Review: Faust - Act I Prelude To Darkness (STRANGER VISION)

 

Faust - Act I Prelude To Darkness (STRANGER VISION)

Wasteland Records

Lançamento: 08/novembro/2024

 

Depois do genial Wasteland, de 2022, foi com imensa expetativa que atacamos Faust – Act I Prelude To Darkness. E se melhorar a obra anterior, seria um passo quase impossível de dar, não se esperaria era que o passo atrás fosse tão evidente. Mas Faust – Act I Prelude To Darkness é assim um álbum tão mau? Não, não é, de todo. Muito do que existia em Wasteland, volta a estar presente. Mas há parâmetros que desparecerem ou foram substituídos por outros com um menor, ou pelo menos, diferente impacto. Analisemos, então esses parâmetros individualmente. Capacidade técnica – nada mudou; os italianos são músicos tremendos, dotados e virtuosos. Tudo o que está tocado em Faust – Act I Prelude To Darkness está a níveis estratosféricos de qualidade instrumental. E muito do valor deste álbum vem, precisamente, desse soberbo desempenho. Melodia – a este nível, o presente trabalho não está tão evoluído quanto o primeiro, embora o tom mais negro e depressivo do álbum também não o pedisse. Ainda assim, um ponto a assinalar é que são melodias pouco óbvias e bem trabalhadas e que irão crescer e mostrar-se com as sucessivas audições. Canções – neste nível Faust – Act I Prelude To Darkness perde bastante comparativamente com Wasteland. Podemos considerar Two Souls, In Principium e Carpe Diem como os momentos mais altos, com mais um par de temas a aproximar-se, mas a maioria dos temas vale essencialmente, como dissemos pelos desempenhos e não tanto pela qualidade das composições. Orientação estilística – aqui reside o maior problema deste novo registo dos Stranger Vision que trazem, na verdade, uma visão muito estranha do seu, cada vez mais assumido, prog metal. A procura (sabe-se lá porquê!) de inserir riffs e secções de metal contemporâneo não resulta porque não soa enquadrado, porque os temas não o pedem e porque parecem ser introduzidos a martelo. Uma opção de se atualizarem que, de todo, não resulta. Finalmente, o trabalho vocal. Por mais competente que seja Ivan Adami, e é-o, sem dúvida, este continua a ser o maior erro de casting dos Stranger Vision. Definitivamente a sua voz não se enquadra, de tal forma que os melhores momentos conseguidos neste álbum são sempre quando… ele se cala e deixa espaço para o instrumental brilhar. Portanto, entre o deve e o haver deste Faust – Act I Prelude To Darkness, ainda sobra tempo para falar em algumas belas texturas de piano e nos vocais de Angelica Patti em Two Souls (sim, porque a de James LaBrie, em Nothing Really Matters pouca ou nada acrescenta). É um álbum melhor do que tinha sido Poetica, mas não se aproxima de Wasteland. Tem alguns pontos a melhorar, mas tem muitos aspetos que merecem ser descobertos. Um conselho: é um álbum que precisa de tempo e predisposição para ir crescendo. [85%]

 

Highlights

Nothing Really Matters, Look Into Your Eyes, Two Souls, In Principium, Carpe Diem

 

Tracklist

1.      Prologue In Heaven

2.      Strive

3.      Nothing Really Matters

4.      Look Into Your Eyes

5.      Two Souls

6.      Prologue Of John

7.      In Principium

8.      Dance Of Darkness

9.      The Covenant

10.  Carpe Diem

11.  Fly

12.  New Life

 

Line-up

Ivan Adami – vocais

Riccardo Toni – guitarras, teclados, orquestrações

Daniele Morini – baixo

Alessio Monacelli – bateria

 

Convidados

James LaBrie – vocais (3)

Angelica Patti – vocais (5)

Simone Bertozzi – vocais (10)

 

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Edição

Wasteland Records

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