Deep Water (COSMIC CATHEDRAL)
InsideOut Music
Lançamento: 25/abril/2025
Desta vez, Neal Morse decidiu
criar um álbum diferente do habitual ao juntar-se a três músicos de exceção: o
lendário baterista Chester Thompson, o virtuoso guitarrista Phil
Keaggy, e o conceituado baixista Byron House. Com esta necessidade
de surpreender e de se desafiar a si próprio, surge o álbum Deep Water
que traz a assinatura deste novo projeto Cosmic Cathedral. Esta é a prova
viva dessa inquietude e liberdade criativa, com Morse e companheiros a partir à
aventura sem roteiro fixo, dando primazia à espontaneidade e ao poder
transformador da improvisação. O resultado? Um álbum que, sem nunca renegar a
herança do progressivo clássico, desbrava caminhos inesperados, absorvendo o groove,
o jazz e até o espírito melódico dos Beatles. Logo a abrir, The
Heart Of Life apresenta-se como um épico de mais de treze minutos, fiel ao
legado progressivo de Morse: uma peça rica em variações, com progressões bem
conseguidas, melodias luminosas e uma notável coesão entre os instrumentos e os
vocais, onde os jogos harmónicos elevam o tema a um patamar superior. Mas é com
Time To Fly que se começa a perceber que este não será apenas mais um
disco de Neal Morse. Aqui, ao groove contagiante de Byron
House no baixo juntam-se guitarras e teclados com sabor funky, tudo
polvilhado com detalhes composicionais minuciosos que, mesmo nos momentos mais
subtis, não passam despercebidos. A tudo isto, somam-se coros femininos etéreos
e a inesperada presença de sopros, que enriquecem ainda mais o quadro sonoro. O
lado mais emotivo surge em I Won’t Make It, uma peça profundamente
melódica, onde elementos de classicismo puro se entrelaçam com um ambiente
acústico envolvente. As cordas transportam-nos para um universo
cinematográfico, onde a emoção fala mais alto do que qualquer virtuosismo
técnico. Walking In Daylight retoma a ousadia composicional, oferecendo
arranjos complexos, mas sempre coesos, e um verdadeiro diálogo entre
instrumentos. O tema move-se com naturalidade entre o prog e o funk,
expandindo ainda mais os horizontes estéticos do álbum. A espinha dorsal do
disco, contudo, são os monumentais 38 minutos de Deep Water Suite,
dividida em nove segmentos que nos guiam por uma jornada musical eclética, com
uma assinatura grandiosa e melódica, e com aquele toque espiritual que sempre
lhe foi tão caro. A parte V, Nightmare In Paradise, apresenta o momento
mais teatral da suíte: spoken word, orquestrações densas, coros
imersivos e sucessivas mudanças rítmicas transformam este tema num pequeno
épico dentro do épico. Deep Water é, portanto, um disco de fusões
inesperadas, de encontros improváveis, mas absolutamente naturais entre músicos
que respiram música com décadas de sabedoria acumulada. É um álbum onde o rock
progressivo se cruza com o jazz, fusion, soul, funk
e espiritualidade, numa comunhão rara de talento e emoção. Uma catedral cósmica
construída não em pedra, mas em som, emoção e transcendência. [92%]
Highlights
The Heart Of Life, Time To Fly, I Won’t Make It, Walking In Daylight,
Deep Water Suite IV: Storm Surface, Deep Water Suite V: Nightmare In Paradise,
Deep Water Suite VII: New Revelation
1. The Heart Of Life
2. Time To Fly
3. I Won’t Make It
4. Walking In Daylight
5. Deep Water Suite I: Introduction
6. Deep Water Suite II: Launch Out, Pt. One
7. Deep Water Suite III: Fires Of The Sunrise
8. Deep Water Suite IV: Storm Surface
9. Deep Water Suite V: Nightmare In
10. Deep Water Suite VI: Launch Out, Pt. Two
11. Deep Water Suite VII: New Revelation
12. Deep Water Suite VIII: Launch Out, Pt. Three
13. Deep Water Suite IX: The Door To Heaven
Line-up
Neal Morse – guitarras, teclados, vocais
Chester Thompson – bateria
Phil Keaggy – guitarras
Byron House – baixo
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