Reviews: SOLITUDE WITHIN; UNCHAINED HORIZON; HER HIGHNESS; AD NIHIL; MONOLYTH

 


When Kingdoms Fall (SOLITUDE WITHIN)

(2022, BoxFish Records)

Sucedendo a Disappear, de 2017, When Kingdoms Fall é o segundo álbum do coletivo belga Solitude Within, um nome retirado da canção dos Evergrey. Um intervalo de cinco anos provocado pela pandemia e que não foi devidamente aproveitado. É que mesmo com bons apontamentos de piano e orquestrações sintetizadas, este é apenas mais um disco de mais uma banda com vocais femininos. À parte esses apontamentos e algumas interessantes mudanças rítmicas em estilo pára-arranca que transforma um par de temas em algo interessante (ex.: When Kingdoms Fall e I’m Not Lost), nada mais de memorável este disco traz. Aliás, pelo contrário: sendo este um trabalho, na sua globalidade, soft, quer na abordagem vocal quer nos riffs de guitarra, salvaguardado, algumas aproximações a riffs mais modernos, não se percebe a inclusão de guturais em dois temas. When Kingdoms Fall é um daqueles disco onde tudo parece bem feito, mas nada tem grande interesse, a não ser para os fanáticos pelo estilo. [74%]



 

Fallen Kingdom (UNCHAINED HORIZON)

(2022, Pure Steel Records)

Um line-up estável ao longo dos últimos tem permitido aos Unchained Horizon evoluir as suas composições, partindo de uma base NWOBHM (com os Iron Maiden a serem a principal veia inspiradora – ouça-se The Marksman, Beneath The Ice ou Stranger), para algo mais épico e até dramático. O seu anterior álbum, Last Man Standing, já ficou quatro anos para trás e o mais recente, Fallen Kingdom, mostra um colectivo germânico mais evoluído. Quase todos os temas começam calmos, muitas vezes com linhas de baixo, acabando por evoluir para outros cenários musicais, uma tradição que vêm diretamente da banda de Steve Harris e seus pares. A guitarra sem distorção continua a ter um papel importante, sendo espectacular a secção de guitarra clássica (com conclusão num solo de baixo) de Beneath The Ice. Mais metaleiro, mais melódico e mais épico, Fallen Kingdom consegue apresentar um interessante conjunto de hinos que soam muito compactos. [78%]



 

Visions Of A Lower Life (HER HIGHNESS)

(2021, Addicted Label)

Após uma demo e três splits, entre 2015 e 2019, os húngaros Her Highness chegaram, finalmente, ao seu álbum de estreia, Visions Of A Lower Life, lançado em 2021 e ainda o seu mais recente trabalho. O duo de Budapeste composto por K. T. e K. A. regista uma obra de sludge/doom metal instrumental, com uma orgânica não muito frequente – apenas baixo e bateria. No fundo, Visions Of A Lower Life apresenta quatro longos temas, uma introdução e um curto interlúdio de um som abrasivo de sludge sujo e riffs doom psicadélicos, para além de outros ruídos perturbadores. Claro que ser apenas um duo e utilizando apenas dois instrumentos limita um pouco a criação de peças musicais. No entanto, o objetivo dos Her Highness é ter uma sonoridade perturbadora e isso foi plenamente conseguido com este álbum. [70%]



 

Н​е​т в​е​ч​н​ы​х и​с​т​и​н (AD NIHIL)

(2022, Addicted Label)

Н​е​т в​е​ч​н​ы​х и​с​т​и​н é o segundo álbum do sexteto russo Ad Nihil,  oferecendo cinco longos temas (a variar entre os mais de oito minutos e os quase 18) de uma distorcida e sombria mistura entre black metal, doom, sludge, noise e hardcore. Uma mistura dolorosa e profunda que marca de forma acentuada a falta de esperança na humanidade e o abismo para o qual ela caminha. Os vocais ásperos sublinham essa fase de decadência total enquanto a componente instrumental, crua e ácida, surge enriquecida pela estranheza do uso do didgeridoo. [70%]



 

We’ve Caught The Sun (MONOLYTH)

(2023, Independente)

Quinze anos depois do lançamento do álbum de estreia dos death-thrashers Monolyth intitulado Catch The Sun, a banda francesa promove a sua reedição em formato aniversário, alterando a capa e atualizando o título para We’ve Caught The Sun. A banda pratica death/thrash metal com influências metalcore e djent que, se não estavam muito presentes há 15 anos atrás, fazem agora parte do menu, o que transforma este lançamento numa moderna interpretação do seu próprio trabalho. Riffs afiados, alternância vocal, efeitos sonoros modernos, refrões catchy e muito groove preenchem as composições de We’Ve Caught The Sun. Tudo feito de uma forma em que o trabalho rítmico é muito eficiente e onde se verificam algumas inclusões de orquestrações. Os fãs de Soilwork, The Haunted ou In Flames deverão dar uma audição a este trabalho, embora fique sem se perceber muito bem o porque desta reedição. [65%]

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