Após
um longo silêncio, os Inkilina Sazabra
regressam com Cinzas do Caos, um
trabalho de caráter antológico que reafirma o peso poético e a identidade
singular da banda nacional. Entre memórias e novas composições, o grupo
liderado por Pedro Sazabra e
Carlos Maldito revisita o seu passado sem nostalgia, encarando-o como a base
para um novo ciclo criativo. Estivemos à conversa com Pedro Sazabra sobre este
regresso, o processo de reconstrução e a nova energia que anima o universo dos
Inkilina Sazabra.
Olá, Pedro, tudo bem?
Obrigado pela disponibilidade e bem-vindos de volta! Cinzas do Caos marca
o regresso dos Inkilina Sazabra após um longo silêncio. Como descreverias o
processo de reconstrução deste conjunto de músicas que agora recuperam?
Tudo ótimo, nós, Inkilina, é que agradecemos podermos
estar um pouco à conversa com a Via Nocturna. Não houve
propriamente uma reconstrução das músicas que já havia. Nesse sentido mantivemos
fiel ao que eram. Agora podemos dizer sim que as duas músicas novas lançadas
este ano têm uma sonoridade um pouco diferente do que fazíamos anteriormente,
com linhas de guitarra e batida mais poderosas e ritmadas.
Este trabalho tem um
caráter antológico. Acaba por ser o encerramento de um ciclo ou a semente de
uma nova fase para os Inkilina Sazabra?
Não vemos como um encerramento de um ciclo, mas sim
renascer ou avivar o espírito de Inkilina Sazabra. As músicas que
tínhamos continuam muito atuais e estamos a dar-lhes vida outra vez. São a
semente para a nova abordagem musical que queremos fazer e já se pode ouvir nos
temas Cinzas do Caos e Estratégias de Guerra lançados em 2025,
essa nova sonoridade.
Há uma clara intenção
de unir passado e presente, tanto pela seleção de faixas como pela abordagem
sonora. Que desafios encontraram ao tentar dar unidade a temas originalmente
gravados com tecnologias e estéticas muito distintas?
Essa parte é mais trabalhada pelo Carlos Maldito.
Ele é bastante eclético musicalmente. Não direi que seja propriamente um
desafio porque ele domina muito bem essas vertentes, mas mais deixar-se ir pelo
estado de espírito.
E, ao colocarem os
temas por ordem cronológica, fica bem patente a evolução do projeto. Foi esse o
motivo principal para tal?
Não foi propriamente esse o motivo, mas sim respeitar
a ordem cronológica da revisita ao passado.
As duas faixas
inéditas, Cinzas do Caos e Estrategas de Guerra, introduzem um
tom mais incisivo e contemporâneo. Como nasceram estas composições e de que
forma refletem a evolução natural dos Inkilina Sazabra?
Depois da pausa que fizemos sentimos necessidade de
ter uma nova abordagem musical. Antigamente muitas músicas tinham o propósito
de fazer alguma declamação de poesia. E neste regresso sentimos vontade de
fazer algo mais festivo e com alguns refrões mais impactantes.
Do ponto de vista
sonoro, sentes que Cinzas do Caos representa também um renascer pessoal ou
artístico dentro do projeto?
Sem dúvida que representa um renascer artístico,
pessoal já não tanto, embora neste momento estejamos com outra maturidade.
Sentimos necessidade de fazer uma pausa e cada um andou por outros projetos. A
nova abordagem de Inkilina às músicas é, digamos, um renascer do projeto com
uma nova abordagem, mas a respeitar o legado. Não vamos mexer nas músicas
antigas.
A banda sempre se
destacou pelo equilíbrio entre a tua poesia e a densidade instrumental. Como é
a vossa dinâmica de trabalho atualmente? Continua a haver essa fusão entre
palavra e som como força motriz?
Sem dúvida a palavra terá sempre peso nos Inkilina,
damos muito importância ao conteúdo literário. O processo de composição é feito
primeiro pelo Carlos em praticamente todas as músicas e depois eu coloca as
letras. É assim que funciona a dinâmica da banda.
César Palma e Paulo
Dimal continuam ativos neste novo renascer da banda?
O César Palma continua nos Inkilina como
guitarrista. Mas o Paulo Dimal já não nos acompanha nesta nova fase, a
vida muda, ficou a amizade e o legado dele, mas agora temos connosco o Hugo
Areias.
Por fim, que impacto
esperas que Cinzas do Caos tenha tanto nos ouvintes antigos como nas
novas gerações que poderão descobrir agora o universo da banda?
Não temos a intenção de nenhum impacto em especial. Divertimo-nos
muito a fazer música e o que esperamos é que quem se diverte também a
ouvir a nossa música que se junte a nós e nos apoie.
Já há ideias em
desenvolvimento para o próximo álbum? Há alguma direção nova que queiram
explorar?
Sim, já existem algumas conversas para o próximo álbum
e a ideia é manter a vibração das duas músicas que lançamos em 2025. Gostamos
desta nova sonoridade com riffs de guitarra e batidas mais vibrantes e
impactantes e vamos explorar isso.
E palco? Também já
pensaram nisso?
Sim, estivemos no mês de setembro no Vialongafest
2025 e correu muito bem o concerto, sentimos a aderência do público e
saímos super satisfeitos do palco pelo bom feedback que obtivemos. Já temos
mais concertos apalavrados, mas ainda não os podemos anunciar porque temos que
respeitar o timing de quem organiza.
Por fim, que mensagem
gostarias de deixar aos vossos fãs e aos nossos leitores?
Aos fãs que fiquem atentos às novidades, vai haver mais concertos e álbum novo em 2026. Queremos nos divertir e que venham divertir-se connosco, a vida passa e o importante é viver bons momentos. À Via Nocturna, muito obrigado pela oportunidade da entrevista e por apoiarem o que se vai fazendo em Portugal. Trabalho como o vosso faz toda a diferença.

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Banda realmente magnífica, tem uma
ResponderEliminarquímica e sonoridade única!