Verdadeiramente camaleónico, e não apenas por referência ao seu anterior álbum a solo, Chameleon, Lee Small tem mostrado a sua polivalência em nomes como Sweet, Shy, Phenomena, Magnum ou Lionheart. Trabalho não lhe tem faltado e também não irá faltar, pelo que nos conta nesta entrevista, assim a sua saúde o continue a permitir. O tópico principal desta conversa foi mesmo o lançamento do seu novo álbum em nome próprio, The Last Man On Earth.
Olá, Lee, como estás?
Obrigado pela disponibilidade. O novo álbum está pronto, o que nos podes dizer a
respeito dele?
Olá, é um prazer falar contigo. Acho
que o novo disco é um trabalho de west coast melódico, com uma vibração
deliberadamente autêntica dos anos 80, mas envolto numa produção moderna.
És um vocalista com muitas
experiências em bandas, projetos e também como convidado. Mas também tens tempo
para a tua carreira em nome próprio. É fácil gerir todas essas atividades?
Hoje em dia é muito difícil
porque estou a fazer tantas sessões, mas de poucos em poucos anos e sempre sem
planeamento, pareço lançar inesperadamente algo a solo se estiver inspirado.
Onde
te sentes mais completo, artisticamente falando – numa banda/projeto ou em nome
próprio?
Ambos oferecem desafios
diferentes. A solo é o meu trabalho, por isso posso fazer o que sinto sem ter
que pensar muito nas coisas, mas numa situação de banda, temos que conseguir o
equilíbrio certo para todos os outros envolvidos, criando como uma equipa ou
parceria, portanto as coisas não são tão cortadas e secas.
Para
este novo álbum, escolheste o título The Last Man On
Earth. Porquê? O que significa?
Era um título de um filme antigo
de Vincent Price, pensei que criativamente nos daria um grande escopo,
especialmente em termos visuais, e aconteceu exatamente isso quando Tristian
Greatrex deu vida a tudo com a sua maravilhosa obra de arte.
Dois
anos se passaram desde o último álbum, o bem recebido Chameleon.
Como ocupaste este tempo?
Passei grande parte do tempo a
escrever com Sony Stevan para este álbum, também fiz muitos espetáculos ao
vivo pela Europa com os Sweet.
Como
foi a tua preparação para este álbum? Tentaste alguma nova abordagem criativa,
musical ou vocalmente falando?
Nada de novo. Na verdade, pela
primeira vez, acho que lancei um álbum a solo que atende e abrange material
adequado a todos os meus estilos vocais, cobrindo tudo deste o clássico AOR
até o pop rock das rádios dos anos 80, dando-me a oportunidade de usar
toda as minhas capacidades vocais.
O
que influenciou a tua escolha dos músicos que colaboram neste álbum?
Para este álbum, eu e Sony
pedimos muitos favores de amigos para obter a riqueza de talentos que se apresentam
nele. Sem eles não seria metade do álbum que é.
Já
agora, como foi possível esse dueto com Dan Reed?
Sempre fui um grande fã dos DRN,
desde os primeiros dias, costumava vê-los ao vivo etc., quando o Revolution
Road foi terminado, eu ouvia Dan em toda a parte. Um amigo meu tinha
acabado de trabalhar com ele, colocou-nos em contacto, toquei a faixa para ele e
adorou, portanto, foi assim que aconteceu.
As músicas foram gravadas
em Londres, LA e Texas. Como foi todo o processo?
Na verdade, foi gravado em todo o
mundo, essa é a beleza da tecnologia de gravação de hoje, todos os vocais foram
gravados em Londres, algumas coisas pela América com a Sony e amigos, Edu
gravou a bateria no Brasil, Tommy D gravou as guitarras na Suécia, Mika na
Finlândia, Steve Mann na Alemanha etc, esta lista continua...
E os teus outros projetos?
Tem alguma novidade para compartilhar connosco e com os nossos leitores?
Sim, tem sido um tempo ocupado,
há um novo álbum dos Lionheart a lançar este ano, um novo álbum dos Sweet
também com as primeiras novas músicas originais em muito tempo. Canto num álbum
da Escape Music chamado Atack, soando muito old-school na
linha de Purple/Rainbow com o meu velho amigo dos Shy, Bob
Richards e também Chris Childs dos Thunder. Também canto num álbum
com os músicos suecos dos Kings Crown, que acabou de assinar com a Frontiers
Records, além de um novo álbum dos Signal Red no próximo ano e um
álbum com a lenda da guitarra Mike Slamer.
O
que tens planeado em termos de tournée para promover
este novo álbum?
Infelizmente, nesta altura, não
posso fazer uma tournée porque não estou suficientemente forte. Muitas
pessoas não sabem, mas sofri um ataque cardíaco em fevereiro, e isso deixou-me com
fadiga severa e devo fazer uma cirurgia cardíaca no final deste mês, mas estou
a sentir-me melhor, irei recuperar.
Mais
uma vez, Lee, muito obrigado e as rápidas melhoras, são os nossos desejos.
Queres acrescentar mais alguma coisa?
Não tens que agradecer, foi bom
conversar contigo, Pedro. Mando um GRANDE obrigado a todos pelo apoio
constante.
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