Os Prophets Of Addiction, liderados por Lesli Sanders,
regressaram em 2024 com Face The Music,
o quarto álbum de estúdio da banda. Produzido e gravado com o lendário Phil
Soussan no baixo, o disco cruza a energia crua do punk com a atitude do glam/sleaze
e o espírito do rock clássico dos anos 70. Entre histórias pessoais,
críticas à indústria e uma ousada versão de Maggie May, o álbum
afirma-se como um dos mais fortes da carreira do grupo. À beira de uma nova
fase, com digressões e edições já no horizonte, falámos com Leslie Sanders sobre
o presente e o futuro da banda norte-americana.
Viva, Lesli, e obrigado pela disponibilidade! Parabéns pelo
lançamento de Face The Music! O álbum foi
lançado em outubro de 2024. Como têm sido as reações até agora?
Obrigado, a
reação daqueles que ouviram tem sido ótima. Muitos afirmaram que é um dos
melhores trabalhos que já fiz. Isso é sempre um elogio para um velho, pois,
como sabem, a maioria das pessoas não se importa com os novos lançamentos de
muitas bandas.
Este é o quarto álbum dos Prophets of Addiction, e soa fresco. O
que mudou na evolução que tenha levado ao Face The Music?
Do meu lado,
nada mudou realmente, pois escrevo da mesma forma desde criança. Sinto que a
musicalidade desta gravação excede em muito alguns lançamentos que fiz no
passado. A «sensação» foi capturada de forma mais adequada e isso faz com que
tudo flua melhor, especialmente do ponto de vista da composição das letras e da
performance vocal.
Descreves Face The Music
como uma versão moderna do rock clássico dos anos 70, inspirada em
bandas como Hanoi Rocks e Faces, mas mantendo uma energia punk crua.
Podes explicar-nos como conseguiste esse equilíbrio em estúdio?
Não sei bem,
mas esse processo foi entregue ao Phil Soussan e achamos que ele fez um
excelente trabalho. Como meu amigo de longa data, ele tem os meus melhores
interesses em mente e comunicamos o que eu e a banda queremos, o que ele quer e
o que vamos fazer. Já estamos a planear como vamos abordar a próxima gravação,
que começaremos em breve. Usámos todos os instrumentos reais, amplificadores vintage,
guitarras, etc.
Precisamente, Phil Soussan atuou como produtor e baixista neste
álbum. Usar os dois chapéus alguma vez apresentou tensões criativas ou ofereceu
vantagens inesperadas?
Não, tudo correu bem,
como de costume, ao trabalhar com o Phil. Ele tem uma maneira de dizer que as
coisas são más que nos faz querer esforçar-nos mais e tira o melhor de nós. E
era isso que queríamos que ele fizesse, queríamos ser pressionados, não apenas
um homem que diz «sim» e recebe o seu dinheiro.
As letras são apresentadas como uma arte em extinção e uma forma
de contar histórias. Como é que a tua abordagem à composição das letras neste
álbum difere das anteriores?
Sempre fui
muito exigente comigo mesmo para criar letras «fixes». Pessoalmente, acho que a
maioria das letras das músicas que ouço é completamente genérica e sem graça.
Gosto de criar um cenário que deixe a interpretação a cargo do ouvinte, ideias
que possam ter vários significados e simplesmente colocá-las lá para serem
interpretadas conforme cada um as ouve.
Começaram a gravar no Desert Moon Productions, em Las Vegas, e
terminaram noutros estúdios, com vários músicos a fazer overdubs. Esse processo
escalonado, de alguma forma, afetou a coesão e a energia do álbum?
Boa pergunta, e isso leva-nos
à próxima gravação. Certamente há limitações na fase de composição. Como cada
um de nós mora numa parte diferente do país, isso tem as suas desvantagens, mas
na próxima gravação vamos fazer tudo à moda antiga, todos nós numa sala de
ensaio a trabalhar nas novas músicas e a gravar tudo de uma vez, ficando um
pouco mais crus e ao vivo. E para conseguir isso, todos nós precisaremos estar
na mesma página.
Let’s Get
High não é sobre o que muitos podem pensar à primeira vista. Na verdade, é
sobre a emoção de, finalmente, ouvir um novo álbum quando se é adolescente.
Podes partilhar a história por trás dessa inspiração?
Está tudo explicado aqui
no início do vídeo: https://youtu.be/vIPQq51db50?si=QtzH5eyY3QESld2s
Incluíram uma versão ousada de Maggie May, de Rod Stewart, reimaginada através da vossa
própria lente glam rock. O que vos atraiu nessa música e como decidiram
a direção?
Na verdade, nunca fui fã
de covers ou bandas que tocam músicas de outras pessoas e lucram com
isso. No entanto, sempre quis o desafio de gravar essa música e, como estou a
ficar velho, pensei: «Que se lixe, vamos lá fazer isso».
Last One In
The Bar surgiu de um momento improvisado e emocionalmente cru. Podes levar-nos
de volta ao momento em que essa música nasceu e contar-nos o que significa
agora?
Sim, como muitas das
minhas músicas, escrevi a letra no momento. Comecei a dedilhar a guitarra e a
soltar a letra enquanto mantinha o botão de gravar pressionado. Fiquei
completamente fora de mim por dias, apenas a escrever e gravar. Na verdade, era
um pedido de ajuda, e músicas como essa e outras são mais reais do que qualquer
música que foi “escrita”. Qualquer um pode escrever uma música, mas consegues
viver ou já viveste isso?
Por outro lado, Hollywood explora
o lado mais sombrio do mundo do entretenimento. Que experiências ou observações
inspiraram essa faixa?
A letra diz tudo:
Walkin’
the streets I call my observatory
It's
underneath the neon lights of Hollywood Boulevard
I walk
over stars that came before me
And
sometimes it rains, but I wish it was more..
Chorus:
Down
on Hollywood Boulevard
City
of angels
Lotta
of demons out here
Oh
yeah I've been through hell
In the
city of angels
Verse:
I look
at the stars
yeah
they sparkle above me
The
skies aren't as clear as in my dreams from Hollywood Boulevard
I dont
wanna be below or above them
Just
right in between shining bright as can be
Chorus:
From Hollywood Boulevard
City
of angels
Lotta
of demons out here
Oh
yeah I've been through hell
In the city of angels
Assinaram com a BraveWords, portanto o que essa parceria vos ofereceu
em termos de liberdade artística e exposição em comparação com experiências
anteriores?
Nunca houve dúvidas sobre
liberdade artística com nenhuma editora com a qual trabalhei, e a Bravewords
tem sido igual nesse aspeto.
Olhando para o futuro, e considerando o tempo que passou desde o
lançamento do álbum, quais são as vossas aspirações? Tournées, composições?
Sim, faremos uma
digressão em 2026, já temos o Hard Rock Hell Sleaze marcado para
setembro de 2026 e uma digressão pelo Reino Unido por volta dessa data.
Estaremos à procura de outras oportunidades e, se valer a pena, daremos tudo o
que temos para arrasar. Gravaremos novas músicas em breve e lançaremos material
novo. O vinil de Face The Music será lançado a qualquer momento pela Night
of the Vinyl Dead Records, e o CD pela F-Bomb Records/Vanity
Music Group. Promotores, entrem em contacto connosco.
Obrigado pelo teu tempo, Lesli. Queres deixar alguma mensagem
para os nossos leitores?
Muito obrigado,
agradecemos mais do que vocês imaginam. Esperamos vê-los em 2026.



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