividade rara no género, Lights Of Night
é dos mais belos discos de 2022. Por isso fomos conhecer a banda.
Olá,
pessoal, obrigado pela disponibilidade. Lights
Of Night é o vosso novo álbum. Como ocuparam o tempo nos últimos seis anos
após o lançamento de Horizon Of Hope?
Por exemplo, estivemos em tournée.
E também fizemos muitas composições. Mas além disso, também queríamos ter a certeza
de trazer tudo para um novo nível. Demoramos o nosso tempo porque é melhor
lançar um bom álbum depois de um pouco mais de 5 anos do que um mau depois de
pouco tempo. E o Corona também teve um efeito nisso, infelizmente. Perdemos
cerca de 1 ano por causa disso.
Bem,
podemos ir um pouco atrás? Quem é essa banda chamada Askara? Podem
apresentar-se aos metalheads portugueses?
Askara é uma banda de Melodic
Dark Metal vinda da Suíça. A música é refrescantemente realista, mas
transcende o familiar e está longe de ser clichês genéricos.
Especialmente a simbiose perfeita dos vocais principais fornecidos pela cantora
e pianista Miril e os growls death metal do baixista e vocalista Elia
levam a uma intensidade harmoniosa do som melancólico e ao mesmo tempo condutor
do metal. Além disso, o baterista Raphael e o guitarrista Benjamin
garantem essa mistura de groove, dureza, atmosfera e melodias que tão
carateristicamente descrevem o dark metal melódico do Askara.
Como
analisam a vossa evolução desde Horizon Of Hope até Lights
Of Night? Que pontos conectam os dois álbuns e que elementos os diferenciam?
Pergunta muito interessante,
obrigado! A composição de Lights Of Night é mais ao estilo de Melodic
Dark Metal. Horizon Of Hope tinha alguns elementos progressivos que já
não usamos. No entanto, conseguimos concentrar-nos muito mais na mistura de Gothic,
Doom e Death Metal. Também fomos para um estúdio melhor, o que
resulta em maior qualidade. E por último, mas não menos importante, ambos os
cantores fizeram algum progresso que deves conseguir ouvir.
De
que referências falam quando chamam ao álbum Lights
Of Night?
A noite representa os momentos
escuros, perdidos e vazios da vida, onde os humanos carecem de significado e
destino. Mas em todas as noites há luz (literalmente), por isso, aproveitamos
essa imagem para falar muito sobre esperança, energia positiva, liberdade e
coisas desse tipo.
Vocês
praticam um metal influenciado pelos movimentos
góticos e dark, mas apresentam álbuns com títulos muito leves. Como
explicam este aparente paradoxo?
Existem muitas bandas de metal
que só distribuem letras negativas. Muitas vezes o Gothic e Doom
Metal é depressivo e suicida. Somos pessoas positivas. Claro que também
lutamos com a vida, temos as nossas lutas com ela. Mas sabemos que a música influencia
as pessoas e queremos espalhar a esperança.
De
volta ao novo álbum, qual foi a vossa intenção de incluir no meio uma curta música
chamada Reprise: Harbor Lights?
É um conceito onde usamos o tema de uma música e fazemos uma variação instrumental dessa parte. São os mesmos acordes, mas tocados de forma diferente. A Reprise funciona como um complemento para a atmosfera melancólica, mas bonita do disco.
É um conceito e gostamos de
músicas instrumentais que dão atmosfera e emoção a um disco. E como é uma
repetição de outra música do mesmo disco, queríamos chamá-la assim – reprise.
Para
mim, uma das músicas mais fortes do álbum é a épica To
Ailsa Rock. Curiosamente não foi escolhida como single. Foi devido à
sua longa duração?
Bem, na verdade, vai ter um lyric
video. Também sentimos que é uma peça forte e sim, a sua duração fez-nos escolhê-la
como último vídeo a ser lançado. Não é fácil para todos lidar com essa duração numa
música.
A
inclusão de um violoncelo leva o vosso som para outra dimensão. De que forma
surgiu essa ideia aparece?
Sim, foi tocado ao vivo/real, não
é um qualquer computador a imitar. Adoramos o instrumento e sempre quisemos um
convidado assim!
Há
uma referência no vosso Facebook com os Askara
como um quinteto. Podemos presumir que a violoncelista
agora é membro permanente da banda?
Não, continuamos a ser um
quarteto. No entanto, Judith que tocou no disco, juntou-se a nós para um espetáculo
especial ao vivo na nossa festa de lançamento do CD!
Estão
prontos para ir para palco? O que têm programado?
Sim, já fizemos três espetáculos
em 2022. De momento, mais dois estão programados e temos mais alguns em
preparação. Esperamos fazer mais, mesmo uma pequena tournée. Mas teremos
que ver, os concertos internacionais ainda são um pouco difíceis de organizar.
Muito obrigado, mais uma vez. Projetos e ambições para o futuro? O que têm em mente que nos posam dizer?
Como disse, qualquer oportunidade de tournée ou festival seria ótimo. Por isso, todos os bookers portugueses – contactem-nos!
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