Os Speed Queen são daqueles nomes que trazem o espírito mais
puro e descomplicado do heavy metal.
Formados em 2014, na Bélgica, começaram como adolescentes rebeldes a vasculhar
as coleções de discos dos pais, mas rapidamente transformaram essa paixão
juvenil numa máquina sonora que os levou a palcos como o Wacken, Alcatraz e a
dividir estrada com bandas como os Night Demon. Depois de uma década a apurar o
seu ataque e a lançar EPs que lhes abriram portas por toda a Europa, o tão
aguardado álbum de estreia, …With A Bang!, chega finalmente através da
High Roller Records. À conversa com Lander Savelkoul (baixista), abordamos
vários tópicos sempre com esta estreia como pano de fundo.
Olá, Lander, obrigado pela disponibilidade! Para começar, podes
apresentar a banda Speed Queen aos metalheads portugueses?
Tudo bem? Somos os Speed Queen, da Bélgica. Gostamos de tocar heavy
metal rápido e enérgico. Os nossos amplificadores vão até aos onze!
Parabéns pelo vosso primeiro álbum …With a Bang! lançado pela
High Roller Records. Como é que se sentem ao finalmente lançarem um álbum
depois de mais de uma década juntos?
É ótimo finalmente ter isto disponível para as pessoas apreciarem.
Trabalhámos muito nessas músicas e ver as pessoas a bater cabeça quando as
tocamos ao vivo é o melhor elogio que podemos receber.
Os Speed Queen começaram em 2014, como “adolescentes
rebeldes a descobrir as coleções de discos dos seus pais”, como referiste.
Olhando para trás, como veem a vossa evolução desde aqueles primeiros dias e a primeira
demo até o álbum de estreia de hoje?
Quando começámos, ouvíamos os discos dos nossos pais e tocávamos
guitarra numa garagem. Continuamos a fazer isso, só que agora temos mais
guitarras e os discos são nossos. No fundo, acho que não mudou muita coisa. Evoluímos
como músicos, o que se nota claramente quando se compara ...With a Bang!
com lançamentos anteriores. As nossas experiências transformaram-nos numa banda
mais profissional.
Antes deste álbum, lançaram King Of The Road (2017) e Still On The Road (2020),
além de demos anteriores. De que maneira essas experiências vos prepararam
para gravar um álbum completo e que lições foram levadas para …With a Bang!?
Ao longo dos anos, aprendemos as qualidades e os defeitos uns dos
outros. Podemos ajustar as músicas a isso e isso faz com que funcionem melhor,
estamos definitivamente mais confiantes como músicos. Ainda amamos esses
lançamentos anteriores, eles levaram-nos por toda a Europa, mas sentimos que ...With
a Bang! é o nosso melhor lançamento até agora.
O álbum está em preparação há bastante tempo, com
atrasos causados pela pandemia e até mesmo uma mudança na formação. Quais foram
os maiores desafios para manter o ímpeto até que o álbum fosse finalmente
concluído?
Somos uma banda ao vivo, precisamos tocar ao vivo para manter o ímpeto
– tanto na banda quanto para os nossos fãs. A pandemia e a mudança na formação
foram difíceis para nós, mas assim que voltámos ao palco, a vibração estava lá
e começámos a trabalhar no álbum novamente. Depois disso, basicamente voltámos
à prancheta e levou algum tempo para que tudo se encaixasse.
Musicalmente, disseram que as novas músicas têm “mais oempf” e mais variação em
comparação com os lançamentos anteriores. Na tua opinião, quais são as
principais diferenças entre …With A Bang! e os EPs?
Bem, elas têm “mais oempf”. Definitivamente, há mais variação e
valor de produção. Nós escrevemos sempre músicas da perspetiva do público e
realmente dedicamo-nos a isso em …With A Bang!. As músicas tinham
que ser cativantes, queremos que as pessoas as dancem.
Em termos de letras e temas, quais são as ideias que
permeiam as músicas do álbum? Procuram passar alguma mensagem específica ou
apenas a energia pura do heavy metal?
Embora sejamos totalmente voltados para o rock 'n roll, as nossas
letras são mais sérias do que nossa música sugere. Por exemplo, Eye To Eye
é sobre o relacionamento de Thomas com a sua mãe. Em termos de letras, é um
assunto sério, mas ao vivo são canções divertidas para cantar. Como disseste, o
álbum foi escrito ao longo de vários anos. Todos nós passámos por muitas
mudanças e isso pode ser ouvido nas letras.
Jonny Nesta
(Thunderor, Skull Fist) aparece em I Want It. Como é que essa colaboração aconteceu e o que é que ele trouxe para
a música?
Nós adoramos os Skull Fist e tocámos com eles no Wacken Open
Air. Eles são ótimos e nós limitamo-nos a perguntar se queria fazer um solo
convidado no nosso álbum, e ele aceitou! Ele toca o solo em I Want It,
estamos muito felizes por tê-lo conosco.
Vocês tocaram em todos os lugares, desde o Wacken Open
Air até o Alcatraz Festival, e até fizeram uma digressão com os Night Demon. De
que forma essas experiências ao vivo vos moldaram como artistas e compositores?
Tornámo-nos mais profissionais através dessas experiências; é preciso
acompanhar o ritmo. Aquela digressão com os Night Demon, em especial,
foi uma revelação para nós; fizemos 18 espetáculos e foi provavelmente a melhor
experiência de aprendizagem que poderíamos ter. Quando voltámos, estávamos
realmente sintonizados uns com os outros e temos tentado manter isso nas
digressões seguintes.
Entrar para o elenco da High Roller Records foi um passo
significativo. Como surgiu a ligação com a editora e o que significa para vocês
fazer parte de uma família de heavy metal tão
respeitada?
Queríamos levar a nossa música mais longe após o nosso primeiro EP, King
Of The Road. A High Roller foi a primeira editora com quem entramos em
contacto, uma vez que têm muita experiência e um elenco incrível de lançamentos
de heavy metal. Queríamos fazer parte disso. Eles ficaram entusiasmados
e lançámos o EP Still On The Road para testar as águas, o que culminou
neste álbum de estreia. Estamos muito felizes com a orientação deles.
Olhando para o futuro: já têm planos de digressão para
2025 e além, e há algum país ou festival em particular que estejam ansiosos por
conquistar?
Sim, temos! Estamos a trabalhar nas nossas reservas para 2026 e estas
estão a ser anunciadas aos poucos. Podemos até fazer alguns concertos na
Península Ibérica, o que nos deixa muito entusiasmados! De qualquer forma,
estamos abertos a negócios e as pessoas podem sempre entrar em contacto se
precisarem de um concerto de rock 'n roll.
Finalmente, após mais de 10 anos juntos, quais são as
ambições do Speed Queen para a próxima década? Já têm em mente um segundo álbum
no horizonte?
Ah, veremos isso mais tarde. Primeiro, queremos levar este álbum ao
maior número possível de palcos. A nossa ambição agora é criar um verdadeiro
espetáculo de rock 'n roll que deixe o público atordoado – luzes, fumo e
ação!
Obrigado pelo teu tempo, Lander. Alguma mensagem de despedida que gostasses de partilhar com os vossos fãs ou os nossos leitores?
Stay heavy, stay wild e saiam com estrondo! Obrigado!



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