Thus Always To Tyrants (ARRAYAN PATH)
Pitch Black Records
Lançamento: 09/dezembro/2022
Os Arrayan Path já nos habituaram a
álbuns grandiosos e nós já sabemos que podemos esperar dos cipriotas as mais
espetaculares obras. Mais uma vez isso volta a acontecer naquele que é o seu
nono álbum de originais e que é apontado como a primeira obra realmente conceptual
criada pela banda, Thus Always To Tyrants. Pelo menos no sentido da
colocação cronológica dos eventos históricos, temática recorrente de uma banda
que vem de uma região do globo onde não faltam temáticas interessantes para
trabalhar nesse aspeto e que sempre usaram de forma inteligente. Desta vez, a
história anda em torno do Rei Evágoras e do Reino de Salamina, um dos momentos
marcantes da história do Chipre. Thus Always To Tyrants mostra os Arrayan
Path ao seu melhor nível e as surpresas surgem logo nos primeiros segundos com uma entrada desarmante com guitarra acústica que vai evoluindo para um
crescendo sensacional. Ultrapassada esta surpresa inicial, Thus Always To
Tyrants desenvolve-se tendo como base os pontos mais fortes dos Arrayan
Path: melodias muito fortes [Army Of The Myrmidons – Return To Troy Pt.
II (Origins) traz ADN de imortalidade!], atmosferas épicas de enorme
grandiosidade, harmonias soberbas com as duas guitarras a combinarem na
perfeição e a debitarem autênticos monumentos que tanto podem ser de enorme
beleza como de uma coesão maciça. Mas, há mais: as orquestrações sinfónicas não
são colocadas de forma avulsa, antes seguem um criterioso rigor o que as tornam
fundamentais sem nunca parecerem deslocadas ou exageradas. O mesmo se passa com
a inclusão de alguns fraseados de exotismo oriental. Tudo na devida dose, no
local e no tempo certos. Uma clara demonstração de maturidade e de
inteligência. Instrumentalmente, este também é um disco muito diversificado,
contendo momentos fortemente orientados para os riffs, cavalgadas
épicas, temas rápidos, mid tempo e compassados, até com alguma
influência doom. E até temos a inclusão de um órgão que remete para os
seminais Deep Purple. Acontece em Crossing Over To Phoenicia, uma
faixa muito mais direta e claramente 80’s. Vocalmente, Nicholas Leptos
está ao seu melhor nível, embora neste capítulo, os louros também devam ser
divididos com os coros que, por exemplo, num tema como The Battle Of Cnidus,
se revelam magistrais. Finalmente a composição. E neste particular o que difere
os Arrayan Path das outras bandas é quando para os outros o tema parece
finalizado, para os cipriotas… nunca está! Por isso, por mais genial que uma
canção esteja a ser, podem esperar sempre uma variação, uma mudança de ritmo,
de tempo, de estrutura, de melodia. A constante injeção de elementos novos e
diferenciados sempre foi uma mais-valia da banda e que neste novo trabalho
volta a ser confirmada. Esta crónica já vai longa, mas como há ainda tanto para
descrever em cada um dos 11 temas (mais dois bónus na versão em CD), o melhor é
adquirirem mais esta obra-prima e cada um descobrir por si próprio. [96%]
Highlights
Oh Dark Tears
(Aftermath), The Battle Of Cnidus, Crossing Over To Phoenicia, Of Royal
Ancestry, Army Of The Myrmidons – Return To Troy Pt. II (Origins), Deny/Destroy
(Parts I & II): From A King To A
King, Artaxerxes II Mnemon
2. The Usurper
3. The King’s
Aegis… They Came From The Taygetos Mountains
4. The Battle
Of Cnidus
5. Artaxerxes
II Mnemon
6. Crossing
Over To Phoenicia
7. In Salamis
8. Raid Of The
Achaemenids
9. Of Royal
Ancestry
10. The Legend
Of Evagoras
11. Army Of
The Myrmidons – Return To Troy Pt. II
(Origins)
12.
Deny/Destroy (Parts I & II): From A
King To A King (CD bonus)
13. Ancient
Winds (CD bonus)
Line-up
Nicholas Leptos – vocais
Socrates Leptos – guitarras
Christoforos Gavriel – guitarras
Miguel Trapezaris – baixo
Stefan Dittrich – bateria
Convidados
Gary Wehrkamp, Paolo Viani, Enzo Donnaruma, Louis
Syrimis, Harrys Pari, Christina Polycarpou
Internet
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