Entrevista: Alcatrazz

 




Poucas bandas conseguem atravessar quatro décadas mantendo intacto o respeito e a admiração da cena hard’n’heavy como os Alcatrazz. Nascidos no início dos anos 80, deixaram uma marca inconfundível no panorama do heavy rock e agora, em 2025, regressam com Prior Convictions, um disco que revisita os clássicos intemporais da banda, adaptando-os ao presente sem lhes retirar a essência que conquistou gerações. Nesta conversa exclusiva, Gary Shea, baixista e membro fundador, fala sobre o novo álbum, a entrada definitiva de Giles Lavery como vocalista, a próxima digressão europeia e o futuro que a banda ainda tem para escrever.

 

Olá, Gary, é uma grande honra para mim fazer esta entrevista. O calor do momento vem de Prior Convictions, o novo álbum dos Alcatrazz. O que podes revelar aos teus fãs sobre este trabalho?

Obrigado, Daniel, é um prazer falar com os nossos fãs em Portugal. É um conjunto de músicas dos Alcatrazz reformuladas para o século XXI. Pegamos algumas das nossas músicas favoritas e gravamo-las com Joe Stump na guitarra, Mark Benquechea na bateria e Giles Lavery nos vocais.

 

Até agora, lançaram as novas versões de Jet To Jet e Island In The Sun. Como têm sido as reações a esses clássicos reformulados?

A reação tem sido fantástica entre aqueles que ouviram as novas faixas.

 

A vossa carreira abrange mais de 40 anos e seis álbuns. Como foi o processo de escolha das músicas que se encaixariam em Prior Convictions?

Queríamos mostrar algumas das nossas canções clássicas, por isso não foi muito difícil decidir o que escolher. Muitas delas são canções que incluímos nos nossos concertos ao vivo.

 

Fizeram algumas alterações?

Não há alterações nos arranjos originais, apenas uma abordagem moderna com os nossos novos membros nas canções que fizemos originalmente.

 

Este álbum também marca a estreia do novo vocalista, Giles Lavery. Podemos ver este álbum de grandes sucessos como uma forma de o apresentar aos seus fãs?

Giles faz parte da banda desde a nossa reunião na parte comercial. Ele também é muito musical.

 

Deve ter sido uma tarefa muito difícil substituir Doogie White e Graham Bonnet. Como foi o processo de recrutamento?

Como eu disse, Giles está connosco há muito tempo, tanto na estrada quanto em estúdio. Ele substituiu Graham e Doogie em momentos em que eles não estavam disponíveis. Foi uma transição muito natural para Giles entrar como nosso vocalista a tempo integral.

 


E está a soar muito bem nos dois
singles que já lançaram até agora. O que vos fez perceber que ele era o homem certo para os Alcatrazz?

A nossa música não é para um cantor comum e Giles provou muitas vezes que estava à altura do desafio.

 

No entanto, nem todas as músicas deste álbum são clássicas ainda. Há também duas músicas novas: Transylvanian Requiem e Stand And Wait Your Turn. Como foi o processo de criação dessas duas músicas?

São músicas mais recentes que guardámos para gravações futuras, como Prior Convictions.

 

Em novembro, embarcarão numa digressão europeia com Girlschool e Bangalore Choir. O que estão a preparar para essa digressão?

Com três bandas no cartaz, vamos ajustar a nossa setlist para acomodar o tempo disponível e escolher as músicas que gostaríamos de tocar para os nossos fãs.

 

Transylvanian Requiem e Stand And Wait Your Turn serão incluídas na setlist desta digressão?

Ainda é muito cedo para dizer. Quando entrarmos em modo de ensaio, decidiremos o que adicionar. É claro que, quando se adicionam novas músicas, as músicas anteriores devem ser cortadas do espetáculo.

 

Além dessa digressão europeia, que outros planos têm no momento?

Haverá um novo álbum de estúdio em 2026 e planos de digressão estão em andamento para promovê-lo.

 

Prior Convictions também marca a estreia na BraveWords Records. Como é que estabeleceram essa parceria?

Conhecemos o Tim Henderson e o Michael Brandvold há muitos anos e tudo pareceu encaixar-se para unirmos a nossa visão musical como uma grande equipa.

 

Já se passaram 42 anos desde que ficaram presos em Alcatrazz, com algumas liberdades ao longo dos anos. Olhando para trás, para a carreira incrível que tiveram, quais dirias que são os momentos de maior orgulho?

Tive sempre muito orgulho de tocar com músicos do calibre pelo qual os Alcatrazz são conhecidos. Fazer digressões e conhecer fãs é muito gratificante. A minha filha nasceu na manhã em que gravei a faixa de baixo para a música No Imagination, do nosso álbum Dangerous Games. Foi um dia maravilhoso que nunca esquecerei.

 

Obrigado, Gary, foi uma honra. Queres enviar alguma mensagem aos vossos fãs portugueses?

Sim, gostaria de dizer obrigado a todos o pessoal. A minha mulher e eu vamos a Lisboa no final de setembro e esperamos também ir ao Porto. Obrigado por todo o vosso apoio e continuem a curtir o rock.


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