Changelings (SPECIES)
20 Buck Spin
Records
Lançamento: 19/setembro/2025
Falar dos Species
não é fácil. É um trio polaco que assenta a sua abordagem no thrash metal,
mas basta olhar para a sua imagem para se ficar confuso. As roupas negras foram
substituídas por um colorido completamente atípico; a atitude de mauzão, é
abandonada por posturas descontraídas. Changelings é o seu mais recente
trabalho e, com ele, dão um salto qualitativo que não passa despercebido. Com
um assombroso nível técnico, este é um disco marcado pela precisão cirúrgica e pelo
equilíbrio entre o peso do thrash metal tradicional e a excecional capacidade
de criação e execução do mais fino technical-qualquer-coisa! A
componente thrash está bem oleada, com temas afiados e pesados e uma
produção suficientemente crua; uma componente que não tem qualquer problema em
abrir espaço para deixar entrar o virtuosismo individual, a complexidade
estrutural e a constante vontade de adornar as vias musicais por onde seguem. O
que deve, também, ser ressalvado, é que essa enorme complexidade é sempre
percebível e torna-se viciante, convidando a sucessivas audições, para se
tentar perceber por onde é que estes polacos se perdem em poliritmos e
contratempos. E, a verdade é que, sem sair do thrash metal, os Species
assumem-se completamente sem fronteiras no que toca à sua capacidade de execução,
sendo frequente ouvir as linhas de baixo a fazer uma segunda linha melódica, ou
a introdução por estruturas que mais facilmente se enquadrariam no jazz
que, propriamente, no metal. Nesse sentido, a forma como os três
instrumentos dialogam entre si, conferindo densidade e independência a cada
camada da música, é verdadeiramente impressionante. A organização do álbum
também não deixa de ser curiosa: sete temas divididos por uma curta peça onde,
estranhamente (ou talvez não, já que estamos a falar de uma banda absolutamente
genial!) se sente a introdução de sintetizadores, cortesia do convidado, Krzysztof
Buffi. Antes e depois dessa divisória há muitos momentos em que todos se
podem perder de entusiasmo: os puristas do thrash metal, os caçadores de
riffs demolidores, os maníacos da complexidade, os sedentos de momentos
inesperados, os exploradores de novas sonoridades. Mas é no tema final, Biological
Masterpiece, um indescritível exercício de virtuosismo e composição
elaborada, que a dimensão épica deste álbum fica mais evidente. É um marco na
identidade de uma banda, que assume aqui uma maturidade rara e um domínio
absoluto da sua linguagem musical. E que faz questionar até onde ainda poderá
chegar uma banda que, com apenas sete anos de existência e dois álbuns, já está
a competir no campeonato de nomes como Voïvod, Mekong Delta ou Megadeth.
[93%]
Highlights
Inspirit Creation, The Essence, Waves Of Time, Biological Masterpiece
2. The Essence
3. Waves Of Time
4. Voyager
5. Born Of Stitch And Flesh
6. Terror Unknown
7.
Biological Masterpiece
Line-up
Piotr
Drobina – baixo, vocais
Przemysław
Hampelski – bateria, percussão
Michał
Kępka – guitarras
Convidado
Krzysztof
Buffi – sintetizador (4)
Internet
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