A
Tour 4.0 já vai longa e
promete continuar até meados de 2020. Para a posteridade, Rogério Charraz
captou o espetáculo efetuado no Cinema S. Jorge em Lisboa, onde, o número
quatro foi mágico – quatro temas de cada um dos discos e quatro inéditos,
enriquecidos pela colaboração de quatro convidados de luxo. Fomos falar com o
artista nacional sobre a música, a tour e o próximo álbum.
Olá,
Rogério, como estás? Obrigado pela disponibilidade! A tour 4.0 já terminou? De qualquer forma, fica registada
para a posteridade com esse concerto gravado no Cinema S. Jorge. Antes de nos
focarmos nesta data, de uma forma global, como tem corrido a tour?
Bom, na verdade, a Tour está longe de estar terminada,
estará na estrada até meados de 2020. Tem corrido muitíssimo bem, estamos a
percorrer o País todo, a passar por salas emblemáticas onde ainda não tínhamos
chegado (Cine-Teatro Avenida em Castelo Branco, Teatro Municipal da Guarda,
Casa das Artes de Arcos de Valdevez, etc.) e a
sentir que o crescimento deste projeto tem sido lento mas muito sustentado e
coeso.
Desde
quando surgiu a ideia de capturar um espetáculo para registar para a
posteridade? E porque a escollha do S. Jorge?
A ideia já andava na
minha cabeça há algum tempo e senti que este era o momento certo por já termos
uma história para revisitar e por sentir que a banda tinha atingido uma
estabilidade e uma maturidade que me dava todas as garantias para o fazer.
Muitas das canções também já tinham ganho uma nova vida que importava deixar
registada. A escolha do S. Jorge teve a ver com a sua localização central e com
toda a sua história e carisma.
Todos
os outros shows foram
semelhantes a este que foi gravado ou para este houve alguma alteração
específica?
Na verdade este foi
o primeiro desta digressão, mas provavelmente não o vamos voltar a repetir
nestes moldes, com estes convidados todos... E mesmo a nível de repertório
vamos sempre fazendo algumas alterações. O conceito será sempre este, 4 canções
de cada um dos discos anteriores e 4 inéditos, mas a escolha nunca recairá
sobre os mesmos temas, até porque iremos tocar com várias formações e em vários
contextos...
Precisamente,
pegando nesse dado, aqui tocas quatro temas de cada um dos teus álbuns e adicionas
quatro inéditos. Serão temas que veremos num próximo álbum de originais?
Talvez, se vier a
fazer sentido num dos próximos discos. Fica em aberto...
Quatro
foi mesmo o número mágico da tour até porque 4 foi também o número de convidados. Como se proporcionou a
participação destes ilustres músicos?
Foi uma conjugação
de vontades. Eu queria muito partilhar esta noite com eles e eles também
quiseram muito estar presentes, até porque me parece que a admiração é mútua e
isso sente-se no disco....
De
que forma se consegue, de uma forma tão natural, percorrer tão distintos
estilos musicais e abordar tão distintas temáticas líricas?
Para mim é muito
natural, porque enquanto ouvinte de música também sou diversificado, gosto de
várias coisas, de sonoridades diferentes. E gosto que a minha música reflita
essa diversidade de sons e influências, acho que traz muita dinâmica. Mas é
justo dizer que só é possível graças ao talento dos músicos e dos letristas que
comigo trabalham e que são tão versáteis.
Há
na tua carreira um tema ao qual acho uma enorme piada – Submarino Irrevogável. O Paulo Portas nunca te chateou por causa
desta letra? (risos)
Diretamente não, até
porque nunca me cruzei com ele. Mas indiretamente, quando o promovi como single, senti várias vezes o incómodo
que provoca...
E
tens aproveitado o intervalo entre atuações para ir construindo mais música? A
parceria com o José Fialho Gouveia mantém-se? Falo especificamente dele pela
sua abordagem estilística no que diz respeito as letras…
Como referi no
início, o intervalo entre atuações não tem sido assim tanto, até porque, como
sou músico independente, me desdobro em várias funções. Mas sim, estou a
trabalhar já no próximo disco, que será conceptual (contará uma história) e vai
ser todo ele construído a meias com as palavras do José Fialho Gouveia porque
me interessa muito desenvolver esta parceria com alguém que trata tão bem a
língua portuguesa...
Obrigado,
Rogério! Queres acrescentar mais alguma coisa?
Só
um abraço e um até breve!
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