Entrevista: Masque Of Art

 


Estes músicos já por cá andavam nos anos 80, mas só agora foi possível recuperar todo esse espírito rockeiro. Nasciam os Masque Of Art. E o álbum de estreia, Masquerade, é tudo que um fã de classic rock necessita. E, apesar do desânimo causado pelo súbito falecimento de Jörgen J Andersson, um dos mentores deste projeto, quando já gravava as guitarras para o sucessor deste álbum, o baterista Peter Lundgren afirma que irão continuar a trabalhar porque, seguramente, seria isso que o seu colega quereria.

 

Olá, Peter, como estás? Obrigado, pela tua disponibilidade. Quem é essa nova banda Masque Of Art? Podes apresentá-la aos rockers portugueses?

Olá, Pedro, estamos honrados com o convite para esta entrevista. A banda começou como um projeto de estúdio. O guitarrista e compositor Jörgen J Andersson convidou-me para o acompanhar no seu projeto de estúdio. Jörgen e eu tocámos juntos no final dos anos 80 e gostámos muito. Naquela altura nunca gravámos nada além de demos, portanto sentimos que era uma questão de agora ou nunca continuar com a gravação do álbum que nunca gravamos na década de 1980.

 

Sendo membros com grande longevidade na cena do rock e tendo tocado em várias bandas, quais foram os vossos propósitos para esta nova banda? O que tentaram encontrar em Masque Of Art?

Há já algum tempo que Jörgen estava a escrever músicas e quando todos começamos a trabalhar na gravação, todos nos apaixonamos pelas músicas. As músicas têm todas as influências das bandas que ouvíamos quando começámos a tocar nos anos 1970. A gravação do álbum foi muito gratificante do ponto de vista musical, e gostamos tanto, que decidimos ter uma banda ao invés de apenas um projeto de estúdio.

 

Quais são as vossas principais influências para este novo projeto?

Há muitas influências nas músicas e muitas influências no estilo de tocar de cada músico, mas eu diria que as influências que devem ser mencionadas são Beatles, Queen, Deep Purple, Led Zeppelin, Van Halen, City Boy e Toto. Claro, há muito mais bandas e músicos que nos influenciaram a todos nós.

 

O lançamento do álbum foi adiado devido à pandemia. Desde quando têm o álbum pronto?

Bem, as gravações reais foram concluídas na primavera de 2018. Quando percebemos que tínhamos que refazer o processo de mistura, algumas coisas foram regravadas e, finalmente, o segundo processo de mistura começou durante o outono de 2018 e foi concluído na primavera 2019. Nessa altura, começámos a trabalhar com os videoclipes e decidimos lançar o disco no início de 2020, mas a pandemia fez-nos mudar de ideia e parar tudo.

 

Na tua opinião foi uma boa decisão adiar o lançamento?

Queríamos sair para a estrada e promover o álbum e como a pandemia tornou impossível tocar ao vivo, achamos que seria melhor adiar o lançamento.

 

Como descreverias Masquerade para quem não vos conhece?

Bem, nós vemo-nos como uma banda de rock clássico com influências AOR. Todas as músicas são baseadas em melodias fortes e harmonias bastante intrincadas, mas também há, em algumas músicas, alguns riffs de guitarra pesados baseados em blues.

 

E como descreverias para os para os vossos fãs mais antigos? Achas que conseguem alcançar tanto esses fãs mais antigos como a nova geração?

Bem, acho que descreveríamos da mesma forma para os ouvintes mais antigos. Eu acho que é mais fácil para nós alcançarmos os ouvintes mais antigos porque provavelmente eles serão capazes de identificar todas as nossas influências, já que provavelmente costumavam ouvir as mesmas bandas que nós costumávamos. Mas, mais uma vez, as melodias fortes irão agradar a qualquer ouvinte, portanto não é impossível que até mesmo os ouvintes mais jovens gostem de nós.

 

Por que escolheram o título Masquerade para este álbum? Existe algum significado específico? É um álbum conceptual?

Não é propriamente um álbum conceptual, pelo menos não pensamos assim desde o início. Eu criei o nome Masque porque pensei que escrever músicas e tocar música pode dar-te, ou ao ouvinte, a possibilidade de entrar num outro mundo, um mundo imaginário, onde podes ser quem quiseres pelo comprimento de uma música, um álbum ou um espetáculos, se quiseres. Como quando vais a um baile de máscaras, podes ser Zorro, Batman ou qualquer um que gostes. Todos gostaram do nome Masque, mas percebemos que havia uma banda americana chamada Masque, por isso decidimos adicionar uma palavra. Eu tenho algumas lindas máscaras venezianas em casa que parecem verdadeiras obras de arte, e foi assim que surgiu a palavra arte. Depois que decidimos usar o nome Masque Of Art, as máscaras passaram a funcionar como uma espécie de “continuidade conceptual”, como diria Frank Zappa. Zappa tinha muitas continuidades conceptuais na sua enorme produção e uma delas eram os poodles mas não podíamos usar isso obviamente (risos).

 

Como está a vossa situação como banda? Já agora podes dar-nos alguma novidade em ralação a novos trabalhos?

Infelizmente Jörgen J Andersson faleceu no início de julho após um curto período de doença. Tinha acabado de gravar todas as guitarras do nosso próximo álbum quando ficou doente e dois meses depois, morreu. Decidimos continuar e terminar o segundo álbum. Provavelmente continuaremos com isso mais tarde durante este outono. O irmão mais novo de Jorgen, Torbjörn, encorajou-nos a fazer isso porque ele sente que é exatamente o que Jörgen também teria desejado.

 

Estão prontos para ir para palco? O que têm planeado?

Decidimos começar a preparar-nos para os ensaios durante este outono para que estejamos prontos para a estrada no início de 2023. Jörgen Svensson, o nosso outro guitarrista do álbum, assumirá a responsabilidade por todos os deveres da guitarra a partir de agora, pelo menos é isso que estamos a discutir agora.

 

Muito obrigado, Peter, mais uma vez. Queres acrescentar mais alguma coisa?

Muito obrigado, esperamos tocar ao vivo em Portugal no futuro!!


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