Os Crystal Gates são uma das novas propostas dentro do power metal com vocais femininos e Torment
& Wonder, a sua estreia em formato longo, vem provar as suas qualidades.
A banda nasceu no Uruguai, mas atualmente encontram-se sedeada na Letónia para
estar mais próxima do local onde tudo acontece, como refere o nosso interlocutor,
o guitarrista e principal compositor Benjamin Machin.
Olá, Benjamin, obrigado pela disponibilidade. Os Crystal
Gates não são uma banda nova, mas que apenas agora apresenta o seu primeiro longa-duração.
Antes de mais, podes apresentar a banda aos metalheads
portugueses?
Obrigado pelo convite e cumprimentos calorosos a
todos os teus leitores em Portugal. Somos uma banda de power metal sinfónico
originalmente do Uruguai, e agora a tentar tornar-se mais conhecidos na Europa.
Gostamos do power metal do início dos anos 2000, portanto se gostam,
podem gostar do que fazemos. Espero que nos possamos encontrar num concerto em
breve!
A banda nasceu em 2013 e ao longo dos anos lançou
alguns singles e EPs. Portanto, porque só agora acontece a vossa
estreia com um álbum?
Tentamos sempre fazer as coisas da melhor maneira
possível e estamos constantemente à procura de maneiras para melhorar o que
fazemos. O nosso objetivo é fazer produções maiores de todas as maneiras
possíveis e isso implica muitas tentativas e erros e consome tempo. Além disso,
fazer um álbum completo tornou-se cada vez mais caro e não compensa
economicamente, mesmo para bandas maiores e artistas em geral. Muito menos
bandas menores como nós. Claro que não fazemos música por dinheiro, muito pelo
contrário, mas a nossa grande quantidade de paixão e trabalho duro não são
suficientes para tratar de tudo da maneira mais rápida. Felizmente conseguimos
fazer T&W e estamos muito felizes com o resultado.
A banda nasceu no
Uruguai e depois mudou-se para a Letónia. O que motivou essa mudança
aparentemente tão dramática?
Não é tão dramático quanto parece! As minhas
principais motivações são pessoais, mas também muito relacionadas com a música.
Esperamos poder expandir o nosso alcance estando mais perto de “onde as coisas
acontecem” na nossa cena musical.
Que nomes ou movimentos mais vos influenciaram?
As minhas principais influências são o power metal
do início dos anos 2000 e o metal em geral. Qualquer coisa que saiu dos Finnvox
e/ou foi produzida por Sascha Paeth é provavelmente algo que influencia
a música que fazemos. Há mais coisas, claro, mas isso resume tudo!
Como
foi o processo de composição em Torment & Wonder?
Todos os membros estiveram igualmente envolvidos nessa tarefa?
Eu faço a maior parte da composição e arranjos, mas
houve algumas músicas em que alguns dos outros membros colaboraram com ideias.
Nesse álbum temos músicas que são mais antigas, criadas ou iniciadas num momento
mais próximo do lançamento do nosso primeiro EP, e outras que foram finalizadas
na pré-produção final do álbum, pelo que estão espalhadas no tempo.
Normalmente, demora muito tempo para ir da ideia inicial à coisa final.
Torment
& Wonder é um álbum conceptual? Em caso afirmativo, podes dizer-nos em
que consiste a história por trás dele?
Não é um álbum conceptual, mas os temas de solidão e
inspiração estão presentes de uma forma ou de outra em todas as músicas. Não
foi algo intencional, mas algo que aconteceu naturalmente ao escrever as letras
durante esses últimos anos, pois aprendi a aproveitar a minha solidão e a
encontrar um sentimento de admiração em todos os aspetos de estar vivo.
Sendo Torment &
Wonder o álbum de estreia, qual foi o vosso propósito para ele?
Ter um álbum completo foi um marco importante para
nós. É uma espécie de afirmação, uma forma de mostrar o que somos, de forma
alargada. Permite explorar coisas novas, como ter músicas mais longas e
experimentar um pouco com estilos diferentes que também gostamos muito e
queríamos experimentar. E também, estranhamente, a indústria ainda pede por
isso (muita comunicação social não analisa singles ou EPs, as editoras esperam
álbuns, etc.), mesmo quando já está provado que a atenção do público mudou
enormemente de um “álbum orientado” para um público muito mais centrado em singles.
E
quanto aos convidados? Quando decidiram incluí-los? Como surgiu a sua participação
neste álbum?
Estiveram, realmente, muitas pessoas envolvidas na
produção deste álbum, e estamos muito felizes e gratos por tê-las. Alguns deles
eram colaboradores de longa data com quem já havíamos trabalhado antes e outros
surgiram inesperadamente, como Elisa C. Martin, o que foi ótimo para
nós. Trabalhar com Seeb também foi incrível. Respondendo à tua pergunta,
quando queremos trabalhar com alguém que é novo para nós, antes de nos
comprometermos tentamos comunicar e avaliar mutuamente o quão boa e confortável
será a colaboração. Enfim, o mais importante é que todos que participaram
ficaram felizes em colocar a sua parte nesta empreitada, tornando o processo e
o resultado final muito mais empolgantes.
Já
tiveram a oportunidade de apresentar este álbum ao vivo? O que têm planeado para
este novo ano?
Felizmente sim, tivemos a oportunidade de o
apresentar há apenas algumas semanas na nossa cidade natal e foi incrível!
Estávamos fora dos palcos há mais de quatro anos. Nós mesmos organizamos o espetáculo
e foi um trabalho árduo, além de um desafio económico, mas conseguimos dar aos
nossos fãs no Uruguai um espetáculo do qual nos orgulhamos, o que é o mais
importante. Para este novo ano, estamos a trabalhar em alguns lançamentos,
talvez um EP ou dois, e claro, tentaremos fazer alguns espetáculos na Europa,
para finalmente fazer a nossa estreia no velho continente. Deseja-nos sorte!
Muito
obrigado, Benjamin, mais uma vez. Queres acrescentar mais alguma coisa?
Obrigado a vocês! Agradecemos muito o trabalho que
vocês fazem para apoiar bandas como a nossa e esperamos podermo-nos encontrar
pessoalmente em breve. Saúde!
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