O guitarrista Arjan van Heusden e o
vocalista Joël Oorebeek já
têm vindo a trabalhar juntos, mas a sua nova aventura musical parece ser aquele
que os vai, definitivamente, projetar. Chamam-se Subspectral e estrearam-se no início deste ano com I, um must para os
mais exigentes fãs de modern metal ou metalcore, com uma interessante relação entre
melodia e brutalidade e com um fantástico desenvolvimento no trabalho de
guitarra, onde não falta pitada de experimentação. O guitarrista Ronald
Versluis e o vocalista Jöel Oorenbeek apresentaram-nos este novo coletivo
neerlandês.
Olá, pessoal, obrigado pela disponibilidade.
Subspectral é uma banda jovem, por isso podem apresentar-se aos metalheads portugueses?
RONALD VERSLUIS (RV): Olá Portugal! Como é que é? Em primeiro lugar, muito
obrigado por contactarem os Subspectral.
Como referiste na pergunta, somos uma nova banda de metal dos Países Baixos. No início deste ano lançamos o nosso
primeiro disco chamado I. Fazemos metal moderno com um toque progressivo: riffs encorpados, ritmos progressivos e
estruturas musicais surpreendentes. Somos cinco pessoas: Joel – vocal, Arjan –
guitarra, eu, Ronald – guitarra, Folke – baixo e Stephan na bateria.
Mas, Arjan e Joël já trabalham juntos há muito
tempo. Em que projetos estiveram envolvidos?
RV: Joël e Arjan estavam juntos
no precursor do Subspectral. Na
realidade, essa banda nunca teve vida. Stephan
Folke e eu tocamos juntos numa banda chamada Moments Gate há muito tempo. Essa banda existiu durante algum
tempo, mas nunca conseguimos encontrar um bom vocalista. Basicamente a vida
aconteceu e acabamos com a banda. Por volta de 2018, Stephan e eu estávamos à
procura de começar uma nova banda. A banda de Joël e Arjan estava à procura de um
baterista, por isso Stephan entrou como baterista e eu como guitarrista. Mais
tarde, o baixista saiu, e foi quando ligamos para Folke e nasceram os Subspectral.
E
influenciaram o percurso artístico da Subspectral?
RV: Sim, acho que, de muitas
maneiras, a sua formação influenciou sempre o seu caminho artístico. Por
exemplo, como já conhecia Stephan e Folke há algum tempo, sei o que eles gostam
quando escrevem música e onde estão os seus pontos fortes e fracos. Para Arjan
e Joël, isso era mais ou menos o mesmo. Eles têm trabalhado juntos e sabem do
que gostam musicalmente. Quando fundimos as bandas, acabou por ser uma
combinação muito boa. De certa forma, todos nós temos os nossos pontos fortes e
fracos, e se tens uma boa banda, esses pontos fortes e fracos devem
complementar-se. Foi isso exatamente o que aconteceu. Por exemplo, quando
entrei na banda pela primeira vez, escrevi a nossa primeira faixa Beyond The Clouds. Essa música assumiu
uma forma diferente quando surgiu no álbum, em comparação com a forma como foi
escrita originalmente. Como passamos da ideia à música final foi muito natural.
Eu escrevi uma ideia inicial, Joël adicionou letras e vocais, Arjan fez algumas
mudanças nos riffs e na estrutura,
Stephan trouxe algumas ideias rítmicas adicionais e Folke tratou dos graves. E
antes de percebermos, tínhamos a nossa primeira música! Portanto, começamos a
trabalhar dessa forma e percebemos que nós os cinco encaixávamos muito bem.
Quais
são as principais influências?
RV: Pessoalmente, estou virado
para o progressivo e sou muito influenciado por coisas como Between The Buried And Me, Textures, Dream Theater etc., mas o bom é que todos temos as nossas
diferentes influências. Arjan, por exemplo, vem mais do Death Metal. A mistura de origens diferentes funciona muito bem
para nós. Ou seja, acho que, como banda, a nossa principal influência é a nossa
formação diferente, essas origens combinadas que nos fazem soar como soamos.
Sendo
I o vosso álbum de estreia, qual
foi o vosso propósito para ele?
RV: Em primeiro lugar, divulgar a
nossa música! Em segundo lugar, é claro, conseguir alguns espetáculos e levar a
nossa música ao palco. Mas acho que a parte mais importante de fazer um disco é
que é muito divertido! É bom trabalhar juntos, criar algo, fazer música.
No
vosso Bandcamp diz que o álbum foi lançado em fevereiro de 2021, conforme
consta no CD. No entanto, no PR e em algumas outras publicações, refere-se ao
lançamento em fevereiro de 2022. Podes explicar-nos o que aconteceu?
RV: Obrigado por referires isso,
houve um erro! O nosso álbum foi lançado em 2022. Corrigimos a nossa página do Bandcamp. Em 2021 ainda estávamos
ocupados com as gravações!
O
título I é muito enigmático no
que diz respeito às questões líricas das músicas? Podes falar-nos quais são os
vossos temas principais?
JÖEL OORENBEEK (JO): Os temas das nossas músicas em I são múltiplos. Beyond The
Clouds é sobre confiar num poder superior e ir além das suas circunstâncias
e limitações, simplesmente colocando esperança. In Equality foi inspirado no filme Michiel de Ruyter e é essencialmente sobre a aceitação e tolerância
dos outros. Vamos chamar isso de respeito. Jigsaw
é sobre um dos meus bandidos favoritos e sobre aceitar todas as más escolhas
que fazes. Conformity é aceitar-te a
ti próprio, independentemente das opiniões das outras pessoas. Straitjacket fala da libertação do que a
sociedade e as outras pessoas esperam e exigem de ti. E, finalmente, Shadowdancer é sobre vício e aceitação
da minha sexualidade.
Como decorreu o processo de gravação? Tudo planeado?
RV:
O processo de gravação foi longo. Quando a banda começou a ganhar forma, o
Covid atingiu o mundo e tudo fechou. Nessa altura, decidimos usar o tempo para
gravar o nosso disco de estreia. Como estava tudo fechado, não podíamos usar
estúdios. Felizmente, Arjan e eu temos experiência e ferramentas de gravação, por
isso gravamos todos os instrumentos nas nossas casas e na sala de ensaios. Este
trabalho foi muito
bom, só que demorou muito, já que estávamos limitados nos nossos encontros devido
aos confinamentos. Mas conseguimos gravar tudo e moldar ainda mais as músicas
até ficarmos felizes com elas. Depois começamos a misturar e em determinada
altura toquei algumas faixas para o meu professor de guitarra Nick Polak, ele ouviu e disse algo
como: 'músicas boas, mas a mistura pode melhorar. A partir desse momento, ele
assumiu o processo de mistura e não poderíamos estar mais felizes com o
resultado. Portanto, sim, foi um longo caminho, mas estamos muito felizes com o
resultado final!
Muito obrigado, mais uma vez. Querem quer
acrescentar mais alguma coisa?
RV:
Obrigado pela oportunidade! De momento, estamos ocupados a escrever o nosso
segundo disco/ep. Fiquem atentos para mais! Também obrigado por apoiar o metal underground, confiram
subspectralband.bandcamp.com, ouça-nos no Spotify
e siga-nos em nossas redes sociais, https://www.instagram.com/subspectralband/!
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