Return To
Hemmersmoor terminou uma trilogia. Fear City começará outra? Fizemos
essa pergunta a Markus Ulrich, guitarrista dos Them, mas ficamos sem resposta!
Seja como for, o novo álbum deste projeto internacional, aprovado pela
pandemia, como eles afirmam, é mais uma história de suspense e terror que
decorre, desta vez, em Nova York nos anos 80. E que está intimamente conectada
com a anterior, pois os personagens são basicamente os mesmos, mas distanciados
por… 100 anos.
Olá, Markus, como tens passado
desde a última vez que conversamos? Obrigado, mais uma vez, pela tua
disponibilidade. Return To Hemmersmoor
terminou uma trilogia e, finalmente, no final de outubro, os vossos fãs poderão
ouvir a vossa nova e incrível história. O que nos podes dizer a seu respeito?
Obrigado a ti, pelo teu interesse
contínuo no que fazemos. Bem, tentamos manter tudo junto para que ainda soasse
como THEM, mas também queríamos trazer novas ideias, para que as pessoas
percebessem imediatamente que isso é algo novo que também contém elementos que
não tínhamos antes.
Em termos de conceito,
qual é a nova história? Onde encontraram a inspiração?
Fear City passa-se no
início dos anos oitenta, portanto, comparado com a trilogia, está cerca de cem
anos no futuro. KK Fossor regressa para caçar os descendentes do seu
oponente, o caçador de bruxas Peter Thompson. É uma espécie de caça ao
tesouro por Nova York. No final dos anos 70/início dos anos 80, Nova York era
um lugar perigoso para se viver e, por causa disso, as pessoas chamavam-na de Fear
City. O nosso guitarrista MJ teve a ideia de que os anos 80 seriam um bom cenário.
Houve alguma motivação
específica para se focarem nesse assunto?
Todos nós
crescemos nos anos 80, portanto quando MJ nos contou a ideia, todos gostámos. Também
é diferente porque escreves sobre um período que vivenciaste, pelo que nos
sentimos muito motivados e as ideias surgiam do nada!
Existe alguma ligação
entre os personagens de ambas as histórias?
Sim. KK Fossor é a mesma
pessoa, mas, bem, cem anos mais velho (risos). Minister Thompson, é um
pregador de TV é o antecessor do caçador de bruxas Peter Thompson, como
mencionado anteriormente. Um homem poderoso com muitas conexões. Depois, há Renaldo,
um sucessor do cúmplice de KK Remsen. Enquanto Remsen era um pouco tolo
e maníaco, Renaldo é um homem de negócios inteligente que sabe exatamente como
lidar com as coisas.
Mantêm regulares
intervalos de dois anos entre cada lançamento. São muito metódicos no vosso
trabalho para conseguir isso?
Quando se mora em dois
continentes diferentes, quase que tem que ser assim. Estamos muito focados e é
necessário nos recompormos para poder trabalhar assim. E sim, é muito trabalho,
mas também muito divertido ser criativo desta forma.
E,
especificamente para este novo álbum, quando começaram a trabalhar nestas
músicas?
Comecei com a primeira música
provavelmente dois meses depois de Return To Hemmersmoor ter sido
lançado. Por volta de dezembro de 2020.
Quando
começaram a trabalhar já tinham em mente o conceito ou surgiu mais tarde de
acordo com a direção das criações?
Quando MJ teve a ideia de que
deveria ser ambientado nos anos 80, Troy imediatamente colecionou ideias e estivemos
sempre em contacto. Ou seja, quando eu comecei com a música o conceito já
estava claro. Troy também trouxe os primeiros títulos das músicas e isso também
foi uma inspiração para eu escrever a música.
Antes
do lançamento deste novo álbum, saíram dois singles
– Welcome To Fear City e Retro 54. Por que escolheram estas
músicas? São representativas do álbum?
Acho que o álbum é tão variado
que é quase impossível encontrar algo representativo. Eu escrevi Retro 54
como um sucesso típico dos anos 80 e soube, desde o início, que deveria ser um
dos singles principais. No início, pensamos que Flight Of The
Concorde seria outro bom single, mas o chefe da nossa editora, Olly,
disse que preferiria Welcome To Fear City, o que também não foi problema
para nós.
Este
álbum segue a matriz composicional dos anteriores ou desta vez introduziram algumas
inovações?
O álbum contém influências de
quase todos os subgéneros do metal. Há riffs de metal
puro, há thrash, há doom, há influências progressivas e também
temos algumas partes de black metal e death metal. Além disso,
integramos algumas belas melodias de sintetizador e efeitos, já que é um álbum
que se passa nos anos 80. Podes ouvir isso logo a abrir. Até a introdução soa
como se fosse parte de um slasher ou filme de terror dos anos 80.
Então, houve uma nova
abordagem no processo de composição?
Sim, absolutamente. Há sempre e
deve haver algum tipo de nova abordagem para um novo álbum, mas desta vez
também foi o início de uma nova história.
Voltaram a trabalhar
separados por quilómetros de distância ou tiveram alguma possibilidade para se
reunirem?
Somos o que sempre nos chamamos
de “aprovados pela pandemia”. Estamos acostumados a trabalhar sem estarmos
juntos na sala, mas acho que isso também não mudaria se fôssemos vizinhos. A
música é tão complexa e diversificada que não é nada que pudesse ser tocada
numa sala de ensaio. Também quero ser criativo quando sinto que tenho algumas
boas ideias e não me quero forçar simplesmente porque há um ensaio.
Olhando para a formação
percebemos que têm um novo baterista. Desde quando Steve Bolognese está a
bordo? O que aconteceu com Angel Cotte?
Devido ao covid, Angel teve que
começar um novo emprego, o que agora o impossibilita de fazer tournées.
Ele seria capaz de tocar em alguns espetáculos aos fins de semana, mas era tudo,
uma vez que também começou uma família. Não houve mal-entendidos, ainda somos os
melhores amigos e ele é um pessoa fantástica. Steve ficou interessado quando
soube que estávamos à procura de um baterista. Ele já conhecia e gostava da
banda, portanto foi uma decisão fácil. Isso foi provavelmente há um ano e meio
atrás.
Steve teve a oportunidade
de contribuir para as novas composições? De que forma?
Quando escrevo músicas, escrevo sempre
demos instrumentais completos para que todos possam ouvir como poderia
ou deveria soar. Steve, é claro, estava livre para tocar o que quisesse e foi o
que ele fez.
Fear City é
o começo de uma nova história que continuará no(s) próximo(s) álbum(s)?
Vamos ver (risos)...
O que têm planeado para
uma tour? Portugal está incluído?
Ainda não sei. Definitivamente
queremos sair e é claro que seria incrível tocar em Portugal. Um dos meus
melhores amigos é português e nunca visitei o vosso país. Ainda assim, agora o
mundo está louco e as tournées ficam cada vez mais complicadas. Se
houver uma oportunidade de sair e tocar, lá estaremos!
Muito obrigado, Markus,
mais uma vez. Queres acrescentar mais alguma coisa?
Obrigado, também para ti e também
muito obrigado pelo teu apoio contínuo ao longo dos anos. Para os teus leitores
que ainda não sabem o que fazemos. Verifique-nos, nós não mordemos (com tanta
frequência…).
Comentários
Enviar um comentário