Diretamente dos Açores, a banda Dog Meet surge como
uma das mais recentes apostas do rock alternativo nacional. Formado em 2023, o
grupo une influências que atravessam o Atlântico, fundindo o espírito clássico
do rock com uma energia contemporânea e introspetiva. O single de
estreia, Spring Rain, apresentou a sua assinatura sonora única e abriu
caminho para o lançamento do primeiro EP, no final de dezembro. Nesta
entrevista, os Dog Meet partilham detalhes sobre as suas inspirações, o impacto
da vida insular na sua música e os desafios e ambições que marcam o início da
sua jornada artística.
Olá, pessoal, tudo bem? Obrigado pela disponibilidade. Para
começar, podem apresentar este projeto Dog Meet – quando surgiu, com que
motivações e como tem sido o vosso trajeto até aqui?
Olá! O projeto Dog
Meet surgiu em 2023, quando decidimos unir as nossas influências musicais,
que atravessam o Atlântico entre a Europa e a América, para criar algo
autêntico e pessoal. A ideia era dar vida a uma sonoridade que equilibrasse o
espírito clássico do rock com uma energia contemporânea. O trajeto até
agora tem sido uma jornada incrível, cheia de desafios criativos e momentos
memoráveis, como a gravação do nosso primeiro EP.
Como descreveriam o vosso estilo musical? Que influências
marcaram mais profundamente a sonoridade da banda?
Descrevemos o
nosso estilo musical como uma fusão de rock alternativo, indie e
psicadélico, com fortes influências de artistas como Arctic Monkeys, Nirvana,
Lou Reed e Kurt Vile. Estes nomes ajudam a moldar a nossa
sonoridade, mas procuramos sempre trazer algo único, que reflete a nossa visão
e identidade enquanto banda.
Qual foi a inspiração principal para o vosso single de estreia,
Spring Rain? A noite de primavera chuvosa que mencionam no comunicado foi
essencial para o processo criativo?
A inspiração
principal para Spring Rain veio, de facto, daquela noite de primavera
chuvosa. Estávamos sem eletricidade, com apenas um violão, e a simplicidade do
momento foi crucial para o processo criativo.
O lançamento do EP aconteceu no dia27 de dezembro. O que podem
adiantar sobre o restante trabalho? Segue a mesma linha criativa de Spring Rain?
O EP, que foi
lançado no dia 27 de dezembro, é uma extensão do que mostramos em Spring
Rain. Cada faixa tem a sua identidade, mas há uma linha comum que conecta
todas as músicas: a exploração de emoções profundas e a ligação com a psique
humana e o ambiente que nos rodeia. Há um equilíbrio entre momentos introspetivos
e passagens mais intensas.
Existe algum artista ou banda com quem gostariam de colaborar no
futuro, seja a nível local ou internacional?
Sobre
colaborações… honestamente, não sabemos. Essas coisas acontecem com o tempo.
Acabámos de chegar, e é difícil dizer. Aqui nos Açores, ainda estamos a
conhecer o cenário; internacionalmente, também não sabemos. Talvez, quem sabe?
Só a estrada e as experiências poderão contar essas histórias. Isso é algo
bonito — deixar que o tempo e os momentos nos guiem.
De que forma a vida nos Açores influencia a vossa música? Sentem
que o ambiente insular traz uma perspetiva única ao vosso som?
A vida nos Açores
tem um papel importante na nossa música, mas, mais do que isso, o que realmente
influencia o nosso som são os imaginários que vêm de coisas como o estilo de
vida de Hollywood, o cinema e a mitologia que rodeia o rock and roll. É
esse tipo de estética e energia que nos inspira — aquele sentimento de
liberdade e intensidade é que define tudo.
O que significa para vocês levar a música dos Açores ao resto do
país e, possivelmente, além-fronteiras?
Para nós, levar a
música dos Açores ao resto do país e além-fronteiras é uma forma de mostrar o
quão rica e criativa esta região pode ser.
Que mensagem gostariam de deixar aos vossos ouvintes que estão a
descobrir Dog Meet através de Spring Rain?
Esperamos que Spring
Rain consiga criar nas pessoas a sensação de que podemos fazer melhor nos
Açores. Podemos mudar as coisas, dar mais valor à música e mostrar que aqui
também se fazem coisas incríveis. Queremos que nos acompanhem nesta jornada
porque estamos prestes a provar como podemos elevar a qualidade de tudo o que
fazemos aqui.
O que podemos esperar de vocês no futuro próximo?
No futuro
próximo, podem esperar mais música, talvez alguns concertos e, acima de tudo, a
mesma dedicação a criar algo autêntico. O nosso objetivo é continuar a explorar
novas ideias e construir uma ligação genuína com o nosso público.
Obrigado, pessoal! Querem deixar alguma mensagem?
Antes de terminarmos, queremos deixar uma mensagem importante: precisamos dar mais valor à música a nível nacional, porque, hoje em dia, a música perdeu o seu valor. As pessoas acham caro pagar para assistir a concertos, mas essa é uma forma errada de pensar. A única maneira dos artistas evoluírem é através das receitas dos concertos. E, se os concertos não geram receitas, porque haveríamos de os dar? Por isso, o nosso apelo é este: apoiem a música, apoiem os artistas, vão aos concertos das bandas que gostam, comprem os bilhetes e estejam lá. É nos palcos que a magia acontece, e, sem o vosso apoio, essa magia torna-se difícil de sustentar. Valorizem a música, porque ela merece.
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