Melquiades é um novo projeto nacional e é descrito pela
estranha equação de o
post-rock, o math e a fusão foram à praia e envolveram-se romanticamente com a
música étnica e Latina. Com gente que já passou por formações diversas e de
vastas áreas de influência, essa confluência é natural. Fomos perceber com a
banda de que forma surge o álbum Fountain Of Shingle, sucessor do
EP Oyster Eggs.
Olá, pessoal! Obrigado pela disponibilidade! Os Melquiades
são uma entidade já com cinco anos de existência, mas, se me permitem, começo
por perguntar porquê decidiram iniciar este projeto?
O Luís, o Diogo e o João tocavam
juntos já há algum tempo noutra banda, quartoquarto, bem como o João já
tinha tocado durante alguns anos com o António em Heats e tinha depois
duas músicas já feitas com ele e o Luís para aquilo que viria a ser Melquiades.
Rapidamente o Diogo acabou por se juntar à banda que ainda não tinha baterista.
Em que nomes ou movimentos procuram encontrar as vossas
inspirações?
Hiatus Kayote, BADBADNOTGOOD,
Mars Volta, Memória de Peixe, Tortoise, Marvel Lima,
Galgo, Hermeto Pascoal, Koji Kondo, Pop Culture, 8bit,
videojogos, música latina, música brasileira...
Já tinham tido outras experiências musicais anteriores?
De que forma é que elas se revelam neste novo projeto?
Para além de
já termos tido todos vários projetos anteriores ao longo de quase ou mais de 10
anos, cada um dos elementos também tem diversas influências quer musicais ou
académicas desde o jazz à música brasileira, música clássica, e vários
outros géneros musicais como o rock, post rock, post-hardcore,
prog-rock, funk, música eletrónica, etc.
Um dos aspetos mais curiosos da banda é o nome:
Melquiades. O que significa e, principalmente, como chegaram a ele?
Depois de
vários meses em discussão sobre qual seria o nome da banda, o Luís acabou por
sugerir inicialmente Melquiades Estrada, retirando a ideia do filme Os Três
Enterros de Melquiades Estrada (Tommy Lee Jones).
A vossa presença na coletânea Novos Talentos FNAC 2021
permitiu abrir algumas portas?
Certamente!
Enquanto banda de música alternativa qualquer tipo de promoção é sempre
bem-vinda, mais ainda face à concorrência fantástica de diversos projetos a
nível nacional. Um dos momentos que mais facilmente podemos logo apontar foi a
presença no festival Fnac Live 2022.
De que forma Fountain Of Shingle mostra a vossa evolução a partir
do EP Oyster Eggs?
Este disco é
um aprimorar das ideias iniciadas no primeiro EP. Uma vez que também foi
misturado e masterizado por nós acabou por ser possível ter mais tempo para
desenvolver algumas ideias que noutras condições em estúdio não seriam
possíveis. Trabalharam-se mais cuidadosamente os timbres dos vários
instrumentos, nomeadamente os synths e isso permitiu que o disco ficasse
ainda mais próximo daquilo que imaginámos relativamente ao primeiro EP. As
harmonias, melodias e ambientes estão mais maduras e ricas, no entanto sem
nunca perder a honestidade.
De que forma definiriam Fountain Of Shingle? E,
principalmente, como surgem e como explicam alguns títulos estranhos para as
vossas composições?
Uma viagem.
Cada música é bastante diferente uma da outra, no entanto mantendo sempre a
sonoridade que acaba por definir e distinguir a banda e que liga todas elas de
forma concisa e hipnótica.
Contam com dois convidados para pequenas partes vocais.
Qual foi o objetivo desses convites?
Os dois
convidados são já amigos de longa data e, por obra do destino, estavam
presentes nos momentos em que gravaram. Deram o seu input e gostámos...
e assim ficou.
De que forma correram os trabalhos de gravação? Tudo como
planeado?
Por muitos
planos que se façam há sempre contratempos e assim os houve, sobretudo no que
toca à mistura. Não estávamos ainda contentes com o resultado e só alguns meses
depois de termos gravado é que acabámos por decidir ser nós a misturar, embora
no final do todo o processo tenhamos sentido que esse atraso acabou por
compensar e foi a decisão mais acertada.
Já há planos para palco? O que nos podem adiantar?
Apesar do
álbum só ter saído no dia 14 de abril de 2022 já o tínhamos apresentado quase
integralmente alguns meses antes, em fevereiro e também no ano anterior nos Anjos
70. Desde o lançamento que temos tocado algumas vezes, sobretudo em Lisboa,
mas os concertos têm aparecido e assim esperamos que continue.
Muito obrigado, pessoal! As maiores felicidades! Querem acrescentar alguma coisa que não tenha sido abordada?
Muito obrigado pelo interesse e esperamos ver sempre cada vez mais pessoas nos concertos!
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