Foi com mais de um ano de atraso e um cartaz completamente diferente que a Myths of Fate Tour finalmente chegou à cidade invicta. De 30/03/2024 para 03/04/2025, mas com o mesmo entusiasmo tanto por parte da banda, como por parte dos fãs nortenhos que não perderam a oportunidade de ver os vikings a subir ao palco da Sala 2 do Hard Club.
As nuvens chuvosas que haviam escurecido
o dia desapareceram e permitiram que a lua brilhasse, tornando a noite bastante
agradável e encorajando os metaleiros portuenses a deslocarem-se mais
cedo até ao Mercado Ferreira Borges. Caso a Myths of Fate Tour tivesse
chegado ao Porto na data inicialmente prevista, a abertura teria estado a cargo
dos Northtale e dos Catalyst Crime, dois nomes muito reputados na
cena metal internacional. Assim, coube aos Blame Zeus que, a
jogar em casa, mostraram estar ao mesmo nível que qualquer um dos dois nomes
inicialmente previstos. Recém-regressados da sua primeira tour europeia
e com o novo membro Bruno Rodrigues já totalmente integrado, os
comandados de Sandra Oliveira apresentaram um setlist dividido
entre os seus temas mais clássicos e o mais recente álbum Laudanum. O
ponto mais alto do concerto chegaria com Asleep In The Stars, uma canção
sempre capaz de deleitar os fãs dos Blame Zeus. Foi cerca de 1h de
concerto de uma banda com muita rotação, a mostrar toda a sua inegável
qualidade.
Trazendo o seu mais recente álbum Myths
Of Fate na bagagem, os Leaves’ Eyes focaram o setlist nesse
belíssimo trabalho. Ainda assim, a abertura daquele que seria um concerto cheio
de surpresas ficou a cargo da mais clássica Chain Of The Golden Horn, o
que, tendo em conta o nível de energia, se revelou uma escolha bastante
acertada. Sempre guiados pela formidável dupla de vocalistas formada por Elina
Siirala e por Alexander Krull e pelas suas dinâmicas, os Leaves’
Eyes organizaram um setlist onde cobriram quase toda a sua carreira,
desde os temas mais pop-oriented de Vinland Saga (Farewell
Proud Men) até autênticos pesos pesados da fase mais recente da carreira da
banda. Para além da parte musical, também a parte visual estava muito bem
coordenada, tanto a nível de guarda-roupa como de interações no palco,
mostrando o elevado nível de profissionalismo que a banda atingiu.
Desde sempre que a cultura e mitologia
nórdicas foram adotadas pelos Leaves’ Eyes. Por isso, é usual haver
adereços de palcos relacionados com o referido tema. Infelizmente, uma vez que
os alemães se deslocaram até à Península Ibérica de avião, não lhes foi
possível trazer toda a parafernália a que outros países tiveram acesso. Ainda
assim, durante Sign Of The Dragonhead, Alexander Krull incarnou o
espírito viking e apresentou-se com uma espada e um capacete, tal como
um verdadeiro guerreiro nórdico.
A segunda surpresa da noite apareceria
pouco depois, quando Luc Gebhardt foi ao backstage buscar um
tabuleiro com copos de vodka e começou a distribuir pela banda e pela
plateia. A festa estava oficialmente lançada! Entre esse momento e o final houve
ainda tempo para o mais recente membro da banda mostrar os seus dotes musicais,
num belo solo de bateria. O concerto acabaria com Forged By Fire,
deixando todos os presentes com um sabor agridoce e rogando aos deuses que não
falte muito até que os germânicos regressem a terras lusitanas.
Agradecimento
especial: Nuno Reis/Caminhos Metálicos (reportagem fotográfica)
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