The Mirror (BLACK ROSE)
Sleaszy Rider Records
Lançamento: 11/julho/2025
Os suecos Black
Rose são um daqueles nomes que, ao longo das décadas, têm sobrevivido à
custa da perseverança e da fidelidade a uma sonoridade muito própria. Formados
no início dos anos 90, surgiram já a era dourada do hard’n’heavy estava
em declínio. Talvez tenha sido esse o motivo de uma discografia irregular e
muito espaçada no tempo, embora marcada por momentos de brilho autêntico. Em
2025, regressam com The Mirror, um disco que, apesar de sólido e
honesto, acaba por se revelar uma obra estranha (e por vezes desconcertante) dentro
do seu próprio universo musical. Na base de tudo está uma matriz melódica fora
do comum, que confere às canções uma identidade distinta, embora nem sempre
coesa. Há argumentos suficientes, como riffs bem construídos, refrões
orelhudos e solos de guitarra de excecional bom gosto. Mas algumas vezes paira
no ar a sensação de que algo falta, de que nem sempre as peças encaixam com
naturalidade. Ainda assim, é justamente nessa componente melódica e no
virtuosismo dos solos que reside o maior trunfo de The Mirror. Podemos
ainda adicionar uma incessante procura por diferentes abordagens, situação que
se vai repetindo ao longo do disco e que está na origem de faixas que se
aproximam mais do classic rock (Heaven’s Gate), outras de cariz hard
rock (Shine), ou ainda com incursões mais longas e compassadas, onde
o foco recai na atmosfera e no desenvolvimento instrumental (The Labyrinth
Of Me). Num álbum maioritariamente ancorado em estruturas clássicas, são
esses elementos que lhe garantem a vitalidade e o afastam da mediocridade que
tantas vezes espreita nos territórios mais tradicionais do género. E é tudo
isso que fica marcado numa viagem que começa com os dois primeiros temas a
assumirem-se, desde logo, como os grandes destaques da conjugação entre as
cordas envoltas numa dinâmica contagiante que faz lembrar os melhores momentos
dos Bonfire. E que irá terminar três quartos de hora depois na forma de
um memorável hino intitulado Divine Sign. The Mirror é, desta
forma, um disco que, embora irregular, reafirma os Black Rose como
artesãos do metal melódico e que se mostra capaz de refletir a sua
identidade. [83%]
Highlights
Dualities; Farwell, Misery; Heaven’s Gate; Sole Survivor; Diving Sign
1. Dualities
2. Farewell, Misery
3. Heavy Metal Angel
4. Shine
5. The Labyrinth Of Me
6. Heaven’s Gate
7. Sole Survivor
8. Wildfire
9. Rebel Soul
10. Divine Sign
Line-up
Anders Haga
– baixo
Peter Haga
– bateria
Jacob
Sandberg – vocais
Mikael
Dahlin - guitarras
Internet
Edição

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