Num ponto onde o tempo se curva sobre si mesmo e os ecos de um
passado sombrio se entrelaçam com a densidade do doom moderno, surgem os Apocalypse Orchestra. A sua base
temática está assente nos dias medievais, pelo que esta singular formação sueca
nos convida a viajar por esses tenebrosos corredores da história. E depois de
nos encantarem (ou amaldiçoarem?) com o monumental The End Is Nigh,
regressam agora comum novo capítulo, A Plague Upon Thee. Portanto, fomos
conversar com Andreas Skoglund, uma das almas por detrás desta missa
distorcida, para saber mais sobre o hiato criativo, a persistente inspiração
medieval e a forma como o inferno continua a ser saqueado… com elegância.
Olá, Andreas,
obrigado pela disponibilidade. Já passaram oito anos desde o vosso álbum de
estreia, The End Is Nigh. O que é que aconteceu para um hiato tão longo entre álbuns?
A escrita demorou muito
tempo, só para juntar todas as ideias e transformá-las em canções. A gravação
também foi algo em que passámos uma quantidade significativa de tempo. Só as
vozes, incluindo as partes do coro, demoraram cerca de 6 meses!
O que vos inspirou
durante este período para criar A Plague Upon Thee? Como é que a vossa abordagem à escrita e composição de canções
mudou ao longo dos anos, especialmente durante a criação deste álbum?
A principal inspiração
será sempre a época medieval! Os instrumentos, a música dessa época e todas as
coisas loucas que se passavam nessa sociedade! A nossa abordagem não mudou
muito. Continuamos a compor da mesma maneira, atirando todas as nossas ideias
para um enorme caldeirão e depois juntando todas as peças. O que mudou foram
principalmente as ideias em si, que estavam mais inclinadas para uma sensação
mais épica desta vez.
Podes falar sobre os temas e histórias explorados em A Plague Upon Thee? Como é que eles diferem ou expandem os do
teu álbum de estreia?
Os conceitos líricos do
novo álbum seguem basicamente os mesmos tipos de temas obscuros e sombrios do
primeiro. Histórias que focam em dificuldades e lutas, morte e desespero.
A vossa música mistura de forma única melodias medievais com doom metal. Como é que o vosso som evoluiu neste novo álbum?
Há algum instrumento ou técnica nova que tenhas incorporado?
Acho que desta vez é mais
épico e não tão sombrio como o primeiro álbum. No que diz respeito aos
instrumentos, estamos constantemente a adicionar coisas novas à mistura. Acho
que há um dulcimer martelado numa ou duas músicas. E alguns tubos
estranhos aqui e ali.
O press release afirma que o
álbum mergulha em contos de fanáticos, religião e ciência nos tempos medievais,
e o saque do inferno. Podes falar mais sobre estas narrativas e o seu
significado?
Estas narrativas fazem
parte de certas canções, sendo que a mais óbvia é provavelmente Anchorhold.
É sobre os chamados anacoretas que se deixavam fechar em pequenos
compartimentos nas paredes da igreja para estarem mais perto de Deus. É apenas
uma das muitas práticas bizarras dos tempos medievais sobre as quais tínhamos
de escrever uma canção!
Deste álbum, foram filmados três vídeos (Virago, Glass And Sun e Saint Yersinia). Porque
é que escolheram estas canções para esse fim?
Achámos que as músicas
eram fortes e que os temas tinham potencial para serem apresentados visualmente
de uma boa forma.
As vossas atuações ao vivo são conhecidas pelos elementos
teatrais, incluindo atores, bailarinos, fogo e animações projetadas. Como é que
planeiam dar vida a A Plague Upon Thee em
palco?
Isso depende muito do
local e da logística. Por isso, planeamos sempre os espetáculos em palco de
forma diferente para cada espetáculo, com base no orçamento e na forma como
temos de viajar.
Que mensagem ou experiência vocês esperam que os ouvintes levem
de A Plague Upon Thee?
Uma apreciação mais
profunda pela música de sonoridade medieval!
Refletindo sobre a vossa jornada desde 2013, como sentem que a
banda cresceu, tanto musical como pessoalmente, até este lançamento? E sobre o
futuro? Que projetos têm em mente?
Temos falado em
experimentar mais com o lado cinematográfico das coisas. E espero que não
demore tanto tempo até o próximo lançamento!
Mais uma vez, obrigado, Andreas. Queres enviar alguma mensagem para
os vossos fãs ou para os nossos leitores?
Um grande obrigado a
todos aqueles que ainda estão a ouvir depois de oito anos! Continuem a apoiar o
slow metal!
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