Duas décadas após o lançamento de Invencible, os argentinos Feanor continuam a afirmar-se como
uma das mais fiéis e vigorosas vozes do verdadeiro metal épico. Forjados
sob a influência de Manowar e do imaginário tolkieniano, Gustavo Acosta e os
Feanor reinventam, em Hellhammer, o seu próprio legado sem perder a alma
que os distingue desde o primeiro dia. Foi precisamente sobre esta nova fase, a
parceria com a No Remorse Records e a dimensão global do novo disco que
voltámos a conversar com o carismático baixista Gustavo Acosta.
Olá, Gustavo, como
estás desde a última vez que conversámos? Hellhammer chega
quatro anos depois de Power Of The Chosen One; de que forma achas que
este novo álbum reflete uma evolução para os Feanor, tanto musical quanto
pessoalmente?
Olá! Estou ótimo, obrigado por perguntares. Tem sido
uma jornada louca desde Power Of The Chosen One, e Hellhammer
parece ser o próximo capítulo da nossa saga. Musicalmente, esforçamo-nos ainda
mais: riffs mais rápidos, temas mais profundos e arranjos mais épicos.
Pessoalmente, acho que amadurecemos. Estamos mais confiantes no nosso som e não
temos medo de correr riscos. Este álbum é diferente, mas 100% FEANORIANO,
mais diversificado e definitivamente mais ambicioso.
O novo álbum foi lançado
pela No Remorse Records. Como surgiu essa parceria e o que significa trabalhar
com esta editora nesta fase da tua carreira?
A No Remorse sempre teve uma forte reputação na
cena metal, especialmente no metal tradicional e no power
metal. Entrámos em contacto através de amigos em comum e partilhámos uma
visão para os Hellhammer. Infelizmente, a Massacre estava a
passar por alguns desafios e precisávamos de seguir em frente. Para nós, é um
grande passo em frente ter o apoio de uma editora que realmente compreende o
nosso género e apoia a nossa direção criativa; não tem preço.
Em comparação com o Power Of The Chosen One,
o Hellhammer apresenta mudanças significativas na formação, com músicos
espalhados por diferentes continentes. Essas mudanças afetaram o processo
criativo e a química da banda?
Com certeza. Foi como montar uma equipa de Vingadores
do metal! Ter Thilo Hermann (ex-Running Wild e Grave
Digger) e Mike Stark a bordo trouxe uma energia renovada e novas
perspetivas. EV Martel sabe tudo o que há para saber sobre o verdadeiro metal
(já que ele é um ex-Manowar) e a adição de Diana, com suas caraterísticas
clássicas, foi algo extraordinário para nós, compositores. Claro, coordenar
entre fusos horários foi um desafio, mas a química foi instantânea. Todos deram
o seu melhor e a distância não nos impediu de nos sentirmos como uma unidade
coesa.
Hellhammer é um esforço
verdadeiramente global, com colaboradores da Argentina, do Brasil, da Suécia,
da Alemanha e até da Coreia do Sul. Quão desafiante foi coordenar uma
colaboração tão internacional e como essa diversidade enriqueceu o resultado
final?
Foi um quebra-cabeças logístico, sem dúvida. Mike e
Thilo tiveram algumas sessões de gravação juntos na Alemanha, EV + Emiliano e
eu fizemos o mesmo aqui na Argentina... Mas a tecnologia ajudou-nos a preencher
as lacunas. A diversidade acrescentou camadas à música: o fogo brasileiro, a
precisão alemã, a melodia sueca e a alma búlgara/argentina. É como se cada
faixa tivesse um carimbo de passaporte de uma parte diferente do mundo, e isso
faz com que Hellhammer pareça verdadeiramente épico.
E conta com um elenco
impressionante de músicos convidados. Como foi trabalhar com um grupo tão
diversificado de artistas e como é que cada um deles deixou a sua marca pessoal
nas canções?
Foi inspirador. Cada convidado trouxe o seu próprio
sabor, fosse um solo escaldante, uma linha de violino assombrosa ou uma
harmonia vocal poderosa ou arranjo. Não os convidámos apenas para tocar;
convidámo-los para fazer parte da história. Pode ouvir as suas marcas em todo o
álbum, e é isso que o torna vivo.
O álbum foi apresentado
através de singles como Sirens Of Death e Hellhammer. Quão
importantes foram essas músicas para definir o tom e preparar o público para o
álbum completo?
Elas são como a salva inicial. Sirens Of Death
é intensa e dramática, enquanto Hellhammer é puro poder, sem cliques,
pesada e sem remorso. Essas faixas definem o clima e dão aos ouvintes uma
amostra do que está por vir: uma jornada através do mito, do metal e da
emoção.
Vocês também
revisitaram e atualizaram material antigo dos Feanor, como Houses Of Fire e This
One’s For You. O que os motivou a trazer essas músicas de volta e como vocês
as veem se encaixando na narrativa do novo álbum?
Essas músicas fazem parte do nosso DNA. Revisitar
essas músicas foi como reencontrar velhos amigos. Renovamo-las com novos
arranjos, melhor produção e uma energia renovada. Elas fazem a ponte entre o
passado e o presente, mostrando o quanto avançamos, ao mesmo tempo em que
honramos onde começamos, e também é uma boa maneira de apresentar algumas das
nossas músicas mais antigas aos nossos novos fãs!!!
As faixas inspiradas em
Tolkien sempre fizeram parte da identidade dos Feanor, e aqui encontramos Maglor The Singer e The
Ballad Of Beren And Luthien. Como é que abordam a transformação de tais
legados literários em hinos de metal, mantendo intacta a sua
profundidade?
A obra de Tolkien é rica em emoção e
grandiosidade, perfeita para o metal. Nós mergulhamos fundo nos
personagens e temas e, depois, traduzimos isso em som. Maglor é
melancólico e poético (ele é o último filho ainda vivo dos Feanor e
também músico), enquanto Beren And Luthien é romântico e heróico.
Tratamos o material original com reverência, mas também deixamos a nossa
imaginação correr solta.
Olhando para trás, de Invencible (2005) a Hellhammer
(2025), como analisas a trajetória dos Feanor e para onde imaginas que a banda
irá após este lançamento marcante?
Foi um longo caminho, cheio de altos, baixos e
momentos épicos. De Invencible a Hellhammer, crescemos não apenas
como músicos, mas também como contadores de histórias. O futuro? Mais espetáculos,
mais discos e, com sorte, mais colaborações. Estamos apenas a começar!!!!
Como imaginas traduzir Hellhammer para o
palco e o que os fãs podem esperar das próximas apresentações?
Esperem fogo. Estamos a trabalhar num cenário que
capture a intensidade e a vibração teatral do álbum. Som potente, visuais
impressionantes e muita energia. Queremos que os fãs se sintam parte da
aventura, não apenas espectadores. Estamos a conversar sobre a Europa 2026...
vamos ver o que acontece!!!
Obrigado pelo teu
tempo, Gustavo. Alguma mensagem de despedida que queiras partilhar com os vossos
fãs e os nossos leitores?
Obrigado! A todos os nossos fãs, o vosso apoio mantém
a chama acesa. Continuem a ouvir, continuem a gostar e a partilhar, continuem a
curtir e nunca deixem de acreditar no poder da música. Hellhammer é para
vocês. Vemo-nos na estrada!



Thanks Guys!!!!
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