Entrevista: Fritz Kahn And The Miracles

 

Ao longo dos anos, Gonçalo Serras tem construído, com o seu projeto Fritz Kahn And The Miracles, um universo muito próprio, feito de subtilezas poéticas, introspeção emocional e uma constante busca pela autenticidade. Depois de diversas obras que exploraram narrativas e conceitos singulares, Gonçalo Serras regressa agora com Caminero, uma canção que marca uma viragem simbólica: o primeiro tema cantado em castelhano, interpretado em dueto com Mafalda Veiga. Um tema de sonoridade intimista e alma universal, que reflete o amadurecimento artístico do músico e o contínuo crescimento de um projeto que nunca deixa de surpreender.

 

Olá, Gonçalo, tudo bem? Obrigado, mais uma vez, pela disponibilidade. Caminero é o primeiro tema cantado em castelhano na tua carreira. O que te inspirou a escrever em espanhol?

Olá, Pedro. Não te sei explicar por que cantei em espanhol. A melodia que me surgiu da guitarra parecia ter sonoridades latino-americanas. Tentei ir atrás do som, e surgiu o Caminero. A letra que fiz em espanhol, sem ser proficiente nessa língua, surgiu também automaticamente, pelo que, sinceramente, não conhecendo de onde surgiu esta música, só posso especular que tenha saído de um lugar muito recôndito da minha alma.

 

Este tema já tinha aparecido como faixa escondida na antologia Gunthi. De que forma esta nova versão se diferencia da atual e o que motivou a sua reinterpretação?

É uma versão mais curta. E claro, tem a voz maravilhosa, e o cunho pessoal, da Mafalda Veiga.

 

Claro que um dos aspetos mais marcantes é a colaboração com Mafalda Veiga. Como se proporcionou essa colaboração? O que trouxe ela de único para esta faixa?

Trouxe de única a sua serenidade, o seu encanto, a sua profundidade e a sua beleza.

 

Quem é esse Caminero? Que histórias ou sentimentos representa?

O Caminero é uma utopia de que desconhecidos se podem conhecer e dar-se bem uns com os outros, independentemente das suas origens.

 

Esta música apresenta uma sonoridade intimista e emocionalmente densa. Como pode ser descrita a evolução estética do projeto Fritz Kahn And The Miracles neste single?

Servimos a canção, independentemente da estratégia estética de Fritz Kahn And The Miracles, que, como sabes, é um projeto cantado em inglês. Todos percebemos que era uma canção especial, e como tal, tratámo-la com o respeito que era preciso.

 

Já há algum tempo que se fala (inclusive já falámos nisso na nossa última entrevista) do final da trilogia com Jeremy The Outlaw. O que podes revelar sobre isso?

Jeremy The Outlaw é uma canção que está incluída no EP Freedom. Quanto à Triologia, ela finalizará com um próximo trabalho chamado The True Boy Scout Campfire Songs.

 

E quanto à outra obra que foi noticiada, o EP Freedom? Já está cá fora? O que nos podes dizer a seu respeito?

O EP Freedom já está de facto cá fora. Representa um estágio de maturidade e, por conseguinte, de liberdade, nos rumos de Fritz Kahn And The Miracles.

 

Quais são os próximos projetos ou direções que estás a pensar explorar com Fritz Kahn And The Miracles?

Trabalhar para ser melhor, sem querer ser perfeito.

 

Obrigado, Gonçalo. Queres acrescentar mais alguma coisa?

Apenas que é um grande privilégio fazer música e ser músico.

Comentários

DISCO DA SEMANA VN2000 #49/2025: For The Love Of Drama (PINN DROPP) (Oskar Records)

MÚSICA DA SEMANA VN2000 #49/2025: The Illusionist (SKULL & CROSSBONES) (Massacre Records)