Review: Rzeczpospolita (SYNAXARIA)

 


Rzeczpospolita (SYNAXARIA)

Independente

Lançamento: setembro/2023

 

Certamente ninguém estava à espera disto! Depois de Deep Dark Waters, lançado em 2021, um disco cheio de romantismo negro e melancolia, os Synaxaria baralham completamente os seus fãs quando apresentam Rzeczpospolita, o mais recente registo discográfico. E porquê? Essencialmente porque decidem enveredar por um caminho bastante diferente. Bastante, mas não completamente afastado. Explicamos porquê. O que temos em Rzeczpospolita é uma abordagem profunda ao folk/pagan metal que costumamos ouvir vindo de terras nórdicas – Ensiferum, Korpiklaani, Turisas e afins. E aqui reside a grande diferença para o álbum anterior. As composições e toda a instrumentação utlizada estão profundamente enraizadas no folk. Se bem que, a partir de certa altura, já bem na segunda metade deste disco, surjam aquelas ambiências que bem conhecemos de Deep Dark Waters, com a melancolia e as linhas melódicas a sobressaírem mais. O que toca os dois álbuns é a vontade de cantar sobre a sua terra. Deep Dark Waters tinha sido sobre o rio Nioman, Rzeczpospolita apresenta histórias do passado do seu país. Em cada canção há um herói ou pedaço de terra ou povo específico. Por isso, Rzeczpospolita é uma sociedade construída sobre diferentes culturas, religiões e personagens. Algumas destas histórias e heróis são reais, outras são ficcionadas a partir de uma base real, mas para todas os Synaxaria criaram a sua própria visão musicada de um metal que continua a ser original e variado. Por tudo isto, Rzeczpospolita é um disco essencialmente festivo (o tema de abertura dá logo o mote nesse sentido) onde se podem ouvir diferentes tipos de vocalização, bem como diversas influências musicais tradicionais, com as russófilas presentes em Tavern Near Mir, a mostrarem-se mais evidentes. Mas também se percebem influências medievais, com destaque para Curse Of The Tatar Cemetery conduzido por uma flauta endiabrada. Rzeczpospolita é, claramente, um passo rumo a um caminho completamente inesperado, o que não implica que seja um mau passo ou tenha sido uma má decisão. Até porque artisticamente mostra a criatividade e a liberdade que a banda tem em definir o seu rumo. Isto num disco que, ainda por cima, traz uma belíssima capa que representa uma pintura de Józef Chełmoński (1849 - 1914). [84%]

 

Highlights

Scott Ferguson The Brave, Captured Land, Curse Of The Tatar Cemetery, The Underground Bell, Panie Kochanku

 

Tracklist

1.      On Niasvizh Yard

2.      Panie Kochanku

3.      Curse Of The Tatar Cemetery

4.      The Swedish Hill

5.      Tavern Near Mir

6.      Scott Ferguson The Brave

7.      Pan Potocki

8.      The Underground Bell

9.      Captured Land (feat. Lesley Knife)

 

Line-up

Dzmitry Kramoushchanka – vocais, guitarras, teclados

Natallia Kramoushchanka – vocais

Alyaxey Hladysh – bateria

Illya Piatrashkevich – instrumentação midi

 

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