Review: The Way Of All Flesh (DEATH CULT 69)

 

The Way Of All Flesh (DEATH CULT 69)

Independente

Lançamento: 24/janeiro/2025

 

Quando falamos em Death Cult, a mente recua imediatamente aos primórdios do gótico, ao culto sombrio de Southern Death Cult, mais tarde apenas Death Cult, antes de Ian Astbury e Billy Duffy darem um salto para os domínios do rock com The Cult. Mas a herança do nome não se encerra aí, pois o espírito da noite e do obscuro encontrou também refúgio nos finlandeses The 69 Eyes, que forjaram uma estética vampiresca e uma sonoridade gélida e cinematográfica. Eis, então, que surge The Way Of All Flesh, o trabalho de estreia dos alemães Death Cult 69, e a escolha do nome não é inocente: uma homenagem ao legado do gótico, mas com os pés assentes num doom metal massivo e envolvente. Desde os primeiros acordes, torna-se evidente que The Way Of All Flesh não se limita a um único rótulo. O álbum é uma fusão densa e bem arquitetada de doom, gothic, death e sludge metal, onde cada elemento se encaixa numa tapeçaria sonora lúgubre e sufocante. O órgão assume um papel central na estética da banda, conferindo-lhe um tom retro e psicadélico que evoca tanto o misticismo dos primeiros Deep Purple como a morbidez de uns Type O Negative. Aliás, a teatralidade dos vocais de Konstantin Michaely não se furta à comparação com Peter Steele, assumindo um registo que oscila entre o canto profundo e velado, os sussurros angustiantes e as explosões emocionais carregadas de melancolia. Os riffs são pesados, graves, em tons downtuned que poderiam ter sido extraídos dos primórdios dos Black Sabbath, mas o espírito que habita estas composições é mais sombrio e perturbador. Há momentos em que o groove se instala, numa clara influência do sludge, mas logo a seguir o álbum mergulha em atmosferas mais contemplativas e soturnas, com harmonias a pairar sobre uma base instrumental densa e sufocante. The Way Of All Flesh poderia perfeitamente servir de banda sonora a um filme de terror, um daqueles que nos mantém num estado permanente de inquietação. É um álbum que honra a tradição do doom, mas com uma abordagem singular. Uma obra mordaz, quente e envolvente. Denso sem ser claustrofóbico, pesado sem perder a musicalidade, teatral sem cair no exagero. [81%]

 

Highlights

The Way Of The Flesh, Children Of The Void, Hell On Earth, Join The Cult

 

Tracklist

1. Hell On Earth

2. Ritual Queen

3. 1969

4. The Way Of All Flesh

5. We Are The Light

6. Children Of The Void

7. Death Finds A Way

8. Join The Cult

 

Line-up

Konstantin Michaely – guitarras, vocais, baixo, órgão

Luc Lacroix – bateria

Fern Czar – screams, backing vocals, baixo (live)

Marie Ko San – órgão (live)

 

Convidados

Lars Dotzauer – vocais (6)

Christoph Franke – vocais (7)

Jan Oberg – vocais (8)

 

Internet

Bandcamp   

Facebook   

Youtube   

Instagram   

Comentários

DISCO DA SEMANA VN2000 #13/2025: Cycle Of Death (DEUS SABAOTH) (Independente)

MÚSICA DA SEMANA VN2000 #13/2025: Circuition (NEPHYLIM) (Independente)

GRUPO DO MÊS VN2000 #03/2025: Ethereal (Independente)