Dreamlord Opera (MAGISTARIUM)
Independente
Lançamento: 01/junho/2022
Depois do soberbo War For All And All For
One era enorme a expetativa para perceber como é que os alemães Magistarium
se safavam da dificuldade que criaram a eles próprios com um álbum tão
grandioso. E o que se pode dizer, desde já, a respeito de Dreamlord Opera,
o seu novo trabalho, é que a sua qualidade, inteligência musical e criatividade
não saíram minimamente beliscadas. Mas, atente-se: Dreamlord Opera é um
disco diferente. Abre forte, com uma bateria possante e vocais bem puxados e
agressivos em No World Without Hero. E continua assim em Into The
Storm. São dois temas que agarram logo ali o ouvinte. Porquê? Desde
logo as orquestrações são sublimes; depois porque as canções são tudo menos
banais, pela forma como crescem e evoluem, como se tornam complexas e
intrigantes; e, finalmente, pela forma teatral como todo o cenário é
apresentado. Como dissemos, Dreamlord Opera é ligeiramente diferente do álbum
anterior dos Magistarium: nesta fase já notamos isso com um trabalho
composicional, orquestral, sinfónico e de arranjos que se aproxima dos Lingua
Mortis Orchestra ou das fases mais sinfónicas dos Rage. Todo o
dramatismo surge à terceira faixa quando um órgão de igreja abre um tema mais
compassado, com bass & drum e com uma deliciosa melodia. Melodias
grandiosas que voltam a surgir, logo a seguir, no tema-título. Invincible
revela-nos um bom trabalho coral, mas, acima de tudo, exigentes e arriscados
malabarismos rítmicos que tornam este tema em algo de especial. Para terminar
esta sensacional secção do álbum, To The Gates Of Hell volta a trazer
arranjos orquestrais magistrais aos quais se associam o melhor trabalho coral
de todo o álbum (com Oleg Rudych a ter o seu melhor registo de tenor)
tudo embrulhado numa melodia dinâmica. A partir daqui a banda vai mostrar que
consegue reinventar-se a si própria. Não propriamente em Lonely Star,
uma excelente balada com linhas de piano e guitarras acústica e clássica a
desempenharem o seu papel emocional, mas não muito longe do registo a que nos
habituou, mas para os três temas finais. Por exemplo New Reality mostra,
de forma clara, uma nova realidade musical da banda de Hanover, com a inclusão
descarada de elementos eletrónicos que juntamente com os coros, numa inspiração
Luca Turilli, resultam particularmente bem, até porque o trabalho
orquestral se volta a revelar magistral. Mais estranho, é a orientação
gótica (bem ao estilo dos Sirenia) de The Final Curtain, em
registo compassado e melódico com linhas de piano e vocais femininos. Um final
diferente e inovador, mas não tão empolgante quanto o início. Um início que se
tenta recuperar com o tema bónus, embora The Tempter acabe por revelar
mais desinspirado que tudo o que foi feito antes. Em suma, Dreamlord Opera
é um disco de grande classe. Mais orientado para as orquestrações do que para
as melodias, acaba por mostrar que os Magistarium têm muito por onde
evoluir e procuram essa evolução. [94%]
Highlights
No World
Without Hero, Into The Storm, Higher And Higher, Dreamlord Opera, To The Gates
Of Hell
2. Into The
Storm
3. Higher And
Higher
4. Dreamlord
Opera
5. Invincible
6. To The
Gates Of Hell
7. Lonely Star
8. New Reality
9. The Final
Curtain
10. The
Tempter (bonus track)
Line-up
Oleg
Rudych - vocais, teclados
Michael Pesin – guitarras
Ingo Luehring – baixo
Volker
Brandes – teclados, backing vocals
Sebastian
Busch – bateria
Convidados
Louis Viallet – arranjos
orquestrais
Doreen Fleck, Alyona Mazhorova,
Daniel Sibert, Alexander Abramovic – vocais
Nehir Keskin – violoncelo
Micahel Urowsky - narração
Internet
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