Wasteland (STRANGER VISION)
Pride & Joy Music
Lançamento: 04/novembro/2022
Poetica, de 2021, tinha deixado uma boa sensação, mas
parecia faltar algo aos Stranger Vision. A banda não perdeu muito tempo
a criar mais um conjunto de músicas e a lançar outro álbum, este Wasteland.
Baseia-se no poema homónimo de T. S. Eliot que, em 2022, comemorou o
centésimo aniversário da sua primeira publicação. Embalados pela ideia e inspirados
por essa obra, o novo disco dos italianos supera largamente o que haviam
apresentado em Poetica. Menos power metal e muito mais orientado
para o prog metal de inspiração neoclássica, assim na linha das grandes
bandas italianas do género, com DGM à cabeça, e conduzidos por um
virtuoso na guitarra e nas teclas, Wasteland é uma magnifica viagem de
poder, capacidade técnica e emoção. O trabalho de guitarra (e aqui não nos
referimos apenas aos solos, que também são de uma elegância e criatividade
assinalável) é delicioso na grande maioria das canções. Comprovem-no
principalmente em Handful Of Dust, Desolate Sea e The Road.
O mesmo Riccardo Toni é responsável pelas texturas de piano. E com que
maravilha ele nos presenteia: as duas vozes, o emocional break e o solo
final de Handful Of Dust (neste tema com a ajuda de Gabriele Sarti) e a
abertura de Anthem For Doomed Youth, são os pontos mais altos.
Instrumentalmente, ressalta o classicismo de canções como o soberbo
instrumental Neverending Waves, Anthem For Doomed Youth e The
Thunder. Ou a abordagem num registo que parece vir dos Trans-Siberian Orchestra
de The Deep, onde a participação de Tom S. Englund atira a faixa para
níveis de genialidade únicos. Já agora, por falar de convidados, uma referência
para o tema título, onde Hansi Kürsch espalha magia com a sua
inconfundível voz. E, fechando o capítulo vocal, uma chamada de atenção para o
trabalho coral na já tantas vezes citada Anthem For Doomed Youth.
O contraponto é feito com temas mais pesados, mas ainda assim, capazes de
mostrar a qualidade dos arranjos e das execuções: Desolate Sea apresenta
uma notória vertente thrash e Fire explode em todas as direções.
Uma bela balada, uma introdução sinfónica e uma conclusão teatral, com partes
na sua língua natal, completam aquele que é um dos mais brilhantes discos do
ano passado. Complexo, evoluído, inteligente, tocante, poético e mágico. [95%]
Highlights
Wasteland,
Handful Of Dust, The Road, Anthem For Doomed Youth, Neverending Waves, The Deep
1. At The
Gates
2. Wasteland
3. Handful Of
Dust
4. The Road
5. Anthem For
Doomed Youth
6. Desolate
Sea
7. Under Your
Spell
8. Fire
9. Neverending
Waves
10. The Deep
11. The
Thunder
12. Peace: The
Mad Jester And The Fisher King
Line-up
Ivan Adami – vocais
Riccardo Toni – guitarras,
teclados, orquestrações
Daniele Morini – baixo
Alessio Monacelli – bateria
Convidados
Tom S. Englund – vocais (10)
Hansi Kürsch – vocais (2)
Gabriele Sarti – teclados (3, 10)
Elena Gallina, Silvia Malavatti –
vocais (12)
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