LEPROUS + MONUMENTS + KALANDRA
20/fevereiro/2023
Sala 1, Hard Club, Porto
Foi em véspera de Carnaval que os Leprous e Cia. nos presentearam com o primeiro de dois concertos em solo nacional. O Hard Club foi o local escolhido para a terceira visita dos noruegueses ao Porto, num concerto que mostrou aos fãs nortenhos que os Leprous não são apenas uma banda com capacidade dentro das paredes de um estúdio. A eles juntaram-se os seus compatriotas Kalandra e os companheiros de editora Monuments, duas bandas que revelaram ser a combinação perfeita para abrir a noite.
Os Kalandra foram os primeiros a subir a palco, naquele que foi o seu primeiro concerto em Portugal, mas que certamente não será o último. Com as suas composições evolutivas os noruegueses cativaram e convenceram um público que estava claramente à espera dos dois atos seguintes. Uma entrada arrepiante (as notas iniciais cantadas por Katrine Stenbekk mostraram-se de uma beleza assombrosa) e 30 minutos de muita qualidade sonora foram o legado de uma banda que deixa muita água na boca e que, certamente, ganhou um número elevado de fãs.
Em sentido completamente oposto, os Monuments apresentaram peso e energia, mas pouco discernimento. Foi com o seu metalcore que o público verdadeiramente aqueceu para a apoteose que se aproximava. Uma atuação de cerca de 45 minutos onde os ingleses, nomeadamente o vocalista Andy Cizek (que trabalho vocal incrível!), mostraram porque é que são consideradas uma das mais excitantes bandas do movimento metalcore britânico. 45 minutos de um concerto sempre em crescendo até chegar ao tema final The Cimmerian, um épico de 8 minutos de um nível muito superior ao apresentado em estúdio. 45 minutos que deixaram o Hard Club em êxtase e bem preparado para o último concerto da noite.
Foi por
volta das 21:50 que os Leprous
subiram ao palco. O público que, nesta altura, já enchia por completo a sala 1
do Hard Club, mostrou o seu agrado
ao ver a banda posicionar-se nos seus devidos lugares. Foram precisos apenas 2
segundos para que toda a plateia reconhecesse o tema de abertura Have You Ever?. Apesar de trazer o mais
recente álbum Aphelion na bagagem, a
banda optou por um setlist (preparado
especificamente para cada noite) mais baseado nos clássicos. Por isso, a Have You Ever? seguiram-se The Price e The Flood, dois temas onde o público foi extremamente
participativo, cantando mais alto do que a própria banda. A isto seguiu-se Castaway Angels, o mais belo e emotivo momento
da noite, naquele que foi uma homenagem sentida ao povo ucraniano. O concerto
ganharia ainda uma vertente interativa quando a banda pediu ao público que
escolhesse o tema seguinte. Após algum humor, Einar Solberg revelou as 4 opções (Observe The Train, Distant
Bells, Bonneville e Illuminate (que acabaria por ser
escolhida)), mas a decisão estava longe de ser tomada. Após se ter verificado
um empate no voto democrático entre Illuminate
e Bonneville, coube a um membro da
plateia que apanhou a garrafa de água vazia atirada pelo vocalista eleger o
tema seguinte. O concerto terminaria quatro músicas depois, em apoteose final,
com Nighttime Disguise.
Fora da
componente musical, é obrigatório destacar o incrível trabalho de luzes,
principalmente durante o concerto dos dois atos noruegueses, os Kalandra num registo sóbrio e
contrastante e os Leprous, com a
adição de barras luminosas laterais em forma de pirâmide (clara referência à
capa do último álbum Aphelion).
Foi com The Sky Is Red, já em encore, que a noite acabou. Para a
memória ficam três concertos de altíssimo nível e a esperança de que a próxima
visita dos noruegueses seja feita o mais rapidamente possível.
Reportagem do enviado especial Daniel Carvalho
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