Vindos
da Finlândia, os Valkeat são apresentados como os líderes da nova
geração do folk metal. E o seu segundo
álbum, Fireborn, acentua de forma bem vincada essa premissa, essencialmente
pela postura e abordagem completamente atípica ao folk, onde apenas
o kantele tem o seu lugar garantido. Este álbum surge seis
anos após a estreia homónima e eleva os finlandeses a um novo patamar de
visibilidade. Tudo para conferir nesta conversa com o coletivo nórdico.
Olá,
pessoal, como estão? Obrigado pela disponibilidade. Em primeiro lugar, podem
apresentar os Valkeat aos metalheads portugueses?
Somos uma banda de folk metal
moderno de Espoo, Finlândia. Somos conhecidos por modernizar e utilizar o
instrumento nacional finlandês kantele na nossa música, podendo ser
definido também como música kantele moderna.
Fireborn é o
vosso mais recente álbum. Como foi a sua preparação e quais foram os vossos principais
objetivos?
A ideia era criar uma espécie de
álbum que fosse como uma banda sonora de Hollywood de Hans Zimmer, se
ele fizesse um filme sobre a Finlândia. Portanto, neste álbum há muitos
elementos cinematográficos e sinfónicos. Também procurámos fazer coisas de folk
metal moderno, como se fosse a nova geração da música folk metal
finlandesa. Queremos soar novos e modernos, para que essa definição nos sirva
muito bem.
E
é lançado seis anos depois da estreia homónima. Por que demoraram tanto?
Fireborn foi uma
produção grande e longa, especialmente porque nós mesmos a fizemos. Todas as
orquestrações, arranjos e composições demoraram muito. Além disso, toda a
produção levou-me ao esgotamento a um determinado ponto, do qual também levei
tempo para me recuperar. E depois houve a covid que tornou as coisas mais
difíceis. Portanto, é uma mistura de muitas coisas diferentes que demoraram o
seu tempo.
O
que mudou na banda ao longo deste período? Podem falar sobre a vossa evolução?
A maior evolução do álbum número
um para o álbum número dois foi a adição de orquestra à nossa música. O nosso
primeiro álbum tinha alguns sintetizadores cinematográficos em algumas faixas,
mas Fireborn, como um todo, é um álbum orquestral. Também tem dois tipos
diferentes de kanteles, o kantele de concerto e um kantele
elétrico.
É também a vossa estreia para
a Reaper Entertainment. Quando e como essa ligação se tornou possível?
Na verdade, tudo aconteceu
através do nosso empresário David, que conhecia o pessoal da Reaper.
O vosso som é uma mistura
de diferentes estilos. Como conseguem essa mistura da forma que vocês a fazem?
Como se definiriam?
Desde o início que o nosso
objetivo tem sido fazer algo diferente do que todos os outros fazem e manter as
coisas atualizadas para o ouvinte. Compusemos e organizamos tudo com isso em
mente, para que o resultado final assim pareça. É claro que isso às vezes pode
ser bastante difícil e demora tempo, o que, novamente, foi uma das razões pelas
quais a produção do álbum demorou tanto.
Fireborn apresenta,
também, uma mistura de letras em inglês e finlandês. O que vos faz decidir por
um ou outro?
Na verdade, depois do primeiro
álbum, estava completamente cansado de escrever em finlandês. O finlandês é uma
língua muito difícil de escrever, porque não podes prolongar as vogais ou
consoantes como em outras línguas. Depois do primeiro álbum, pensei que nunca
mais escreveria em finlandês. Depois de ter começado a escrever em inglês,
voltei a escrever em finlandês. E deixamos a criatividade guiar o navio e ir
para onde ela nos levava, às vezes fazemos letras em inglês, outras vezes em
finlandês.
Fireborn
entrou nos tops oficiais alemães. Como lidaram com
isso e o que significou para vocês?
Isso foi uma loucura absoluta!
Estamos muito felizes com esse resultado, não era algo que esperássemos, mas
aqui estamos. Espero continuar assim nos próximos álbuns.
Este álbum foi ilustrado
com diversos lyric e music-videos,
bem como três episódios do making of do álbum. Em relação aos
vídeos, quais foram as escolhas e porquê?
O foco principal para nós foi o
vídeo Tribe, que no total demorou 6 meses para ser filmado. Foi um
projeto enorme, já que fizemos sozinhos, toda a escrita, figurino e assim por
diante. Os lyric-videos foram feitos com a nossa editora e não exigiram
muito esforço.
Quanto ao making of,
por que o fizeram e o que podem os vossos fãs ver nesses vídeos?
Na verdade, foi ideia da Reaper.
Eles pensaram que como estamos a fazer muitas coisas novas que as pessoas não
conhecem, por que não fazer vídeos onde explicamos tudo? Foi uma boa ideia.
Recentemente
tiveram a oportunidade de tocar no Summer Breeze Festival.
Qual foi a sensação?
Insano! Foi o nosso primeiro espetáculo
fora da Finlândia e de longe o maior público que já tivemos. Precisamos mais
destes!
O
que mais tem planeado para promover este álbum ao vivo?
Temos muitas coisas planeadas,
mas nada confirmado ainda. É claro que pretendemos fazer espetáculos, na
Finlândia e fora dela.
Muito obrigado, pessoal, mais uma vez. Querem acrescentar mais alguma coisa?
Espero que todos gostem de Fireborn e da nossa música em geral. Stay heavy!
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