HAKEN + BETWEEN THE
BURIED AND ME + CRYPTODIRA
13/março/2023
Sala 1, Hard Club, Porto
Apenas 10 dias após o lançamento de Fauna,
os Haken fizeram a sua Island In Limbo Tour passar pela Sala 1 do
Hard Club no Porto, num concerto que certamente ficará na memória de
todos aqueles que se deslocaram à baixa da cidade invicta na fria noite de 13
de março. Uma noite de Prog Metal para todos os gostos, onde ficou
cabalmente provada toda a abrangência deste subgénero.
A noite abriu com os Cryptodira, banda de Progressive Death Metal de Long Island que se apresentou extremamente sólida. Com um setlist baseado em The Angel Of History e The Devil’s Despair, os americanos apresentaram bastantes argumentos para regressarem ao nosso país num futuro muito próximo. Temas longos, boas composições e muito bem executados, os Cryptodira abriram as hostes e aqueceram a plateia com uma atuação extremamente oleada.
O segundo ato da noite foi-nos apresentado pelos Between The Buried And Me. Com mais de 20 anos de carreira os americanos traziam na bagagem o seu mais recente álbum Colors II, naquele que é a sequela lógica do álbum lançado em 2007. Musicalmente insanos, os BTBAM são o pesadelo de todos aqueles que têm como hábito rotular bandas relativamente ao género e, como seria expectável, toda essa insanidade sana foi transmitida para o palco num concerto sem qualquer pausa. O público reagiu em massa e de forma bastante espontânea ao setlist extremamente variado que os americanos apresentaram. De notar ainda que, apesar de não serem a última banda a subir a palco, foram os BTBAM que movimentaram mais público, havendo mesmo fans que abandonaram o recinto quando a sua parte acabou.
Por último, foi a vez dos Haken subirem ao palco. Vestidos a rigor e com uma excelente distribuição no palco, o coletivo britânico apresentou um setlist mais focado nos clássicos (especialmente em Virus) do que no seu último álbum Fauna do qual se ouviram apenas os 3 singles (The Alphabet Of Me, Taurus e Lovebite) e, tendo em consideração a reação do público a esses 3 temas, ainda é necessária muita interiorização de Fauna por parte dos fans da banda. Extremamente competentes e rotinados, os britânicos contaram com o apoio do público para selar uma exibição de excelência que atravessou todas as fases da sua carreira. A noite dedicada ao Prog Metal terminaria com o épico de 17 minutos, Messiah Complex.
KALANDRA + MONUMENTS + LEPROUS
20/fevereiro/2023
Sala 1, Hard Club, Porto
Foi em
véspera de Carnaval que os Leprous e
Cia. nos presentearam com o primeiro de dois concertos em solo nacional. O Hard Club foi o local escolhido para a
terceira visita dos noruegueses ao Porto, num concerto que mostrou aos fãs
nortenhos que os Leprous não são
apenas uma banda com capacidade dentro das paredes de um estúdio. A eles
juntaram-se os seus compatriotas Kalandra
e os companheiros de editora Monuments,
duas bandas que revelaram ser a combinação perfeita para abrir a noite.
Os Kalandra foram os primeiros a subir a
palco, naquele que foi o seu primeiro concerto em Portugal, mas que certamente
não será o último. Com as suas composições evolutivas os noruegueses cativaram
e convenceram um público que estava claramente à espera dos dois atos
seguintes. Uma entrada arrepiante (as notas iniciais cantadas por Katrine Stenbekk mostraram-se de uma
beleza assombrosa) e 30 minutos de muita qualidade sonora foram o legado de uma
banda que deixa muita água na boca e que, certamente, ganhou um número elevado
de fãs.
Em sentido
completamente oposto, os Monuments
apresentaram peso e energia, mas pouco discernimento. Foi com o seu metalcore que o público verdadeiramente
aqueceu para a apoteose que se aproximava. Uma atuação de cerca de 45 minutos
onde os ingleses, nomeadamente o vocalista Andy
Cizek (que trabalho vocal incrível!), mostraram porque é que são
consideradas uma das mais excitantes bandas do movimento metalcore britânico. 45 minutos de um concerto sempre em crescendo
até chegar ao tema final The Cimmerian,
um épico de 8 minutos de um nível muito superior ao apresentado em estúdio. 45
minutos que deixaram o Hard Club em
êxtase e bem preparado para o último concerto da noite.
Foi por
volta das 21:50 que os Leprous
subiram ao palco. O público que, nesta altura, já enchia por completo a sala 1
do Hard Club, mostrou o seu agrado
ao ver a banda posicionar-se nos seus devidos lugares. Foram precisos apenas 2
segundos para que toda a plateia reconhecesse o tema de abertura Have You Ever?. Apesar de trazer o mais
recente álbum Aphelion na bagagem, a
banda optou por um setlist (preparado
especificamente para cada noite) mais baseado nos clássicos. Por isso, a Have You Ever? seguiram-se The Price e The Flood, dois temas onde o público foi extremamente
participativo, cantando mais alto do que a própria banda. A isto seguiu-se Castaway Angels, o mais belo e emotivo momento
da noite, naquele que foi uma homenagem sentida ao povo ucraniano. O concerto
ganharia ainda uma vertente interativa quando a banda pediu ao público que
escolhesse o tema seguinte. Após algum humor, Einar Solberg revelou as 4 opções (Observe The Train, Distant
Bells, Bonneville e Illuminate (que acabaria por ser
escolhida)), mas a decisão estava longe de ser tomada. Após se ter verificado
um empate no voto democrático entre Illuminate
e Bonneville, coube a um membro da
plateia que apanhou a garrafa de água vazia atirada pelo vocalista eleger o
tema seguinte. O concerto terminaria quatro músicas depois, em apoteose final,
com Nighttime Disguise.
Fora da
componente musical, é obrigatório destacar o incrível trabalho de luzes,
principalmente durante o concerto dos dois atos noruegueses, os Kalandra num registo sóbrio e
contrastante e os Leprous, com a
adição de barras luminosas laterais em forma de pirâmide (clara referência à
capa do último álbum Aphelion).
Foi com The Sky Is Red, já em encore, que a noite acabou. Para a memória ficam três concertos de altíssimo nível e a esperança de que a próxima visita dos noruegueses seja feita o mais rapidamente possível.
Cartaz Completo
Lemmy Kilmister teve direito a uma estátua que incluia algumas das suas cinzas. Em sua honra foi ainda prestada uma homenagem liderada pelos seus antigos companheiros de banda Mikkey Dee e Phil Campbell.
Concerto dos Sabaton
Comentários
Enviar um comentário