Entrevista: Elm Street


 

Sete anos sem qualquer lançamento pode parecer muito. Mas a verdade é que os Elm Street têm andado tão ocupados com tournées na Europa e nos EUA que um novo álbum só estava previsto 2020, quando o mundo lhes trocou as voltas. Com mais tempo para trabalhar, The Great Tribulation acabou por se transformar numa obra monstruosa de heavy metal. Da longínqua Melbourne, o vocalista e guitarrista ritmo Ben Batres este à conversa com Via Nocturna sobre este que é o registo mais forte da banda até hoje.

 

Olá, Ben, tudo bem? Obrigado por esta oportunidade de entrevista...

Obrigado, Pedro, é ótimo estar ligado com a comunidade metal em Portugal!

 

Os Elm Street estão de volta aos álbuns sete anos depois de Knock'em Out… With A Metal Fist. O que aconteceu para este hiato de tanto tempo?

Estivemos muito ocupados em tournée entre 2016 e 2019. Moramos em Melbourne, Austrália e não é fácil viajar para a Europa ou América do Norte, portanto, depois de uma tournée de 1 a 2 meses em qualquer uma dessas regiões, normalmente levas alguns meses para recuperar. E depois planeias a próxima. Construímos um momento com vários mercados em redor do mundo de que tínhamos planos incríveis de lançar um novo álbum em 2020… o mundo tinha planos diferentes (risos).

 

Durante este período, lançaram o EP Blood Diamond com duas versões. Qual foi a vossa intenção com esse lançamento?

Foi puramente um lançamento para promover uma tournée australiana que estávamos a fazer e porque achamos que seria bom lançar um vinil. Algo que nunca tínhamos feito antes e que vendeu muito rapidamente. Também tocamos We Will Rock You e Bang Your Head nos nossos sets, portanto queríamos ver como elas seriam recebidas num lançamento adequado.

 

O novo álbum intitula-se The Great Tribulation. Existe uma história por trás deste título, não é verdade? Queres compartilhá-la?

Na Bíblia, The Great Tribulation marca o fim dos dias. 7 eventos apocalípticos que seriam o fim da humanidade. Os últimos anos quase pareceram o fim dos tempos, portanto o título encaixou-se perfeitamente. Aliás, não somos uma banda cristã, mas quem não gosta dos Stryper?! (risos). Achamos que toda gente está à procura de temas malignos, mas ninguém olha para os bons temas cristãos.

 

O terceiro álbum de uma banda é sempre muito importante. Sentem que têm em mãos o vosso álbum mais forte até agora?

É definitivamente o nosso álbum mais forte neste momento. Tentaremos sempre desenvolver-nos e crescer com a nossa música. Embora este álbum deixe uma parte da história para trás. Não é como os nossos últimos discos e não será como os nossos próximos lançamentos.

 

Mais forte e muito mais diversificado. Musicalmente, como descreverias este novo álbum?

É a mistura certa de heavy metal que amamos. Um pouco de classical, power, thrash, hair e NWOBHM. Eu adoro álbuns que tenham dinâmica, onde nenhuma música é exatamente igual à outra. Acho isso nos álbuns dos Maiden, vê Brave New World como exemplo. Cada música é diferente da anterior e o álbum inteiro pode ser ouvido. Tentamos criar a mesma dinâmica com este lançamento.

 

E no aspecto lírico? Têm aqui algumas das letras mais chocantes da banda. Podes falar-nos sobre isso?

Os temas mais sombrios surgiram naturalmente. Quando leio a letra, digo “Ah, sim, isto é Ben ou Aaron ou Nick ou Tom em 2023”. Dos álbuns anteriores, digo a mesma coisa, mas relevante para aquele ano.

 

Ainda mais chocante é que são baseadas em acontecimentos reais, não é?

É verdade! Eventos que chocaram e abalaram os nossos mundos nos últimos anos. Esperamos que as pessoas possam encontrar algum tipo de relação com cada letra, caso contrário, terão uma pequena visão da banda ao ler as letras.

 

O grande e épico instrumental The Last Judgment foi lançado como single em 2021, bem no meio da pandemia. Regravaram essa música? E fizeram alguma modificação?

A música completa foi regravada e arrasa muito mais agora que tivemos a oportunidade de entrar em estúdio e a gravar corretamente. Como tivemos algum tempo antes do álbum ser lançado, adicionamos mais harmonias, mais guitarras solo e o final ficou muito mais melódico. Um dos meus favoritos do álbum com certeza.

 

O que têm previsto para tournée após o lançamento do álbum?

Temos vários espetáculos na Austrália para promover o lançamento e o próximo será na Europa. Fiquem atentos às nossas redes sociais para mais informações em breve!

 

Obrigado, Ben, mais uma vez. Queres enviar alguma mensagem?

Obrigado a todos por lerem esta entrevista, esperamos que gostem da nossa nova música e esperamos vê-los em breve.


Comentários

DISCO DA SEMANA #47 VN2000: Act III: Pareidolia Of Depravity (ADAMANTRA) (Inverse Records)

MÚSICA DA SEMANA #48 VN2000: My Asylum (PARAGON)(Massacre Records)

GRUPO DO MÊS #11 VN2000: Earth Drive (Raging Planet Records)