Paulo
Franco e João Guincho é o duo que fornece a energia criativa aos Dapunksportif.
Embora, ao longo dos anos, outros elementos se tenham associado na criação do
melhor rock nacional. Soundz Of Sqeeze’O’Phrenia
já ficou quatro anos para trás e, com uma pandemia pelo meio que atrapalhou
significativamente, Old, New, Fast'n'Slow é o quinto álbum de originais de
uma banda que continua a mostra capacidade criativa e vontade de inovar. Quase
dez anos depois, voltámos a conversar com a dupla de Peniche.
Olá,
pessoal! Obrigado pela disponibilidade! A última vez que conversámos foi quase
há dez anos (foi em 2013 a propósito de Fast
Changing World). Quão rápido mudou o mundo neste período que nos traz uns
Dapunksportif com um novo disco?
O mundo continua
a rodar à mesma velocidade há muitos milhões de anos…. as nossas vidas é que
não! A instabilidade está ao virar da esquina e ninguém está imune aos
imprevistos da vida. É global. A única escapatória é lutar por algo que nos dê
prazer e bem-estar, connosco e para com outros. O equilíbrio social é fulcral e
a sanidade mental é constantemente colocada à prova. A música de cariz Rock
e derivados é a nossa salvação do tédio!
Sendo
vocês os dois são a base da banda, quem é que vos acompanha neste disco?
O Fred Ferreira
na bateria, já repetente no processo. E temos as estreias do Vicente Santos
nas teclas e do Filipe Brito no baixo, em algumas músicas.
E
depois ainda têm o Cabrita e o seu saxofone na faixa de abertura Raw
& Vulnerable. É a primeira vez que se socorrem de um instrumento,
digamos, não tão tradicional do rock, para uma música vossa?
Foi espontânea a
ideia de ter o Cabrita no saxofone arockalhado no tema/single,
no entanto esse espaço na música esteve desde o início guardado para tal
participação, pois ao fazer a música sentíamos e ouvíamos um saxofone a
desbundar!!!
Quando
surgiu a ideia de incluir o saxofone e como é que chegaram ao Cabrita?
Como disse
anteriormente, foi tudo muito natural e o contacto foi feito durante a paragem
pandémica. Houve logo uma recetividade e o desafio foi aceite. Durante a
paragem pandémica em que estivemos (músicos/artistas) arredados de tocar ao
vivo, permitiu-nos refletir na composição dos temas/músicas e suas nuances
rítmicas.
Permita-me
que vos diga que resulta na perfeição! Eu até acho que o sax encaixaria bem em
outros temas. Já pensaram inserir, em definitivo, esse instrumento na vossa
sonoridade?
Obrigado! Temos
tido uma ótima reação ao single. Sobre uma possível continuidade nesta
“parceria”? Tudo pode acontecer. De momento, é ao vivo que vamos procurar
incorporar o saxofone no alinhamento de Dapunksportif, em modo concerto.
Tem sido bastante interessante e posso assegurar que a coisa tem pernas para
andar. Só o tempo o dirá!
Soundz
Of Sqeeze’O’Phrenia já foi lançado há quatro anos. Por onde têm andado os
Dapunksportif? Parados é que não, suponho…
Estávamos com um
bom ritmo de concertos e aceitação no final de 2019 e perspetivávamos ter novo
disco por volta do final de 2020 ou início de 2021. Depois… depois toda a gente
sabe o que se passou… A vertente ao vivo sofreu um revés bastante grande e só
agora estamos a começar a retomar o ritmo, mas estivemos sempre de certa forma ativos,
na escrita e na composição, tanto para este disco como para um próximo
trabalho. Há sempre algo para se fazer ou então inventa-se.
Quando
começaram a trabalhar em Old, New, Fast’n’Slow?
E qual foi o vosso objetivo inicial para este álbum?
Em finais de
2019 já tínhamos 90% das canções compostas em termos de letras, melodias…
ideias rítmicas e riffs de guitarra. É um disco no seguimento do último
em termos de composição e abordagem que já nos carateriza: criar canções. Foi
esse o objetivo principal, criar canções que nos façam bater o pé e abanar um
pouco o espírito roqueiro do ouvinte ou espetadores.
A
parte do Fast e do Slow percebe-se com a
audição disco. Mas a que corresponde o Old e o New?
São duas grandes
dicotomias que se sentem no nosso trabalho, de uma forma geral. Fast’n’Slow
por um lado porque temos músicas rápidas e por vezes essa velocidade é
contraposta por faixas mais calmas e Old/New porque quer no som que
fazemos bem como no tipo de riffs e ideias que usamos algumas podem soar
a Rock mais antigo e outros aspetos remetem-nos para uma abordagem mais
moderna do estilo. É tudo uma noção de tempo. Ou a ilusão de noção de tempo…
velho ou novo… depende dos ouvidos… do momento. Como referimos, julgamos que
essa ilusão é criada pelo som dos instrumentos, quer sejam as guitarras, a
bateria e agora com novos sons e elementos sugeridos pelos teclados, bem como
toda a produção e arranjos do álbum.
Um
tema como Maya difere um pouco do habitual som da
banda. De que forma ele surge e o que representa?
Curiosamente, a
faixa Maya foi a primeira a ficar finalizada, ou a ficar mais próxima do
resultado final. A ideia urgiu de um convite do Fred para fazermos uma banda
sonora para uma curta-metragem, da qual tinha sido convidado para produzir a
sonoplastia, mesmo antes do início da pandemia. Toda a faixa tem um ambiente
meio sinistro e com grande carga emocional pois foi essa a sensação que a
visualização da curta nos provocou. Podemos afirmar que a faixa e todo o
ambiente sonoro foi uma abordagem cinematográfica, o que também foi uma estreia
para nós e do qual o resultado nos satisfaz bastante.
Podemos ver aí uma eventual linha musical orientadora para futuros trabalhos?
Pode ser um dos
aspetos, se consideramos em fazer um trabalho mais conceptual ou baseado em
alguma obra literária ou cinematográfica, ou algo do género. Há ainda algumas
abordagens que temos deixado para outros momentos. Nem sempre aquilo que desejamos
pode vir a acontecer, mas temos ainda algumas ideias a concretizar para futuros
trabalhos.
De
que forma correram os trabalhos de gravação com o Ricardo Riquier? Tudo como
planeado?
De certa forma
sim, no entanto houve alguns contratempos causados pelo Covid e tivemos de
alterar a agenda e prazos, mas no estúdio sempre correu tudo muito bem e
ficámos muito agradados com o resultado final.
Como
estamos de estrada para os próximos tempos?
Os concertos
mais imediatos são: 5 de agosto no Festival Sons na Areia, na Areia Branca; 8
de agosto em Peniche nas Festa da Nossa Srª da Boa Viagem em que tocamos com os
Xutos e Pontapés; mas já temos concertos até ao final do ano a serem divulgados
oportunamente nas nossas redes sociais.
Muito
obrigado, pessoal! As maiores felicidades! Querem enviar alguma mensagem?
Obrigado ao Via
Nocturna pela entrevista e... venham aos concertos apoiar o Rock
nacional!!!
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