É o novo projeto do rock em português! Chamam-se
Motor e nasceram como um duo, apenas com Budda Guedes (dos Budda Power Blues) e
João Cabeleira (dos Xutos & Pontapés). Mais tarde, o coletivo
transformar-se-ia num quarteto com a entrada de Donovan Bettencourt e o Sérgio Nascimento. O disco homónimo já
circula por aí numa altura em que, como nos conta Budda Guedes, o coletivo já
tem mais músicas quase prontas para que se dê continuidade ao projeto.
Olá, Budda, obrigado pela
disponibilidade. Quanto surgiu esta ideia de começares um projeto novo, neste
caso os Motor? A pandemia teve algum efeito precursor ou nem por isso?
A ideia esteve a ser cozinhada desde o
momento em que eu e o João Cabeleira nos conhecemos num ensaio para um
espetáculo a convite do Frankie Chavez. Depois de umas conversas ficou
clara a ideia de que tínhamos que fazer algo juntos. A ideia acabou apenas por
se materializar em 2022 após uma série de concertos em duo.
A ideia partiu apenas de ti e depois juntaram-se os restantes
membros, nomeadamente o João Cabeleira, ou o projeto nasceu de forma conjugada?
Podes contar-nos como as coisas aconteceram?
A ideia foi fazer algo junto com o João
Cabeleira. Experimentamos em duo e cedo percebemos que ambos somos músicos
de banda e que uma bateria e baixo tornariam tudo mais interessante para nós.
Começamos a escrever algumas músicas e a gravar demos partilhando as
ideias à distância. Assim que tivemos os 10 temas compostos, convidamos o Sérgio
Nascimento e o Donovan Bettencourt para gravarem o disco connosco.
Os dois nomes mais fortes e mediaticamente mais falados são,
portanto, os dois guitarristas. Mas convosco estão, como referiste, também o
Donovan Bettencourt e o Sérgio Nascimento. Porque a escolha destes dois músicos
para vos acompanhar?
Como disse decidimos expandir o duo para
um quarteto de rock e quer o Don quer o Sérgio foram nomes consensuais
pelo seu passado musical e por aquilo que achamos que poderiam acrescentar ao Motor.
A vossa estreia ao vivo aconteceu em novembro passado no Super Bock em Stock. Na altura, ainda sem disco editado, como
foi a reação e a receção aos vossos temas?
A reação do público foi muito boa, e
sobretudo foi essencial para nós percebermos melhor a direção que os concertos
podem assumir.
Motor é, essencialmente, um projeto rock em português. Mas ainda há espaço para as tuas
influências blues, não é verdade? Como é que isso se conjuga nos Motor?
Há sempre espaço para todas as nossas
influências. O Blues é o pai, avô, primo e do Rock, por isso é
impossível descartar essa caraterística. No entanto o que pretendo privilegiar
em Motor é a parte mais rock do meu caminho musical, até porque
só assim faz sentido ter outra banda.
Voltando-nos agora para este álbum, podes contar-nos essa
história de ter sido criado e gravado em 4 dias apenas? Como decorreram os
trabalhos?
Fomos para estúdio com os temas escritos
e gravados em formato de demo. No estúdio procuro sempre uma abordagem
orgânica e verdadeira. Gravamos todos juntos na mesma sala como num concerto.
Esta abordagem acelerou imenso o processo de gravação e terminamos em 4 dias
apesar de termos planeado 5 dias de estúdio.
Não Vejo a Hora de Ir foi o primeiro vídeo. Porque a escolha
deste tema? Há projetos para outros vídeos?
Foi a música escolhida por todos os
envolvidos como sendo um excelente cartão de visita de Motor. Há sempre
planos para mais vídeos e singles, mas para já ainda não temos nada em
concreto.
Este é um projeto apenas para um disco ou pensam em continuar a
criar mais música juntos?
Julgo que este é um projeto de vida
porque escrever e tocar com o João Cabeleira é algo que me dá um prazer
enorme. Neste momento já temos quase outro disco completo escrito, pelo que
imagino um futuro com muitas mais músicas.
E qual é a situação com os teus Budda Power Blues? Que novidades nos podes adiantar?
Budda Power Blues vão lançar um disco novo em abril com
uma formação expandida a sexteto, e para o ano celebramos 20 anos de banda,
pelo que virá uma tour de comemoração e um disco novo em trio.
O concerto de apresentação decorreu no Tokyo. O que têm planeado
a partir daí?
Escolhemos o Tokyo porque queremos
apresentar o disco em Lisboa e de uma forma mais intimista, num espaço que tem
música ao vivo com regularidade. A seguir estamos a marcar uma série de
concertos pelo país e não só. Os planos são necessariamente levar o disco à
estrada o mais possível, pois é essa a razão de ser de uma banda de rock.
Obrigado, Budda. Queres acrescentar mais alguma coisa?
Gostava de agradecer a tua belíssima entrevista e a atenção e de ressalvar que tens o mesmo nome do meu pai e do meu filho (risos)!
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