Três
canções do EP de 2020 e mais três temas novos fazem parte do lançamento
de I, que ainda inclui mais um tema ao
vivo, Pulse Pulse. Originalmente lançado em 2021, apenas no
Japão, a editora italiana Wormholedeath Records promoveu, no final do ano de
2022, uma edição internacional do álbum de um dos mais exuberantes grupos de prog-rock.
E foi com base nesse lançamento que chegámos à fala com o
coletivo nipónico.
Olá, pessoal, obrigado pela disponibilidade. Antes
de mais, podem apresentar os Evraak aos rockers
portugueses?
Olá, obrigado por apresentares a nossa banda. Nós
somos os Evraak do Japão. Tocamos rock progressivo com seis
membros. Hayawo Kanno toca guitarra; Koji Kawashima baixo
(nós também compomos); Marina Seo é a cantora; Takeshi Yoshida
toca bateria; Miki Hasegawa piano e sintetizador e Tengoku Imagawa
saxofone e sintetizador de sopro..
Quando surgiu a ideia de criar os Evraak e com que objetivos?
Originalmente, tocávamos músicas totalmente
diferentes uns dos outros. Alguns dos membros conheciam-se, mas outros não. Um
dia em 2018, Koji Kawashima teve a ideia de formar uma banda de rock
progressivo de repente. Sem motivo, apenas uma ideia. Hayawo Kanno e Takeshi
Yoshida aceitaram aderir rapidamente a essa ideia. Hayawo já tinha algumas
peças de rock progressivo e imediatamente moldou a demo Sacrifice.
Esse foi o nosso início. Depois disso, Koji, Hayawo e Takeshi foram para o
estúdio de ensaio e gravaram a nossa demo da música Sacrifice. Usamos
aquela fita demo (essa expressão é antiquada) para procurar membros.
Então reuniram-se três membros. A Marina veio da música de vanguarda. Tengoku
veio do Jazz, Miki veio da música artística. Achamos que isso é quase um
milagre porque a composição dos membros está muito próxima das origens do Prog-Rock.
Quais são as vossas principais
influências e background musical?
É muito diferente em cada
membro. Koji e Hayawo gostam do original rock progressivo, especialmente
Yes e King Crimson. Takeshi gosta da bateria
de Bill Bulford. Marina gosta de punk-rock
japonês, Tengoku gosta de jazz, funk e soul music. Miki
gosta de Yann
Tiersen. Todos nós
gostamos de música diferente, o que torna a música interessante.
O vosso primeiro álbum foi lançado pela Wormholedeath Records.
Como se proporcionou essa ligação?
Na verdade, já lançámos o
primeiro álbum de forma independente em 2021. Também distribuímos para todo o
mundo. A nossa música foi bem recebida, especialmente na Itália. Um dia,
recebemos o contacto do dono de um webzine italiano de rock
progressivo. Ele disse “gostariam de lançar a vossa música pela Wormholedeath”? Porque ele tinha o
relacionamento com a editora. Fomos muito cuidadosos, fizemos muitos contactos
e decidimos assinar o contrato. Porque nunca assinamos um contrato no Japão!
Felizmente, alguns dos membros entendiam inglês, e pudemos comunicar com eles.
Se fosse em italiano, a comunicação poderia ter sido difícil.
Este álbum contém as vossas três primeiras músicas lançadas como
EP em 2020. Mudaram alguma coisa nessas músicas antigas para o álbum?
É incrível como vocês
conhecem bem o nosso EP! Nós vendemos apenas 100 cópias desse EP. Muito
limitado. Como disseste, três músicas do EP Sacrifice, Into The New World
e Cure. Os vocais, guitarra e baixo foram regravados para essas três
músicas do álbum. Também remisturamos e remasterizamos. Queríamos regravar
todas as partes dos instrumentos, mas a situação do Covid-19 tornou isso
impossível. Fxxk o Covid-19!
O elemento inovador na
vossa música é a inclusão do saxofone. Quando descobriram que ele podia ter tanto
impacto?
Eu sabia que Tengoku é um executante
muito poderoso e técnico, mas a sua capacidade de improvisação ultrapassou a nossa
imaginação! Portanto, nunca lhe demos nenhuma instrução especial. Acho que tem
um super impacto porque não lhe dizemos o que fazer.
Tengoku, é engraçado que não sejas um músico de rock progressivo, mas sim um músico de jazz.
Foi fácil para ti adaptares-te às suas estruturas musicais e a um ambiente mais
rock?
Tengoku: Nunca foi fácil
para mim e é sempre um desafio. Ainda estou à procura da nota que combina com as
nossas músicas e a tentar habituar-me mais com os compassos estranhos.
Como foi o processo de gravação? Recorreram muito à improvisação?
Na maioria dos casos,
Hayawo e Koji compuseram a música demo do começo ao fim. Em minha casa temos
capacidade de música de desktop para programar o padrão de bateria,
guitarra gravada, baixo e etc. Depois disso, ouvimos a música demo
finalizada. Se os membros gostarem dessa música, começamos a prática para
apresentação ao vivo. Fazemos o ensaio de estúdio várias vezes, arrumamos aos
poucos. Quando o arranjo é fixado, começamos a gravação. A parte da bateria é a
primeira, depois baixo, guitarra e piano. Vocal e saxofone são os últimos.
Maneira muito tradicional.
Com uma estrutura musical tão exótica e complexa, como conseguem
encaixar a voz?
Inicialmente não sabíamos
como encaixar a voz da Marina. Mas ela cresceu imediatamente e encaixou-se na
nossa música. Especialmente a sua performance ao vivo recente é incrível! Ela
não é apenas vocalista. É uma voice performer e atriz de palco. Eu
adoraria que visses os seus espetáculos recentes.
Estão prontos para ir para palco? O que estão a preparar?
A nossa primeira prioridade
é sempre a performance ao vivo. Se a apresentação ao vivo não for boa, os ouvintes
ficarão desapontados. Portanto, estamos sempre prontos para a melhor
performance ao vivo.
Muito obrigado, mais uma vez, pessoal. Querem acrescentar mais
alguma coisa?
De qualquer forma, obrigado
por ouvires a nossa música. Esperamos que a nossa música seja ouvida por todos
os fãs de música, não apenas pelos fãs de rock progressivo. Apreciem!
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