The M. E. T. A. L. Fest (FREEDOM CALL)
(2023,
Steamhammer/SPV)
Freedom Call
is back! Assim começa o novo álbum da banda de Power
Metal germânica liderada por Chris Bay. De facto, os Freedom Call
estão de volta, mas não com um novo álbum de originais. The M.E.T.A.L. Fest
é o seu terceiro álbum ao vivo, o primeiro desde 2011. Doze anos se passaram e
muita coisa mudou para o coletivo bávaro. Várias mudanças de line-up, quatro
álbuns lançados e, com eles, mais de cinquenta novos hinos metaleiros
gravados. É sobre essas mais recentes criações que incide o reportório do
concerto gravado em Pilsen no Metalfest 2022 que, um ano volvido, é
lançado pela SPV/Steamhammer em formato de CD+Bluray. Esta edição
traz ainda um tema inédito gravado especificamente para este lançamento, que dá
o nome ao álbum, e que, apesar de apresentar todas as imagens de marca da
banda, com facilidade se torna no tema mais fraco de The M.E.T.AL. Fest,
principalmente devido ao elevado nível de qualidade presente no mesmo. Com uma performance
irrepreensível, um público entusiasta, uma gravação incrivelmente bem conseguida
e um setlist capaz de introduzir os mais recentes temas, sem nunca
descurar os temas clássicos escritos no início do século, The M.E.T.A.L.
Fest pode ser considerado o mais fiel Greatest Hits dos germânicos e
dos seus 25 anos de carreira. [90%]
Keeping It True (MINDLESS SINNER)
(2023, Pure Steel Records)
Começaram como Purple Haze, rapidamente
mudaram para Genocide (nome que durou apenas dois anos) e finalmente
chegaram aos Mindless Sinner que conhecemos hoje (embora ainda haja a
considerar um período entre 1987 e 1990 onde encurtaram para apenas Mindless).
Com a chegada da banda sueca ao relevante catálogo da Pure Steel Records,
com a assinatura para o lançamento, primeiro de The New Messiah e,
posteriormente, do excelente Poltergeist, a editora alemã tratou, também
de reeditar algumas das pérolas da banda que tinham ficado perdidas nos anos
80. Já foi o EP Master Of Evil (1983), depois Turn On The Power
(1986) e Missin’ Pieces (o tal álbum de 1989 assinado apenas como Mindless).
E agora mais uma reedição – do álbum ao vivo intitulado Keeping It True,
originalmente lançado em 2018 pela Mind Records e capturado no seu
concerto do festival Keep It True, na Alemanha, a 24 de abril de 2015. E
mesmo estando prestes a lançar um novo álbum de originais (The New Messiah
sairia a 16 de outubro), o setlist deste concerto está todo centrado em dois
títulos: Master Of Evil (com três temas) e Turn On The Power (com
os restantes). Neste lançamento não se questiona a qualidade das composições,
no seu inconfundível NWOBHM, a pujança da banda em paco nem a entrega e
receção por parte do público. Questiona-se a oportunidade de uma nova edição de
um álbum ao vivo, com temas dos anos 80 e de um álbum originalmente lançado há
escassos 5 anos. A música é boa. O produto é dispensável. [80%]
The Fundamental Paradox (ELUSION)
(2023,
Independente)
The Fundamental Paradox é o segundo álbum dos Elusion, banda de Symphonic Metal dos Países Baixos, que mais uma vez prova que é uma enorme fábrica de talento dentro do género. Seguindo as passadas dos seus compatriotas Epica, After Forever ou Within Temptation, o coletivo liderado por Evy Verbruggen, continua a desbravar o seu caminho evolutivo, desenhando-o por entre melódicos refrões e pesados riffs modernos. Nunca negando as influências, os Elusion procuram criar a sua própria imagem quer seja através de narrações, progressões ou mesmo influências índias em From The Woods To The Water. O elemento que liga todos estes momentos é a versatilidade vocal da líder que oscila entre o habitual canto lírico e o berrado, revelando assim toda a sua capacidade. No fundo, o que os Elusion nos apresentam é o paradoxo fundamental da grande maioria dos atuais praticantes da bela arte do Symphonic Metal. A qualidade dos instrumentistas/vocalista é inegável, as atmosferas são envolventes e os temas estão bem construídos, mas não existe um único toque de individualidade que distinga os Elusion das restantes bandas da mesma cena musical. [72%]
Reset (ATTICA)
(2023, Thornado Music)
Os
Attica são uma banda nascida em Valência, Espanha que funde
diversos estilos, numa mescla bastante em voga na nova geração. Reset é
o trabalho de estreia e é composto por essa abordagem que assenta num
cruzamento entre rock alternativo, metalcore (com uma intensidade
soft, digamos assim) e… pop! A componente eletrónica está
fortemente desenvolvida e as melodias são, claramente, numa linha pop
dançável e radiofónica, essencialmente criadas pelos sintetizadores. A cola que
une tudo isto são riffs e ganchos de guitarra pesadões, o que
coloca os Attica num campo próximo dos Bring Me The Horizon, Linkin Park, Our Last Night
ou Architects. Esta forma de fundir vários estilos até pode, de facto,
abranger um público mais amplo, mas o mais provável é o público do metal
achar Reset demasiadamente pop e a malta da pop o achar
demasiadamente pesado. [71%]
All In Due Time (BEHIND BARS)
(2023, Independente)
All In Due Time! Nem mais! Quem assim pensa são os Behind
Bars (banda belga, não confundir com os punk rocker suecos com o
mesmo nome) que dessa forma batizam o seu segundo álbum, que surge quatro anos
a pós a estreia de Free At Last. All In Due Time revela-se uma
mistura massiva e poderosa de thrash metal carregado de groove e
hinos hardcore. O tema de abertura, Means To An End, deixa logo
ali bem claro, o que virá a seguir. Riffs angustiantes num ritmo
constante e enérgico, com pontuais acelerações, em momentos verdadeiramente
explosivos. Dentro deste género, este é um disco com qualidade, com temas que
se sucedem sem criar aquela sensação de saturação. A questão que se coloca é se
consegue crescer no tempo e no espaço. Se permanecerá e se se tornará
apetecível a fãs de outros géneros. E aí, a nossa opinião é que não; que
rapidamente será ultrapassado por outros lançamentos. Porque falta personalidade
e algo que o demarque de lançamentos de bandas como Hatebreed, Gojira
ou Pantera. [70%]
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