Review: Monumentata (NAD SYLVAN)

 

Monumentata (NAD SYLVAN)

InsideOut Music

Lançamento: 20/junho/2025

 

Nad Sylvan está de regresso. E fá-lo de uma forma tão sóbria quanto arrebatadora. Monumentata, o novo capítulo na discografia do vocalista sueco, afasta-se conscientemente do universo conceptual e progressivo que marcou profundamente a aclamada trilogia iniciada com Courting The Widow (2015) e encerrada em The Regal Bastard (2019), para se assumir como um disco de plena maturidade artística, elaborado com uma impressionante inteligência emocional e intelectual. À semelhança de Spiritus Mundi (2021), que já deixava antever uma viragem mais introspetiva e poética, Monumentata mergulha sem medo na essência do art rock, despojado de virtuosismos instrumentais excessivos ou de construções épicas inflacionadas. Aqui, tudo se joga na delicadeza, na honestidade e, sobretudo, na contemplação. Nad Sylvan entrega-se à composição com um sentido de rigor, forjando canções que, mais do que estruturas complexas, se assumem como hinos de tocante beleza. Não se trata de “menos é mais” por mero recurso estilístico, é uma opção estética fundamentada num olhar amadurecido sobre o poder da simplicidade bem articulada. O álbum abre com dois temas que definem, de forma exemplar, a linha condutora de todo o trabalho: um rock sem definição estilística rígida, livre de amarras, sem forma no sentido tradicional, mas longe de qualquer amorfismo. Há uma fluidez que percorre os arranjos, como se cada nota fosse escolhida com a intenção de fugir à previsibilidade, sem cair no experimentalismo pelo experimentalismo. A seguir, em Monte Carlo Priceless, a contemplação ganha protagonismo, num dos momentos mais introspetivos e reveladores da abordagem emocional que domina este registo. Cenário que voltará a ocorrer no tema título, onde piano e cordas conduzem uma peça delicada que traz de volta a serenidade. Mas é em Wildfire e em I'm Stepping Out que Sylvan revela todo o seu requinte enquanto compositor: harmonias subtis e arranjos precisos que valorizam o espaço entre os sons. Um equilíbrio difícil, mas alcançado com mestria. Já Make Somebody Proud introduz de forma inesperada, mas perfeitamente integrada, elementos de funk e até de gospel, sobretudo nos coros, o que apenas reforça a amplitude expressiva com que o álbum foi concebido. É mais uma prova de que Monumentata não se fecha numa fórmula, mas também não se dispersa em caminhos desconexos, apresentando coesão sem monotonia. O que faz deste Monumentata um verdadeiro monumento à maturidade artística. E, mais do que isso, à sensibilidade de um criador que continua a desafiar-se, sem nunca perder a sua identidade. [89%]

 

Highlights

Secret Lover, That’s Not Me, Wildfire, Make Somebody Proud, I’m Stepping Out

 

Tracklist

1. Secret Lover

2. That's Not Me

3. Monte Carlo Priceless

4. Flowerland

5. Wildfire

6. Make Somebody Proud

7. I'm Stepping Out

8. Monumentata

9. Unkillable

 

Line-up

Nad Sylvan – vocais, teclados, guitarras, baixo

Lalle Larsson – sintetizadores

Joe Deninzon – violino

David Kollar – guitarras

Neil Whitford – guitarras

Randy McStine – guitarras

Tony Levin – baixo

Nick Beggs – baixo

Jonas Reingold – baixo

Marco Minnemann – bateria

Felix Lehrmann – bateria

Mirko De Maio – bateria

Sheona Urquhart – backing vocals

Jade Ell – backing vocals

 

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Edição

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