Entrevista: Sodom


 

Foram 40 anos que passaram num instantinho! 40 ano a praticar do melhor thrash/death metal que a Europa e o mundo já viram e ouviram. E agora resumidos no épico 40 Years At War – The Greatest Hell Of Sodom. Temas que passam em revista toda a carreira dos Sodom, tocados pela formação atual, mas preservando a identidade de cada tema que, no fundo, é uma marca de personalidade da banda em cada período da sua história. O carismático líder que deixou as minas para apostar totalmente no seu projeto, Tom Angelripper, fala-nos desta compilação. E nós dizemos… que venham mais 40!

 

Olá, Tom, antes de mais nada, parabéns pelo 40º aniversário dos Sodom! Foi uma jornada incrível, não concordas?

Sim, foi uma loucura. O tempo passou tão rápido, é inacreditável. Mas também estou muito orgulhoso de ter chegado tão longe.

 

Quando um jovem chamado Thomas Such começou esta banda em 1982, alguma vez pensou, naquela altura, no que seria capaz de alcançar?

Queríamos escapar e encontrar consolo e alegria entre pessoas que pensam da mesma forma. Basicamente, esses foram os fatores que nos fizeram decidir começar a nossa própria banda. Foi uma revolução. Queríamos ser odiados. Estávamos contra os nossos professores, treinadores e pais incompreensíveis. Na altura, queríamos mostrar que éramos diferentes e não compatíveis com o sistema.

 

Depois de todos estes anos, se te perguntasse quais foram os melhores e os piores momentos dos Sodom, o que responderias?

O melhor momento foi quando larguei o meu emprego de mineiro e comecei a minha carreira como músico profissional. Após o lançamento do Agent Orange, finalmente isso tornou-se possível. A editora apoiou-me. Eu dei o passo. A pior experiência foi quando paramos de autocarro em tournée na fronteira austro-húngara. Quando saí da casa de banho, o autocarro tinha desaparecido e ninguém se apercebeu que eu não estava a bordo. No final, cheguei apenas 12 horas atrasado ao local em Budapeste. Depois do espetáculo queríamos viajar para a Polónia, mas o meu passaporte desapareceu. Um desastre. Eu retrato isso exaustivamente no nosso nosso DVD LOD1. Deem uma olhadela. Por favor.

 

Olhando para o título, 40 Years Of War, parece que este longo período não foi muito fácil para a banda. É verdade ou é apenas um título thrashy?

Foi uma época boa, mas o negócio da música é muito difícil. Estás sempre a lutar para alcançar os teus objetivos. Isso às vezes chega aproxima-se de uma guerra pessoal. Mas tens de perseverar e nunca desistir. No entanto, o título refere-se à eterna luta contra o mal da nossa mascote Knarrenheinz, que tenta desesperadamente criar um mundo melhor.

 

Podemos ver este álbum também como uma homenagem aos teus companheiros que já não estão entre nós agora para comemorar esta data?

Dedicamos a música After The Deluge ao nosso guitarrista recentemente falecido Uwe Christoffers. Claro que também nos queremos lembrar de todos os outros membros falecidos da banda. Mas o álbum é dedicado a todas as pessoas que contribuíram para a nossa carreira, incluindo meus ex-colegas

 

No entanto, pensaram em abrir a participação a alguns antigos membros?

Não, essa ideia não esteva em debate.

 

40 anos se passaram e o vosso novo álbum, 40 Years At War – The Greatest Hell Of Sodom, pretendia refletir isso mesmo. Qual foi a vossa principal preocupação na elaboração deste best of?

Originalmente, a minha ideia era gravar um álbum ao vivo, mas devido ao covid não foi possível conseguirmos espetáculos adequados. Eu não queria apenas uma compilação como Ten Black Years. E tivemos a ideia de trabalhar numa música de cada álbum com a formação atual. A nossa editora também gostou.

 

As músicas foram regravadas com a formação atual, foram remasterizadas ou estão presentes como da primeira vez que foram lançadas?

Sim, estas são todas novas gravações com a formação atual. Era importante para nós não mudar as músicas e as letras. A magia das gravações antigas definitivamente deve ser preservada. Acho que estivemos bem. Foi muito trabalho, mas isso significou que voltamos a trabalhar com o material antigo. Isso também beneficiará o nosso setlist mais tarde.

 

Acredito que não tenha sido fácil escolher 17 músicas para o CD (incluindo alguns bónus) de uma carreira tão rica. Quais foram os vossos critérios de seleção?

Não queríamos escolher os hits habituais, mas as músicas que mais gostamos. Todos nós tomamos a decisão juntos. Mas não foi fácil porque temos tantas faixas ótimas em cada álbum.


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