Entrevista: Peter Suede


 

Pedro Baptista é um jovem normal. É de Coimbra. Estudante. Durante a pandemia compôs algumas canções que, eventualmente chegaram aos ouvidos de Victor Torpedo e deste às mãos da Lux Records. Musicalmente, Pedro Baptista dava lugar a Peter Suede e nascia o seu primeiro álbum Snake Skin. E foi com ele que conversamos a respeito desta aventura musical que agora se inicia.

 

Olá, Pedro! Obrigado pela disponibilidade! Como estás a viver este sonho de veres as tuas músicas lançadas em CD?

É fantástico. É uma parte importante de todo o processo que está a acontecer e é realmente gratificante ver todo o meu processo criativo e a minha música a chegarem às outras pessoas, ao público.

 

Quando compuseste estas canções, durante os confinamentos, alguma vez pensaste que este poderia ser o seu destino?

Nunca me ocorreu, porque sempre fiz as composições de forma natural, sempre as fiz com a intuição de o fim delas ser a minha composição, um trabalho que eu mais tarde pudesse recordar, e não já com a ideia de colocar cá fora. A ideia surgiu eventualmente e fui para a frente com ela.

 

Sei que pelo meio houve aí algumas reviravoltas. Para começar, de que forma é que estes temas chegaram ao Victor Torpedo?

O Victor esteve ligado desde cedo, porque foi das primeiras pessoas fora de casa a ouvir as minhas músicas. Ele ouviu e falámos em gravar, em tentar melhorar as gravações que eu tinha.

 

Depois, o Victor fez algumas alterações nos teus temas. Mas, o curioso é que tu nunca soubeste de nada, pois não?

Não diria alterações. As músicas foram escritas por mim e a base delas nunca se alterou. O Victor chegou até mim com gravações da bateria feitas pelo Brito e com os teclados do Cordeiro, e combinámos uma data para gravar as músicas. Depois de gravadas, ele também adicionou a guitarra dele, com linhas sugeridas por ele. Foi importante e um ótimo acrescento ao que eu já tinha.

 

Como é que, entretanto, chegaste à Lux Records para o seu lançamento?

Depois de tudo gravado, a Lux foi a primeira editora que me surgiu, claro, ainda para mais sendo de cá, de Coimbra. Com o meu pai e depois com o Victor, também, falámos com o Rui e apresentámos o meu projeto. Ele gostou e fomos em frente. Só tenho palavras para agradecer tudo o que tem sido feito em conjunto com o Rui e com a Lux Records.

 

Em termos de influências, que nomes ou movimentos mais te influenciam ou influenciaram na criação destas canções?

Na minha música eu sinto que em nenhuma se reflete totalmente uma influência nítida, acho que é um conjunto de nomes, artistas e bandas, que juntos me dão um bocadinho de cada um para eu compor as minhas músicas. Mas a dizer três bandas para me influenciarem diria Red Hot Chili Peppers, The Cure e Mão Morta. E isto não quer dizer que a minha música seja um reflexo das músicas deles, eu ouço milhares de artistas diferentes e de estilos diferentes, mas estes são provavelmente os nomes de onde eu tiro mais conteúdo para a minha produção/composição.

 

Quando e porque o nome Pedro Baptista é substituído por Peter Suede?

Peter Suede é o meu nome artístico e (só) é o meu nome quando me abordo ou abordam de tal forma, enquanto artista. Se eu estiver em cima do palco, sou o Peter Suede, se eu lançar uma música, sou o Peter Suede, se me pedirem um autógrafo, sou o Peter Suede. Mas se me encontrarem noutro contexto, sou o Pedro Baptista, um jovem normal. Peter Suede é a minha personagem. É a minha forma de me expressar segundo a música, de me mostrar enquanto artista. Não surge como uma necessidade, apenas como um outro nome para a pele do artista, uma pele que se veste quando se vai para o palco.

 

Por esta altura, já tiveste a festa de apresentação no Salão Brazil, certo? Como correu? Há planos para mais espetáculos em breve?

O concerto do Salão Brazil foi muito acolhedor para um primeiro concerto, e ver tantas caras conhecidas foi-me extremamente gratificante. Acho que gostaram do concerto, tive feedback bastante positivo. Espero que voltem mais vezes e tragam ainda mais pessoas. É evidente que quero mais concertos e espero por tal. Para já, ainda não há datas marcadas, mas tudo vem com o seu tempo. Há que esperar para criar performances ainda melhores, com mais público, com a música "no ponto". E mais público jovem, cativar os mais jovens, os da minha idade para este tipo de música que existe. Voltar a mover os jovens para os concertos, para os moshpits e para toda a loucura do rock.

 

Muito obrigado, Pedro! As maiores felicidades! Projetos e ambições para os próximos tempos?

Mais concertos, mais música, mais diversão, mais pessoas e uma vida saudável para todos, para mim, para os que me acompanham e para todos os que me veem. Obrigado.

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