Entrevista: Althea


Desde 2014, The Art Of Trees já é o terceiro álbum dos Althea e será, provavelmente, o mais ambicioso trabalho da banda italiana. Art-rock com influências progressivas do metal é assim que eles próprios se descrevem. Percebam como, nesta conversa com o guitarrista/teclista Dario Bortot e o vocalista Alessio Accardo.

Olá Dario e Alessio, tudo bem? Parabéns pelo vosso regresso e obrigado pela disponibilidade! Quem são os Althea? Podem apresentar a banda aos rockers/metalheads portugueses?
DARIO BORTOT (DB): Olá, estamos muito bem obrigado! Althea é um projeto criado com a intenção de explorar a música sem limites. Claro, temos uma componente de rock/rock progressivo bem definida, mas a partir daí estamos abertos para explorar qualquer tipo de influência que as nossas músicas/ideias impliquem. Poderíamos dizer que temos um forte lado conceptual, no qual desenvolvemos a nossa música.

Como foi a preparação que levou à criação de The Art Of Trees?
DB: Após o lançamento de Memories Have No Name, passamos muito tempo em tournée tanto como banda, quanto como dupla acústica. A certa altura sentimos a necessidade de escrever novas músicas e começamos a gravar algumas ideias. Aí, sentamo-nos juntos e definimos o caminho a seguir para obter o som que tínhamos em mente.
ALESSIO ACCARDO (AA): A coisa boa a respeito deste novo álbum é que tudo saiu muito naturalmente. Foi mais uma necessidade de expressar o que vivemos desde o Memories Have No Name até ao momento em que nos sentamos.

Que abordagem fazem desta vez? Mais ou menos a mesma coisa ou tentaram algo novo?
DB: Para este álbum, experimentamos um pouco mais. Trabalhamos mais em arranjos de músicas e camadas vocais. Além disso, concentramo-nos em encontrar o som certo para cada música em termos de guitarra, teclas, etc. Passamos muito tempo no design de som e gravamos muitos sons externos (natureza, pessoas, etc). Em suma, foi muito trabalho!
AA: Neste álbum, nós trabalhamos para dar a cada música a sua própria identidade sem nenhuma conexão musical. Uma imagem clara ou - deixa-me dizer - "imagem" da cena que queríamos descrever.

The Art Of Trees tem alguma abordagem ecológica? É um álbum conceptual?
DB: Definitivamente, é álbum conceptual, mas sem nenhuma relação com a ecologia. The Art Of Trees é uma jornada inversa através das emoções da vida, em diferentes fases e momentos da vida.
AA: A arte e o título estão relacionados ao conceito de resiliência, que é uma caraterística que todo ser humano vivencia na sua própria vida... mais cedo ou mais tarde todos nós temos que aprender a dobrar-nos com o vento e a continuar em pé... essa é a arte das árvores. É apenas um aspeto da jornada que queríamos representar, mas um dos mais poderosos.

Como descreveriam a vossa música para quem não vos conhece?
DB: Se os Pink Floyd e os Rush tivessem uma filha, provavelmente chamar-se-ia Althea. E os Tool seriam uma bela tia. Usando categorias, provavelmente estamos bem definidos com Art Rock com influências progressivas de metal.

A cena prog italiana sempre foi considerada de alta qualidade. Como vêm a cena actualmente com todo um conjunto de bandas a chegar?
DB: Penso que como italianos devemos orgulhar-nos da nossa cena prog. Há sempre novas bandas interessantes, especialmente se considerares o prog como um género amplo (não apenas como um som prog padrão, mas mais como uma intenção). Existem várias bandas interessantes que aplicam uma abordagem progressiva à sua música, experimentando constantemente e misturando diferentes géneros.
AA: Eu gosto de muitas bandas que vêm do underground e que são muito boas a fazer música. Muito provavelmente é porque existe um certo intelecto que arde dentro da nossa geração depois de um longo sono!

De onde surge tanta inspiração quando estão a criar músicas?
DB: Não há regras específicas. Pode ser de uma experiência de vida ou de um simples som. Ou de qualquer linha de um instrumento. Se tivermos uma ideia que consideramos significativa e interessante para desenvolver, começamos a trabalhar nela.
AA: É o nosso dia a dia... às vezes andamos atrás de uma música há anos e de repente aparece e precisa ser gravada assim que se ouve a nota certa no momento certo.

Que projetos têm em mente para os próximos tempos?
DB: Gostaríamos de promover o álbum, tanto quanto pudermos, em tournée, onde quer que tivéssemos oportunidade. O nosso objetivo é levar a nossa música ao maior número de pessoas possível. Também estamos a tentar montar um set mais visual e multiartístico. É um projeto ambicioso que levará tempo, mas esperamos poder subir ao palco o quanto antes.

Muito obrigado! Querem acrescentar mais alguma coisa?
AA: Só quero agradecer e convidar todos os nossos amigos de Portugal a ouvir nossa música e vir aos nossos espetáculos. Estamos muito interessados em tocar no teu maravilhoso país!

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