Um dos nomes mais interessantes surgidos no ano de
2016 pelo seu caráter inovador e capacidade arrojada de criar foram os Left
Sun. O seu álbum homónimo, numa edição da Ethereal Sound Works, foi uma
agradável surpresa. Flávio Silva, vocalista e guitarrista do projeto acedeu a
falar com Via Nocturna a respeito do nascimento deste coletivo e deste álbum
homónimo.
Olá Flávio, tudo bem? Quem são os Left Sun? O que
vos motivou a erguerem este projeto?
Antes de mais agradecemos a oportunidade! Os Left Sun,
nasceram da necessidade de criar música sem um compromisso obrigatório a um
determinado estilo. Obviamente que as influências são audíveis, mas também não
houve necessidade nenhuma de as esconder. Acima de tudo é uma sonoridade
honesta, baseada em elementos rock prog
vintage com uma pitada de modernismo que tanto apreciamos.
Qual é background musical dos elementos da banda?
A realidade é que já não somos nenhuns novatos nisto
de bandas, creio que foi uma paixão que foi evoluindo e ficando desde a adolescência.
Mas para não elaborar uma lista muito extensa, aqui ficam os últimos projetos/bandas
de cada um dos elementos: Flávio Silva (voz) - Oblique Rain/Dark Radio; Artur
Jorge (bateria) - Frame Pictures; Eduardo Oliveira (baixo) – Goah; Rui Salvador
(guitarra) – Usoutros
Disponível já desde o final do ano passado está o
vosso álbum homónimo de estreia. Como está a ser a reação ao mesmo?
Diria que bastante boa, para além do interesse
crescente em território nacional, muitos discos, assim que nos chegaram em mãos
"voaram" para os UK, Espanha e América do Sul.
Como o descreveriam nas vossas próprias palavras?
Utilizando uma expressão muito útil do Artur,
descreveria o mesmo como um "Modern Vintage exercise". Quisemos
proporcionar a quem o ouve a oportunidade de ouvir uma banda no seu estado mais
orgânico, quase como se estivessem a ouvir um ensaio/concerto nosso, mas sem
descurar alguns elementos de modernismo que hoje em dia estão facilmente ao
alcance de cada um, isto, sabendo usá-los obviamente.
Acho muito interessante a forma como os Left Sun
misturam diferentes sonoridades. Isso está relacionado com a personalidade de
cada elemento?
Boa pergunta, creio que sim. Uma das premissas
principais na produção do disco, era a de deixar que cada um dos elementos
pudesse dar largas à sua criatividade dentro de uma determinada base já
pré-existente. Creio que resultou e isso nota-se no resultado final.
Assim sendo, de que forma se processa a composição
nos Left Sun? Como fazem para congregar todas essas influências?
Todos os projetos/bandas têm de começar de alguma
forma. No nosso caso começou com um processo simples, eu fui criando algumas
bases musicais que fui passando ao Artur para compor/gravar as respetivas
baterias. Inicialmente foi assim pois apenas existíamos enquanto duo. Depois à
medida que os outros elementos foram chegando ao projeto, puderam compor e
acrescentar as suas respetivas ideias e partes.
Podes falar-nos um pouco dos convidados neste
disco? Como se proporcionaram essas colaborações?
Muito simples, eu sou músico profissional na Orquestra
do Norte, por conseguinte, arranjar a colaboração de grandes músicos é muito
fácil! O oboista inglês Russell Tyler e que participa na Elysian Hope é um dos músicos mais expressivos que conheci, então
como bom britânico e apreciador de bom vinho português, foi fácil de convencer
a participar. A Rebecca Holsinger é uma trompista Mestre da Universidade do
North Texas, que para além disso é minha esposa, portanto não custou muito a
convencer a participar no Return
Interlude.
Como estamos em termos de agenda no que diz respeito
a apresentações ao vivo?
A disponibilidade em termos profissionais não é muita
para o efeito, mas estamos a apontar baterias para fazer umas show cases e concertos (lá fora
inclusive), a partir do Outono. Antes disso pretendemos ter um novo vídeoclip disponível para apreciação de
todos.
Obrigado! Queres acrescentar mais alguma coisa?
Left Sun não é nada mais nada menos, que o melhor
grupo de pessoas com quem já trabalhei, quer em termos de dinâmica, como de
criatividade e tenho a certeza que o interesse suscitado irá ser correspondido
tanto nas apresentações ao vivo, como em futuros trabalhos discográficos, por
falar nisso também já existe um plano... Mas fica para outra oportunidade... Obrigado.
Rock On!
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