Entrevista: Sacred Outcry

 


 

O primeiro álbum dos Sacred Outcry, intitulado Damned For All Time…, lançado há três anos, já nos tinha deixado muito boas impressões. Curiosamente, para este novo álbum, Towers Of Gold, George Apalodimas mudou a totalidade da formação da banda, embora isso não pareça ter tido influência significativa na qualidade do trabalho da banda grega que continua a sua caminhada de construção de histórias épicas. O baixista contou-nos todas essas peripécias entre os dois álbuns e abordou detalhadamente esta nova proposta.

 

Olá, George, como estás? Obrigado pela disponibilidade. Antes de mais, podes apresentar os Sacred Outcry aos metalheads portugueses?

Olá, e obrigado pelo convite! Sacred Outcry é uma banda de epic/power metal da Grécia. Começamos no início dos anos 2000, mas nunca lançamos nada oficialmente até 20 anos depois. O nosso primeiro álbum Damned For All Time... foi lançado em 2020 com Yannis Papadopoulos dos Beast In Black nos vocais principais. Após uma reformulação completa da formação, o nosso novo álbum saiu em 19 de maio pela No Remorse Records, desta vez com o poderoso Daniel Heiman atrás do microfone.

 

Três anos se passaram desde o vosso último álbum, precisamente esse excelente Damned For All Times…. Como passaram esse tempo?

Principalmente a polir tudo para Towers Of Gold. Foi uma tarefa enorme, já que o novo álbum tinha que ser o próximo passo lógico para a banda, além de termos uma formação completamente nova, por isso passamos muito tempo a refinar tudo a um nível que achamos que faria justiça ao material.

 

A respeito do novo álbum, Towers Of Gold, durante quanto tempo trabalharam nele?

O álbum foi escrito entre 2018-2019, pelo menos como um primeiro rascunho. Tivemos um grande tempo de inatividade quando terminamos de gravar Damned For All Time..., portanto usamos o tempo até a mistura/masterização e o lançamento real para preparar o seu sucessor.

 

Como foi a vossa preparação para este álbum? Tentaram algumas novas abordagens criativamente ou musicalmente falando?

Eu queria que tudo fosse maior. A imersão tinha que ser o aspeto mais importante já que é um álbum conceptual, por isso tentei ao máximo combinar a história e os sentimentos que ela transmitia à música. Tenho sempre uma regra estrita de variedade, não quero repetir a mesma música duas vezes durante o álbum, portanto foi muito desafiador ter ideias interessantes que, ao mesmo tempo, servissem ao conceito.

 

Foi um trabalho individual ou foi mais um esforço coletivo de banda?

Todas as músicas estavam prontas antes da mudança completa da formação, portanto tratei de tudo, pelo menos do primeiro rascunho das músicas. O resto dos elementos colocaram o seu próprio toque e caráter, obviamente, e todos se esforçaram para obter o melhor resultado possível.

 

Pergunto isso porque a formação da banda mudou totalmente (exceto tu, claro!). O que aconteceu?

Depois de termos concluído Damned For All Time…, sentámo-nos e conversámos sobre o futuro da banda e os próximos passos e ficou óbvio que não conseguíamos concordar. Assim, algumas pessoas decidiram sair da banda, enquanto outras não quiseram continuar sem a formação original. Não quero entrar em muitos detalhes porque realmente não faz sentido, além disso, os ex-membros não estão aqui para se defenderem.

 

A coisa mais estranha neste álbum são os longos títulos e subtítulos de todas as músicas. Por que acontece assim?

O subtítulo de cada música é o capítulo da história que vem no booklet. É um álbum conceptual, portanto queria incluir tudo para todos que querem aprofundar um pouco mais nos eventos reais que acontecem.

 

Precisamente, Towers Of Gold é um álbum conceptual. Podes contar-nos a sua história?

Prefiro que todos experimentem a ouvir com o álbum, passando pelas letras e pelo conto incluído, mas só para dar uma pequena dica, é um conto épico de um grupo de homens que embarca numa viagem para localizar um lugar lendário de poder, as Torres de Ouro.

 

Podes falar-nos dos convidados que participam neste álbum? Qual foi o vosso objetivo ao convidá-los?

Há dois convidados especiais no álbum, Jeff Black dos Gatekeeper a tocar guitarra de de 12 cordas e Yorgos Karagiannis que tocou as partes acústicas. Eu queria incluir uma guitarra de 12 cordas no álbum, portanto quando vi que Jeff estava a tocar algumas coisas para os seus projetos a solo, perguntei-lhe se estaria interessado em gravar algumas partes para nós. Yorgos é um músico a solo fantástico, muito versado em guitarra clássica e acústica, pedi-lhe para tratar disso, já que eu queria aquele toque clássico natural nas músicas. Ambos se saíram muito bem.

 

Towers Of Gold tem uma edição especial, a Keep It True Edition. Em que consiste? Ainda há cópias disponíveis? O que podem fazer os fãs para a conseguir?

Foram feitas 200 cópias do LP de prata exclusivamente para o festival KIT, algo pelo qual a No Remorse foi responsável. O álbum vendeu muito bem, acho que restam algumas últimas cópias no site da editora e tenho algumas cópias que eventualmente passarão pelo Bandcamp. Não muito, acho que faltam 25 cópias no total, portanto se alguém quiser, é melhor agir rápido (risos).

 

Já tiveram a oportunidade de apresentar estas músicas ao vivo? Que mais têm planeado para o futuro?

Infelizmente não. Com o estado atual é difícil para nós tocar ao vivo, mas é algo que estamos a considerar. Já temos propostas fantásticas de alguns dos melhores festivais underground, mas vamos ver se conseguimos concretizar.

 

Muito obrigado, George, mais uma vez. Queres acrescentar mais alguma coisa?

Obrigado por esta oportunidade de falar sobre a banda, espero que todos gostem do álbum e passem algum tempo a familiarizarem-se com o que temos reservado para vocês!


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