Entrevista: Freedomination

 




Após um longo hiato e um renascimento sonoro, os Freedomination estão de regresso com o poderoso álbum de estreia Until The Lights Go Out, um trabalho que promete deixar a sua marca na comunidade metal. Combinando a energia crua do thrash com a complexidade do metal progressivo, temperada por influências punk e heavy tradicionais, este é um disco que mantém bem viva a chama do verdadeiro metal. Nesta entrevista, Timo Ahlström, vocalista e guitarrista, conduz-nos através da história da banda.

 

Olá, Timo, obrigado pela disponibilidade. Antes de mais, podes apresentar os Freedomination aos metalheads portugueses?

Olá! Nós somos uma banda de metal finlandesa. Eu (Timo Ahlström) na voz e guitarra, o meu irmão Jukka Ahlström na bateria, Jökä Reinholm na outra guitarra e Tommi Otsavaara no baixo e backing vocals.

 

Os Freedomination nasceram em Vantaa, na Finlândia, em 2008. Ao longo dos anos, como é que a direção musical da banda evoluiu até ao vosso álbum de estreia, Until The Lights Go Out?

Começámos um pouco mais thrashy e fomos evoluindo mais para o que poderia ser chamado simplesmente de metal, acho eu. Temos mudado as afinações e até tocámos guitarras de 7 cordas a certa altura e houve diferentes tipos de eras, mas não lançámos muito do material que temos tocado na história.

 

Após um período de inatividade desde 2017, regressaram aos palcos em 2022 com uma nova formação. O que motivou este regresso e como é que o hiato influenciou o processo criativo do novo álbum?

A motivação veio da necessidade de ter uma banda. Eu e o Jökä tocámos numa banda diferente durante algum tempo, mas quando já não acontecia nada com essa banda, decidimos que era uma boa ideia começar a fazer esta novamente. Eu queria mesmo “acabar o que tinha começado”. Acho que nunca atingimos o potencial desta banda e nem sequer lançámos um álbum de estreia, por isso aqui estamos nós.

 

Antes do lançamento do álbum, lançaram três singles. Como é que estas faixas prepararam o terreno para o álbum completo e qual foi a estratégia por detrás da sua seleção e ordem de lançamento?

Tentámos descobrir as melhores canções para despertar o interesse do público. Uma coisa positiva, mas um pouco difícil, é que na minha opinião qualquer uma das músicas poderia ser um single.

 

A vossa música mistura elementos de thrash metal, metal progressivo, heavy metal tradicional e punk rock. Podes explicar como é que estes géneros moldaram o vosso som e que artistas foram particularmente influentes?

Não tenho a certeza se se conseguem ouvir as diferentes influências, porque é difícil dizer a partir da minha perspetiva, mas penso que se podem ouvir algumas influências do punk, uma vez que eu e o meu irmão começámos a gostar de música através do punk. Os álbuns mais antigos dos The Offspring, Ramones e The Misfits e por aí fora. Heavy metal, bem, definitivamente Iron Maiden, Judas Priest, Metal Church, Armored Saint, Laaz Rockit, Savatage e Danzig. Thrash metal, eu poderia citar Annihilator, Anthrax, Megadeth, Metallica, Exodus, Slayer e assim por diante. E no metal progressivo, especialmente Fates Warning e Nevermore. Talvez estas bandas pintem algum tipo de quadro.

 

Quais são os temas ou mensagens centrais que exploram neste álbum e como é que estas canções refletem essas ideias?

O álbum tem alguns temas: experiências da vida real, histórias de terror, até mesmo alguns comentários políticos. Eu queria um álbum que tivesse diferentes tipos de coisas a acontecer, mas que funcionasse bem como uma coleção de músicas.

 

Podes explicar-nos o vosso processo de composição? Por exemplo, como é que a faixa The Raven ganhou vida e o que é que inspirou a sua letra e composição?

A música geralmente vem primeiro. Faço algumas partes e depois podemos começar a improvisar ou escrevo a letra primeiro. Muitas vezes ligo partes antigas com outras novas. The Raven tem uma vibe sombria, por isso desde cedo percebi que o título deveria ser algo do género. Inspirei-me na história de Edgar Allan Poe e deitei-lhe algumas coisas. The Raven é também um tributo à banda Nevermore, da qual sou grande fã, por isso o título também faz sentido nessa perspetiva.

 

Como foi o processo de gravação deste primeiro álbum? Houve algum desafio inesperado ou momentos memoráveis durante a produção?

O processo de gravação começou com a nossa ida ao East Sound Studios. Gravámos lá a bateria, as vozes e as guitarras de algumas canções. Tivemos alguns desafios porque o nosso baixista Anssi Kantola deixou a banda na primavera de 2023. Felizmente, Tommi Otsavaara juntou-se à banda depois disso. Fizemos o resto das faixas de guitarra e de baixo no seu estúdio caseiro. O Tommi também trabalhou muito na edição de algumas faixas e assim por diante. O processo levou-nos bastante tempo, mas conseguimos!

 

O álbum foi misturado e masterizado por Pekka 'Splendid' Laine no East Sound Studios. Como foi trabalhar com o Pekka e como é que o seu envolvimento moldou o som final do álbum?

O Splendid fez um trabalho incrível e eu sabia que o faria porque eu e o Jökä já tínhamos trabalhado com ele antes. Estava um pouco assustado para as minhas sessões vocais, mas acabou por ser muito divertido! Foi muito bom trabalhar com ele.

 

O baixista e vocalista de apoio Tommi Otsavaara criou a arte do álbum. Como é que a representação visual complementa a música e os temas de Until The Lights Go Out?

Bem, a imagem é tirada de um sítio muito precioso para mim. É um pedaço de estrada que percorro desde criança e fazia sentido tê-la lá porque sempre ouvi música lá, primeiro no walkman de cassetes, depois no walkman de CDs, no leitor de mp3, no telemóvel...

 

Com o lançamento do vosso álbum de estreia, quais são os planos para o futuro? Há algumas colaborações, digressões ou novos projetos no horizonte que os fãs devam esperar?

Estamos a trabalhar em novas canções para podermos entrar em estúdio e gravar o álbum número 2. Também estamos a tentar arranjar mais concertos e estamos a pensar em fazer outro videoclip.

 

Finalmente, que mensagem gostariam de transmitir aos vossos fãs e àqueles que estão a descobrir os Freedomination através de Until The Lights Go Out?

Until The Lights Go Out prova que o verdadeiro metal está vivo e de boa saúde. Penso que a mensagem principal é manterem-se persistentes, manterem a vossa integridade e viverem a vossa vida ao máximo! Nunca desistam daquilo em que acreditam e que se lixem os ditadores, os rufias e os corruptos.

 

Mais uma vez, obrigado, Timo. Queres enviar algumas mensagens aos vossos fãs ou aos nossos leitores?

Obrigado pela entrevista e obrigado a todos os leitores. Esperamos realmente que gostem do nosso álbum! Stay metal!

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